Overlord: Volume 01, Capítulo 03

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A batalha do Vilarejo Carne
Parte 1


O closet dentro dos aposentos de Momonga estava cheio de todos os tipos de itens diferentes, quase ficando sem espaço. De capas a outras coisas, Momonga poderia encontrar todos os tipos de equipamentos e itens aqui.
Às vezes, ele comprava armaduras, mas depois elas se tornavam inúteis para ele, elas eram armazenadas aqui. Não só armaduras, mas também havia armas que variavam de cajados a espadas, não faltava nada.
Matando monstros em Yggdrasil, cristais de data iriam cair. Estes cristais podem ser ligados aos itens e, dessa forma, inúmeros itens originais poderiam ser criados. Se havia um item impressionante à venda, muitas pessoas seriam incapazes de se controlarem e iriam comprá-lo.
Como resultado, este era o estado em que este closet se encontrava.
Da variedade de armas no closet, Momonga escolheu livremente uma espada. Como não há bainha na espada, a lâmina de prata brilhava fortemente na luz. Na lâmina da espada, havia símbolos gravados que pareciam palavras e, por causa da luz refletida, eles eram fáceis de ver.
Momonga pegou e a balançou ao redor. Era leve como uma pluma.
Isso certamente não era pelo fato da espada ser feita de um material muito leve, mas por causa da imensa força de Momonga.  Como Momonga é um mago, suas estatísticas relacionadas à magia eram altas, mas as suas estatísticas relativas à aptidão física eram relativamente baixas. Mas, depois de atingir o nível 100, ele acumulou uma grande quantidade de pontos de status de força por meio de treinamento, o que não deve ser subestimado. Se ele encontrasse um monstro de nível baixo, ele lidaria facilmente com ele usando apenas seu cajado.
Momonga lentamente assumiu uma postura com a espada, mas um som de percussão de metal duro pôde ser ouvido imediatamente no interior da sala. A espada que Momonga estava empunhando na mão tinha caído no chão.
As empregadas domésticas no quarto foram imediatamente pegar a espada do chão e devolvê-la a Momonga. No entanto, Momonga não a pegou e estava, ao invés disso, olhando para suas mãos vazias.
É isso.
Isso deixou Momonga confuso.  Se o comportamento, palavras e ações de um NPC que estavam vivos fizessem as pessoas pensarem que a vida neste mundo não é um jogo, como ficam as limitações?  Isso ainda deve deixá-los cansados dentro do jogo.

Em Yggdrasil, era impossível para alguém como Momonga, que nunca escolheu uma classe derivada de guerreiro, equipar uma espada. Mas se este mundo se tornou o mundo real, ser incapaz de usar uma espada deve ser impossível.
 Momonga balançou a cabeça e decidiu parar de remoer o assunto. Na ausência de dados suficientes, não importando o quanto procurasse, ele não iria encontrar uma resposta.


"Limpem." As empregadas seguiram as instruções de Momonga e ele se virou para olhar para uma parede que foi quase totalmente coberta com espelhos, mostrando um esqueleto vestindo roupas.  Ver como o seu próprio corpo se transformou nessa forma estranha deve causar uma sensação terrível.

No entanto, Momonga se sente completamente indiferente, e isso nem mesmo parecia estranho para ele. Como ele jogou Yggdrasil antes, ele já estava familiarizado com sua aparência atual, mas também havia outra razão para sua calma. Assim como suas aparências exteriores, parecia que suas capacidades mentais tinham sido afetadas também.

 Primeiro foram as suas emoções: assim que ele experimentou fortes emoções, elas foram imediatamente postas de lado a fim de acalmá-lo, era quase como se algo as estivesse reprimindo. Outro ponto foi a sua falta de qualquer tipo de desejo, seja ele fome ou sono. A princípio, parecia haver um apetite sexual, mas, mesmo depois de tocar nos peitos macios de Albedo, não havia qualquer impulso adicional.  Sentindo-se como se tivesse perdido algo muito importante, Momonga não podia deixar de olhar para a sua cintura:

"Já que não há nenhum uso real... Ele vai desaparecer?"

Tornando-se um pouco emocional, ele começa a proferir isso em frustração, mas antes que pudesse terminar metade de sua fala, aquele sentimento desapareceu completamente.
Momonga acreditava que estas alterações seriam extremamente úteis, particularmente suas alterações mentais. Talvez um Morto-Vivo seja completamente resistente a ataques espirituais.

"[Create Greater Item]."
Depois de lançar o feitiço, seu corpo foi imediatamente coberto por um conjunto completo de armadura de metal. A armadura era feita de aço com um brilho fosco preto e coberto com decorações de ouro e roxo, dando-lhe uma aparência muito cara. Depois de vesti-la, Momonga se movimentou um pouco para verificar.
Embora seu corpo sentisse alguma pressão, a armadura não estava restringindo seus movimentos.

A armadura foi encaixando muito bem e cobria cada parte do seu corpo, tornando impossível que qualquer um de seus ossos estivesse visível.

Se fossem equipamentos criados magicamente, Momonga seria capaz de equipá-los, assim como em Yggdrasil. Momonga admirava essa formidável magia, seu reflexo usando o capacete que cobria todo seu rosto dava a aparência de um guerreiro majestoso, e ele não parecia nem um pouco com um mago.
 Momonga acenou com a cabeça em satisfação, engolindo a saliva inexistente. Com um olhar malicioso e inocente, Momonga disse:

"Eu vou sair um pouco."

"Os guardas estão prontos a qualquer momento."

A empregada respondeu imediatamente por reflexo.

"Mas--"

'Isso está começando a ficar muito chato...'

        No primeiro dia em que ele foi acompanhado pelos guardas, ele se sentiu um pouco oprimido; no segundo dia, ele começou a se acostumar com isso e queria se mostrar com seus guardas, mas quando chegou o terceiro dia--
 Momonga não pôde evitar em suspirar. Não importa aonde ele fosse, seus guarda-costas o estariam seguindo. Além disso, as pessoas se curvariam sempre que o encontrassem. Esse sentimento era muito pesado.

Ele seria capaz de suportar se ele pudesse apenas passear casualmente com seus guardas. Mas isso era impossível. Como ele tinha de manter seu papel como soberano da Grandiosa Tumba de Nazarick, ele não podia mostrar o menor traço de fraqueza, por isso era enervante.

Para uma pessoa comum como Momonga, isso era extremamente desgastante. Mesmo que qualquer uma de suas fortes explosões emocionais fosse imediatamente reprimida, elas ainda o faziam se sentir como se ele fosse queimado por uma pequena chama.

Especialmente com mulheres incrivelmente belas o seguindo e não deixando o seu lado, agindo o tempo todo com cautela para com ele. Como um homem, ele obviamente se sentia feliz, mas ainda havia o problema de sua privacidade estar sendo invadida.

Essa fadiga mental também era parte de seu lado humano.  Como o soberano da Grandiosa Tumba de Nazarick, seria muito perigoso se ele fosse pego em uma situação de emergência estando mentalmente exausto.
 Durante um momento-chave, ele pode cometer um erro fatal.  Ele precisava relaxar um pouco.  Depois de chegar a essa conclusão, Momonga abriu os olhos. Embora sua expressão não tivesse mudado, o fogo dentro deles ficou mais forte.

 "Não há necessidade... Eu não quero que ninguém me siga, eu só quero caminhar sozinho."

"Por favor, aguarde, no caso de Momonga-sama encontrar qualquer problema, temos de agir como o seu escudo, nós, absolutamente, não podemos deixar nada acontecer a Momonga-sama."

Seria muito cruel ignorar os seus sentimentos de querer sacrificar suas vidas para proteger o seu mestre, que só queria ter um passeio relaxante.
No entanto, já faz três dias desde o acontecimento da situação anormal, o que equivale a, pelo menos, 72 horas. Durante todo esse tempo, Momonga vem tentando manter sua dignidade como o soberano da Grandiosa Tumba de Nazarick e seu coração estava ansioso para descansar.

Assim, embora ele sentisse pena deles, Momonga já havia preparado uma desculpa:

"... Eu tenho algo secreto para fazer, por isso, não vou permitir que alguém me siga."

Um breve silêncio.

Momonga sentiu como se um longo período de tempo tivesse passado até que a empregada finalmente respondeu:

"Sim, Momonga-sama. Por favor, tome cuidado."

Olhando para a empregada que acreditou em sua desculpa, Momonga se sentiu um pouco mal por enganá-la, mas ele decidiu simplesmente ignorar esse sentimento.  Nada deveria dar errado se ele desse uma pequena pausa.
 Primeiro, ele iria ver a paisagem do lado de fora por si mesmo. Sim, ele tinha de confirmar com seus próprios olhos se era possível ir para outros lugares, isso era extremamente importante.
A verdadeira razão pela qual Momonga inventou mais e mais desculpas foi porque ele sentiu que seu comportamento atual era muito egoísta.

Agitando para fora seus sentimentos de culpa, Momonga ativou o poder de seu anel.  O lugar para o qual ele foi enviado era uma enorme praça. Nas proximidades, havia várias mesas de pedra finas que foram feitas para cadáveres, mas, agora, não havia nenhum. O chão estava coberto de calcário brilhantemente polido, e, atrás de Momonga, havia uma escadaria que levava para baixo, terminando na frente de um grande portão que conduz ao primeiro andar da Grandiosa Tumba de Nazarick. Não tinham tochas nas paredes, a única fonte de luz que havia era a luz azul e branca da Lua. Usando o poder do anel de Ainz Ooal Gown, foi possível para ele se teletransportar instantaneamente para o lugar mais próximo à superfície, no térreo da Grandiosa Tumba de Nazarick, o Santuário Central.


Com apenas alguns passos, era possível para ele andar lá fora. Embora seu caminho estivesse logo a sua frente, Momonga não se mexeu porque ele encontrou uma situação inesperada.  Momonga viu várias figuras incomuns.
 Havia três tipos diferentes de monstros, quatro de cada, totalizando 12 deles.  Um parecia um demônio terrível, com um corpo escamoso, presas projetando-se para fora de sua boca, e que também possuía garras afiadas em seus braços robustos. Na frente da cauda de serpente, havia um par de asas em chamas, dando-lhe a aparência de um diabo.

O outro era um monstro fêmea com uma cabeça de corvo preto e com equipamento de couro.  O último monstro estava usando uma armadura aberta no peito, mostrando seu peito e forte abdômen.
Não fosse pelas asas pretas de morcego em suas costas, e os dois chifres que saem de suas têmporas, você não seria capaz de dizer se era um monstro ou não. Embora parecesse um homem bonito, de seus olhos, podia-se ver um desejo insaciável.

Seus nomes eram Demônio da Fúria, Demônio da Inveja e Demônio da Ganância. Todos os demônios olharam para Momonga, imóveis, apenas olhando para ele intensamente.
Um olhar sério que as pessoas sentiriam pressão. Eram monstros em torno do nível 80, que eram gerados no âmbito do Vulcão Subterrâneo de Demiurge, perto da porta para o 8º andar, e que tinham a responsabilidade de guardá-la.
Normalmente, a missão de proteger o térreo seria dos soldados mortos-vivos de Shalltear. Por que os soldados de Demiurge estavam aqui?

Uma sombra apareceu ao lado dos monstros, embora invisível no início, um demônio apareceu. Com sua aparência, o enigma foi finalmente resolvido.

"Demiurge...."

Ao ser chamado, o demônio mostrou um olhar surpreso. Aquele olhar poderia ser visto como perguntar "Por que meu mestre está aqui?" ou "Quem é esse misterioso monstro?".

Momonga apostou nessa possibilidade e moveu-se para frente. Se ele tivesse parado de se mover, seria estranho se sua verdadeira identidade não fosse descoberta.
Por enquanto, ele continuou a caminhar em direção à parede, com a intenção de ignorar esses demônios e passando por eles.

Seus olhos se focaram em seu corpo, mas Momonga usou a sua força de vontade para reprimir suas emoções de covardia, ele se manteve firme e seguiu em frente.
Quando a distância entre os dois lados estava gradualmente diminuindo, todos os demônios se ajoelharam para cumprimentá-lo.
A pessoa que está na frente do grupo de saudação é, naturalmente, Demiurge. O movimento é bastante arrumado e elegante, como se ele fosse a encarnação de um príncipe.

"Momonga-sama. O que está fazendo aqui, sozinho, sem trazer seus guardas? E também usando esse tipo de traje..."

O segredo foi imediatamente exposto.  Demiurge poderia ser considerado como aquele que tem a mais alta sabedoria dentro da Grandiosa Tumba de Nazarick, então, ser descoberto por ele era compreensível.

Mas Momonga pensa que a razão de Demiurge ter visto através de seu disfarce foi devido ao fato de que Momonga havia se teletransportado para cá.
 A única pessoa em Nazarick que poderia usar livremente o teletransporte era o único proprietário de um anel da Ainz Ooal Gown - Momonga.

"Ah... Há muitas razões. Se é Demiurge, você deve saber por que eu estou vestido assim."

Demiurge fez uma expressão complicada. Depois de algumas respirações, ele disse:

"Perdoe-me, eu não entendo as intenções de Momonga-sama."

 "Chame-me de Cavaleiro Negro."

"Cavaleiro Negro-sama...". Demiurge parecia que queria dizer alguma coisa, mas Momonga decidiu ignorá-lo. Mesmo que o nome soasse muito modesto, em comparação aos nomes dos monstros no jogo, este nome era muito normal.

Havia uma razão para ele querer que Demiurge se corrigisse. Embora os servos de Demiurge fossem os únicos presentes, este lugar era originalmente um portão, deveria haver muitos servos diferentes passando por ali.
 A fim de não os deixar saber que ele era Momonga, ele quis evitar mencionar esse nome.

Não ficou claro o quanto Demiurge compreendeu suas intenções. Naquele momento, Demiurge, de repente, parecia ter chegado em uma revelação.

"Entendo... Então é isso que está acontecendo."

'Hein? O quê?' Momonga não poderia deixar de se perguntar

Momonga não foi capaz de adivinhar o quanto o inteligente Demiurge era capaz de entender. Ele só podia deixar sair o suor inexistente debaixo de seu capacete completo, na esperança de que ele iria, pelo menos, ser capaz de ver através de suas intenções.

"Momon-.... A profunda revelação do Cavaleiro Negro-sama. Eu finalmente entendi um pouco. Este é certamente um problema digno de um soberano. Mas quanto à questão de o senhor não ter ninguém o acompanhando, eu não posso ficar de braços cruzados quanto a isso. Embora eu saiba que fazer isso possa causar alguns problemas, eu espero que senhor vá, misericordiosamente, permitir que o sigamos."

"... Realmente não há como impedir. Então, eu vou permitir apenas uma pessoa."

Demiurge soltou um sorriso elegante.

"Estou grato por o Cavaleiro Negro-sama conceder o meu pedido."

".... Apenas me chame de Cavaleiro Negro, não precisa dos honoríficos. "


"Como nós poderíamos?! Eu absolutamente não vou permitir que o senhor seja abordado de tal forma. Claro, se fosse algum tipo de trabalho secreto, ou algum tipo de tarefa muito especial ou comando, eu poderia obedecer a essa ordem, mas, na Grandiosa Tumba de Nazarick, não há ninguém que ousaria se dirigir ao senhor dessa maneira, Momonga-sama... Não, Cavaleiro Negro-sama!"

Ouvindo o discurso apaixonado de Demiurge, Momonga se sentiu comovido, não pôde impedir e acenou com a cabeça. Em seu coração, ele pensou que ser chamado de Cavaleiro Negro faria com que outras pessoas tirassem sarro dele pela escolha de um nome tão estúpido, e ele começou a se arrepender de ter escolhido esse nome.

"Eu sinto muito, Momon... Cavaleiro Negro-sama, eu tomei muito do seu tempo valioso. Então, o restante de nós ficará alerta, no caminho de volta, diga aos outros que irei lá para fora."

"Sim senhor, Demiurge-sama."

"Os servos também aprovam. Venha Demiurge, vamos."

Momonga passou por Demiurge, que estava se curvando. Erguendo a cabeça, Demiurge o seguiu depois.

"Por que é que Momon... *tosse* Cavaleiro Negro-sama está vestido dessa maneira?"

"Não sei, mas deve haver algum motivo." Os demônios confusos que foram deixados para trás se perguntavam.

  Não foi porque Momonga se teletransportou, eles realmente viram através dele.  Embora Momonga não fosse capaz de detectar, todos dentro da Grandiosa Tumba de Nazarick, não, todos dentro da Ainz Ooal Gown emitiam um tipo especial de presença que os servos usavam para determinar se a outra pessoa era um aliado ou não.

        Além disso, os 41 soberanos da Grandiosa Tumba de Nazarick - dos quais apenas Momonga restava - tinham uma presença especial que envolvia todo o corpo, permitindo aos servos saber imediatamente quem eram seus soberanos.
 Eles seriam capazes de sentir essa incrivelmente forte presença não importando o quão longe ela estivesse. Mesmo que Momonga tivesse coberto todo o seu corpo com uma armadura de aço, eles nunca o confundiriam com outra pessoa.
 Sua aura era ainda mais fácil de distinguir em relação aos outros.

Alguém estava subindo a escadaria que conduzia ao primeiro andar de Nazarick.  Julgando pela aura que vinha da direção da escada, podia ser determinado que era um Guardião de Andar.
Subindo as escadas e entrando em seu campo de visão estava o belo rosto da Comandante dos Guardiões, Albedo.

Vendo que eles estavam na frente do superior direto de Demiurge, todos os demônios se ajoelharam. Para Albedo, a visão deles se ajoelhando era natural, e, como se ela não tivesse os visto, começou a olhar para os arredores.
 Sendo incapaz de encontrar o que estava procurando, Albedo foi até os demônios e os interrogou.

"... Eu não vejo Demiurge, aonde ele foi?"

"Isso... Há pouco, Cavaleiro Negro-sama veio, então, Demiurge o seguiu para fora."

"Cavaleiro Negro... sama? Eu nunca ouvi falar desse nome... Demiurge saiu com essa pessoa? Um digno Guardião o seguiu para fora? Isso não é muito estranho?"

Os demônios não sabiam o que fazer e não puderam deixar de olhar para frente.

 Albedo olhou para os demônios com um sorriso caloroso.

"Será que um mero servo se atreve a esconder alguma coisa de mim?"

Sua advertência quente e suave os fez estremecer de medo e os demônios foram incapazes de continuar escondendo a verdade.

"Demiurge-sama determinou que o Cavaleiro Negro-sama é a pessoa para a qual servimos."

"... Momonga-sama esteve aqui!"

Albedo chiou e os demônios responderam calmamente:

".... Não, o nome dessa pessoa é Cavaleiro Negro-sama."

"... E os guardas? Será que Demiurge recebeu instruções de Momonga-sama? Mas eu já tinha um compromisso com ele, e Demiurge não poderia saber que Momonga-sama estava vindo aqui, certo? Esqueça, vamos colocar isso de lado. Em primeiro lugar, eu tenho que pegar algumas roupas e tomar um banho!"

 Albedo tocou suas próprias roupas. Trabalhar o tempo inteiro deixou suas roupas sujas, suas asas e cauda também pareciam estar um pouco despenteadas. No entanto, mesmo se uma beleza inigualável como Albedo ficasse um pouco suja, não iria diminuir sua boa aparência de forma alguma. Era como ter um milhão de pontos reduzidos por um único ponto, isso não era grande coisa e não teve nenhum efeito perceptível sobre sua beleza.
Mas, para Albedo, esse tipo de coisa era inaceitável e ela não permitiria que quem ela ama a visse dessa maneira.

"O banheiro do closet... Seria onde Shalltear está...? Vou ser vista com alguma suspeita... mas eu deveria ser capaz de suportar ela por agora. Você aí, vá para o meu quarto e me traga algumas roupas! Rápido!"

Neste momento, um dos demônios que Albedo abordou, partiu. Esse demônio seria o Demônio da Inveja.

"... Albedo-sama, eu não quero faltar com o respeito, mas o seu traje atual não está bom?"

"... O que você disse?" Albedo parou e respondeu com raiva. Ela acreditava que o demônio queria que ela parecesse suja quando ela fosse ver Momonga.

"... Não, eu apenas pensei que Albedo-sama é uma bela dama, se você fosse mostrando que tem trabalhado duro para cumprir suas ordens, você daria uma impressão mais favorável. No fim, seria mais vantajoso para Albedo-sama, não é?"

Os outros demônios também recomendaram:

"No momento em que Albedo-sama terminar de tomar banho e se vestir para aparecer na frente de Momonga-sama... Cavaleiro Negro-sama, quem sabe quanto tempo irá passar. Desperdiçar esta oportunidade, não seria uma pena?"
 (Smooth moves, smooth moves...)
"Hmm--" Albedo estava imersa em pensamentos. O que eles disseram não estava errado. "Isso faz sentido... Talvez seja porque tem sido um longo tempo desde a última vez em que entrei em pânico. Eu só posso ver Momonga-sama depois de 18 horas, você não acha que 18 horas é muito tempo?"

"Sim, é muito tempo."

"Querer criar uma organização operacional o mais rápido possível e voltar para o lado de Momonga-sama... Chega de perder tempo, eu preciso ir encontrar Momonga-sama rapidamente. Onde ele está agora?"

"Ele acabou de sair por aquela porta."

"Aqui?"

Embora Albedo tivesse respondido friamente, seu rosto mostrava um sorriso tímido e ela bateu suas asas adoravelmente com a oportunidade de ver Momonga. Ela rapidamente passou pelos demônios.
Em seguida, os passos pararam de repente, Albedo pediu aos demônios de novo:

"Eu vou perguntar de novo: Momonga-sama irá melhorar a sua impressão sobre mim com isso?"
 ? ? ?

Saindo do santuário, uma cena bonita recebia Momonga. A Grandiosa Tumba de Nazarick tinha uma área de cerca de 200 metros quadrados. Ela era cercada por grossas paredes de proteção de seis metros com uma entrada na frente e nos fundos.
  A grama no cemitério era mantida curta, dando-lhe uma atmosfera refrescante. Mas, por outro lado, o cemitério tinha grandes árvores frondosas cobrindo toda a área em sombras, criando um sentimento sombrio.
Havia também muitas lápides brancas que estavam colocadas em um arranjo confuso.

Grama devidamente aparada e as lápides desordenadas criavam um forte sentimento de disparidade. Não só isso, mas a área também foi pontilhada com belas esculturas de anjos e deusas, juntamente com outras obras de arte.
Mas não era possível não menosprezar o design caótico deste cemitério. Além disso, além dos quatro pequenos santuários nos quatro cantos do cemitério, havia um enorme santuário central com uma estátua de seis metros de altura de um guerreiro sendo protegido por soldados.

 Foi do Santuário Central da Grandiosa Tumba de Nazarick que Momonga saiu.  Momonga estava no topo das escadas de placa de pedra e silenciosamente olhava para a paisagem.
 A Grandiosa Tumba de Nazarick era localizada em Helheim, que era um mundo frio com uma noite sem fim. Por causa da noite eterna, a atmosfera era bastante escura e o céu estaria sempre coberto por nuvens escuras.



Mas o cenário hoje estava diferente. Na frente de seus olhos, havia o bonito céu noturno.  Momonga olhou para o céu, e soltou um suspiro cheio de emoção, constantemente balançando a cabeça como se não pudesse acreditar no que estava vendo.

"Para ser capaz de fazer isto em um mundo virtual... É realmente incrível... O ar aqui é fresco e não há qualquer vestígio de contaminação da atmosfera. As pessoas que nascem neste mundo não precisariam de pulmões artificiais ou corações..."

Ele nunca viu um céu tão claro. Momonga queria lançar magia, mas foi impedido pela armadura que ele usava. Certas classes relacionadas à magia tinham habilidades especiais – e ser capaz de lançar magias enquanto estivesse vestindo armadura era uma delas, mas Momonga nunca aprendeu essa habilidade. Assim, a armadura que ele estava usando prejudicava sua capacidade de lançar feitiços.
Mesmo que fosse uma armadura criada com magia, ele, ainda assim, não teria a vantagem de ser capaz de lançar feitiços enquanto a usava.

Enquanto estivesse vestindo a armadura, havia apenas cinco tipos de feitiços que poderiam ser lançados. Infelizmente, o feitiço que Momonga queria usar não era um desses cinco tipos.
 Momonga estendeu a mão para o ar vazio e tirou um acessório. Era um colar em forma de asas de um pássaro.  Usando o colar, ele concentrou sua consciência sobre o colar, ativando o poder oculto dentro dele.

"[Flight]."
Rejeitando as limitações da gravidade, Momonga lentamente flutuou para o céu. Ele continuou acelerando, subindo em uma linha reta em um só fôlego.
 Embora Demiurge o tivesse seguido rapidamente, Momonga não lhe deu atenção e continuou subindo. Inconscientemente, ele estava a várias centenas de metros do chão.

Então, Momonga desacelerou lentamente e tirou o capacete. Ele estava sem palavras – Não... olhar para este mundo o fez ficar sem palavras.
A luz branca azulada da Lua e das estrelas espantou a escuridão no chão. Com a brisa soprando, as pastagens ondulantes pareciam um mundo que brilhava. As incontáveis estrelas no céu ao longo da Lua e os planetas emitiam um esplendor brilhante, complementando o cenário no chão.

Momonga não pôde deixar de suspirar:

"Lindo... Não, lindo demais para expressar com palavras... Eu não tenho nenhuma ideia de que tipo de expressão Blue Planet-san faria se visse isso..."

Ele viu um mundo sem ar, água ou poluição do solo.  Momonga pensou sobre seu companheiro, pensando em quando ele apareceu na rede, ele foi elogiado como um romântico, e seu rosto que parecia uma rocha mostrava um sorriso.
- Um homem caloroso e gentil que amava o céu noturno.
Não, o que ele amava era a natureza. Ele amava a natureza, embora ela fosse poluída e destruída. Como ele queria admirar uma paisagem que já não existia na realidade, ele começou a jogar Yggdrasil.
Ele também passou muito de seu tempo trabalhando duro para criar o sexto andar, especialmente o céu noturno, criando assim, o seu mundo ideal.

Para uma pessoa que amava a natureza, era especialmente empolgante quando se falava sobre a natureza. Ao ponto de quase ser excesso de entusiasmo.  Se ele visse este mundo, não haveria nenhuma forma de dizer o quão animado ele ficaria, ou quão profunda, ou apaixonada, a discussão seria. Momonga realmente queria ouvir o profundo conhecimento de seu velho amigo, Blue Planet, de quem ele sentia tanta falta.
 Ele se virou ligeiramente para o lado.  Claro que não havia ninguém ao lado dele. Era impossível.

Momonga ouviu o som de asas batendo, e vira a forma mudada de Demiurge.  A partir de suas costas havia um par de molhadas asas negras. Seu rosto também passou de humano para um rosto parecido com o de um sapo.
 Esta era a forma metade demônio de Demiurge. Algumas das classes de raças heteromórficas podem se transformar em várias formas diferentes. Em Nazarick, tanto Sebas e Albedo têm diferentes formas.

Apesar de ter sido problemático aprender essas formas raciais incomuns, elas haviam sido populares por um longo tempo, porque poderia ser como um chefe final, com várias formas de diferentes raças heteromórficas.
Muitas pessoas gostavam dessas raças incomuns, mas as configurações como meio humano ou puro humano tinham alguns pontos fracos, enquanto jogar com uma raça heteromórfica dava habilidades especiais.

Momonga desviou o olhar de Demiurge transformado e voltou para as estrelas no céu, como se a falar com amigos que não estavam aqui, Momonga suspirou:

"... Mesmo apenas contando com a lua e as estrelas, eu posso ver o cenário... É difícil de acreditar que este é realmente o mundo real. Blue Planet-san... O céu está realmente brilhando como uma caixa de joias."

"Talvez seja por isso. A beleza deste mundo deve ser certamente como pedras preciosas criadas apenas para decorar Momon- Cavaleiro Negro-sama."

Demiurge falou palavras de lisonja.  O discurso repentino parecia ter vindo de delírios estranhos de seu parceiro e isso fez Momonga se sentir um pouco irritado. No entanto, olhando para um cenário como este, a raiva logo desapareceu.
  Além disso, depois de olhar para baixo, sobre o mundo, ele sentiu como se fosse muito pequeno. Em seu coração, ele começou a pensar que continuar a agir como um Overlord do mal era uma boa ideia.

"É verdadeiramente belo. Essas estrelas foram feitas para me decorar... Talvez seja. Vou deixar meu corpo aqui para obter esta caixa de joias que não pertencem a ninguém."

Momonga estendeu a mão e fechou o punho. As estrelas do céu pareciam cair em sua mão. Claro, era porque as estrelas estavam sendo bloqueadas pela sua mão. Momonga encolheu os ombros devido seu comportamento infantil, voltou-se para Demiurge e disse:

"... Não, isso não é algo que só eu deveria ter. Talvez ela deva ser usada para decorar a Grandiosa Tumba de Nazarick- A Ainz Ooal Gown de todos nós."

"... Um discurso verdadeiramente inspirador. Se o senhor quiser, eu vou trazer imediatamente os exércitos de Nazarick e conquistar esta caixa de joias. Presentear esta caixa de joias ao meu amo, Momonga, seria a maior honra de Demiurge".
Ao grandioso ato de Demiurge, Momonga suavemente sorriu.

Pensando nisso, Demiurge também estava imerso neste ambiente.

"Por enquanto, não sabemos que tipos de criaturas vivem neste mundo, então, eu só posso indicar a falácia de sua ideia. Nossa presença aqui é extremamente pequena. No entanto, conquistar o mundo é uma ideia muito interessante."

Conquistar o mundo seria algo que só os bandidos que aparecem em programas de televisão infantis diriam.  Na verdade, não seria fácil conquistar o mundo. Problemas também surgiriam se alguém conquistasse o mundo, uma vez que a lei e a ordem tivesse que ser mantida para evitar rebelião, tinha de haver uma união entre os países, e assim por diante. Apenas pensando sobre algumas dessas coisas, a ideia de realmente conquistar o mundo iria perder rapidamente o seu encanto.

Embora Momonga estivesse plenamente consciente dessas coisas, ele ainda falou sobre querer conquistar o mundo. Porque, depois de ver a beleza deste mundo, seus desejos infantis foram acionados por ele. Além disso, por ter de manter sua imagem de notório líder da Ainz Ooal Gown, ele deixou escapar acidentalmente algumas frases infantis. Além disso, havia outra razão.

"... Urbet-san, LuciFer-san, Variable Talisman-san, Beruriba-san… “

Mais de uma vez, ele se lembrava de falar brincando para os membros da guilda "Juntos, vamos conquistar o mundo de Yggdrasil".  Ele sabia que Demiurge era a pessoa mais inteligente de Nazarick, então, ele deve compreender que a conversa sobre conquistar o mundo era apenas um disparate infantil.

Se Momonga tivesse notado que tipo de expressão o Demiurge com cara de sapo estava fazendo, a conversa não teria terminado ali.
Momonga não olhou para Demiurge, ele estava apenas olhando para o horizonte, onde a terra encontrava o céu.

"... Um mundo desconhecido. Mas, neste mundo... há somente eu. Será que os outros membros da guilda também vieram para cá?"

Embora fosse impossível criar um segundo personagem em Yggdrasil, para aqueles que já tinham deixado o jogo, era possível criar um novo personagem apenas para voltar para o último dia.
Também era possível que Meromero houvesse retornado durante o momento em que o servidor deveria se encerrar.

Em conclusão, Momonga vivendo aqui era uma situação anormal. Se isso foi causado por algum fenômeno desconhecido, em seguida, outros, que ainda estavam jogando o jogo, poderiam ter ficado presos neste mundo, assim como ele.
 Embora ele não pudesse contatá-los usando [Message], poderia ser devido a muitos outros fatores. Por exemplo, estar em um continente diferente, ou sob algum tipo de efeito mágico.


"... Se é assim... Se eu deixar o mundo inteiro saber sobre o nome da Ainz Ooal Gown..."

Se houver qualquer um de seus companheiros ao redor, eles podem ouvir sobre isso. E eles certamente viriam. Momonga estava convencido sobre a amizade entre eles.  Imerso em seus pensamentos, Momonga, de repente, virou-se para olhar para Nazarick, e foi recebido com uma visão impressionante.

O terreno em torno de Nazarick, cerca de cem metros, estava gerando enormes ondas de terra semelhantes às ondas do mar. As planícies começaram a ser cultivadas lentamente em pequenas protuberâncias e se moviam lentamente em uma determinada direção. Elas começaram a se reunir, finalmente, tornando-se uma pequena colina ao redor de Nazarick.  Os montes de terra batiam contra as paredes de Nazarick, esmagando-os, como as ondas de um tsunami batendo em todas as direções.

“... [Land of Waves]. Parece que ele não está usando apenas suas habilidades técnicas, mas também as suas habilidades de classe para aumentar a área de efeito..." Momonga admirou calmamente.
 Em Nazarick, só havia uma pessoa capaz de tal magia.  'Como esperado de Mare. Parece que deixar a tarefa de esconder as paredes para ele foi uma boa escolha afinal de contas.'

 "Sim, além de Mare, os incansáveis mortos-vivos e golems estão ajudando também. Mas o progresso é muito lento e não é bom o suficiente. Depois de mover a terra, haverá muitas depressões onde as plantas teriam de ser colocadas a fim de escondê-las. Isto irá aumentar ainda mais a carga de trabalho de Mare..."

"... Esconder as paredes de Nazarick deve levar um bom tempo, o problema é se vamos ser ou não descobertos durante a construção. Como está a situação da segurança ao redor daqui?"

"Os estágios iniciais dos sistemas de alerta antecipado já foram concluídos. Se houver quaisquer invasões de formas de vida inteligentes, saberemos imediatamente, e sem que o intruso saiba."

"Bom trabalho. Mas... Estes sistemas de alerta antecipado também podem ser usado pelos servos?"

Após receber a confirmação de Demiurge, apenas em caso, Momonga sentiu que a construção de outra rede de alerta seria apropriada.

"... Sobre a construção do sistema, eu tenho uma ideia. Por favor, construam-no assim."

"Sim, senhor. Após consultar Albedo, vamos combinar os nossos esforços. Sim, Cavaleiro Negro-sama."

"—Já chega, Demiurge. Pode me chamar de Momonga."

"Entendido... Posso perguntar qual será o próximo passo de Momonga-sama?"

"Eu pretendo visitar Mare e fornecer-lhe uma recompensa adequada por cumprir sua tarefa com perfeição..."

Demiurge soltou um sorriso. Era um sorriso gentil, algo completamente diferente do que se esperaria de um demônio.

 "Para receber apreciação diretamente de Momonga-sama já seria uma grande recompensa... Isso... Minhas desculpas, mas de repente eu pensei em algo que eu preciso resolver. Quanto à localização de Mare..."

"Sem problemas. Você pode ir, Demiurge".

"Muito obrigado, Momonga-sama."

Uma vez que Demiurge começou a voar para longe, Momonga também começou a flutuar para o chão e, mais uma vez, vestiu o capacete. Localizado no seu destino estava um Elfo Negro, que notou algo e inclinou a cabeça para olhar para o céu – ao ver Momonga, ele ficou chocado. Esperando Momonga pousar, Mare correu apressadamente. Sua saia tremulando ao vento.
 Um pouco podia ser visto. Não, Momonga não queria ver, ele estava apenas curioso sobre o que estava sendo usado por baixo.

"Momo- Momonga-sama, é uma honra ter o senhor aqui."

"Eh... Mare, não há necessidade de ter medo, pode ficar tranquilo. Se você não está acostumado a isso, não precisa ser tão formal... É claro que apenas em particular."

"Is—Isso não pode ser feito, como eu poderia não usar honoríficos ao falar com o senhor... Nem mesmo a minha irmã faria isso. Isso seria muito rude."

Embora ele não gostasse de crianças o tratando de forma tão respeitosa...

"Então é assim, Mare. Se você insiste, então, eu não tenho nenhuma objeção. No entanto, eu quero que você saiba que eu nunca te forcei a fazer isso."

"Si- sim!... Fal— Falando nisso, Momonga-sama, por que o senhor veio aqui? Se—Será que eu fiz algo de errado..."

"Nada do tipo, Mare. Eu vim aqui para recompensá-lo." A expressão de Mare passou de preocupação e medo de ser repreendido para uma de surpresa.

 "O trabalho que Mare tem atualmente é extremamente importante, porque as pessoas deste mundo podem ter um nível médio de 100 ou mais. Se existem esses tipos de adversários, mesmo com a rede de alerta, também será necessário esconder a Grandiosa Tumba de Nazarick de olhos predadores. Esta é uma questão importante." Mare acenava constantemente com a cabeça em concordância.

"Então, Mare, eu queria que você soubesse que a maneira que você está fazendo o seu trabalho é perfeita e me satisfaz. Ao confiar este trabalho a você, eu fiquei mais tranquilo."
Algo que Momonga aprendeu com suas experiências na sociedade é que os superiores devem louvar o trabalho duro de seus subordinados.

Todos os Guardiões davam a Momonga, críticas positivas, então, para manter a lealdade deles, Momonga também deve dar boas críticas sobre o seu trabalho.
Se os Guardiões e NPCs que a guilda criou se sentissem traídos e decepcionados depois de tentar manter um desempenho perfeito, seria o fracasso de Momonga como um líder.
Por isso, ele sempre tinha que prestar atenção e manter a atitude de um soberano na frente deles.

"... Você consegue me entender, não é mesmo, Mare?"

"Sim! Momonga-sama!" Embora ele estivesse usando roupas do sexo feminino, olhando para o rosto tenso de Mare, você podia ver claramente que ele era do sexo masculino.

"Muito bom, em seguida, pelo seu excelente trabalho, eu quero lhe dar uma recompensa."

"Co— Como pode isso! Este é o meu dever!"

"... De acordo com o seu desempenho no trabalho, é somente apropriado recompensá-lo."

"Não, não! A nossa única razão de existir é para servir ao Soberano Supremo, por isso, nosso trabalho duro é a coisa mais natural de se fazer!"

Em uma discussão em que os pontos nunca se encontram, as opiniões nunca se cruzarão, então, Momonga inventou um compromisso.

"Então, que tal isso. Dando-lhe esta recompensa, eu também espero que você continue sendo fiel a mim, dessa forma não deve haver problema, certo?"

"Realmente, realmente não tem problemas?"

Com uma atitude forte, Momonga mostrou a recompensa: era um anel.

"Momo- Momonga-sama... O senhor pegou a coisa errada!"

"Não--"

"--Errado! Esse é o anel da Ainz Ooal Gown, apenas os Soberanos Supremos podem usá-lo! Não posso aceitar uma coisa dessas."

Mare tremeu com a recompensa inesperada, e Momonga também ficou surpreso com a reação dele.  Na verdade, este anel era somente para um membro dedicado da guilda usar, havia apenas 100 desses itens especiais. Estes anéis já foram distribuídos entre os outros 41 membros, então, havia mais 59 anéis- não, 58 anéis que não têm dono. Este realmente era um item valioso, mas para dar isso como uma recompensa, havia a  esperança de que seria utilizado corretamente.

A fim de acalmar Mare, que queria fugir, Momonga solenemente disse a ele:

"Calma, Mare."

"Não, não, de jeito nenhum! Como eu poderia aceitar um anel que só o Soberano Supremo pode possuir--"

"Pense com calma, Mare. Na Grandiosa Tumba de Nazarick, não ter a capacidade de se teletransportar traria uma série de transtornos."

Ao ouvir isso, Mare lentamente começou a se acalmar.

"Espero que, no caso de um ataque inimigo, cada um dos Guardiões possa atuar como um comandante para cada andar, quando se trata de tempo, se você não pode se teletransportar livremente ou escapar, seria muito frustrante; é por isso que eu estou dando este anel para você."

Momonga segurou o anel em sua mão. Sob o luar, o anel parecia emitir um brilho glorioso.

"Mare, eu me sinto muito feliz com a sua lealdade. Eu também entendo por que, como um subordinado, você não gostaria de aceitar o anel que nos representa. No entanto, se você entender meus sentimentos, então, você vai aceitar o meu comando e tomar este anel."

"Ma— Mas, por que eu... Poderia ser que os outros Guardiões também receberam um...?"

"Embora eu pretenda dar um para eles, você será o primeiro. Porque eu estou satisfeito com o seu trabalho, se eu der para alguém que não fez nada, iria desvalorizar o anel como uma recompensa. Você quer que eu reduza o valor desse anel?"

"Não- eu nunca ousaria!"

"Então, pegue-o, Mare. Depois de tomar este anel, continue trabalhando duro para Nazarick e para mim."

Mare nervosamente estendeu a mão e aceitou o anel lentamente.  Vendo Mare fazer isso, Momonga se sentiu culpado. Mesmo que ele quisesse dar o anel como um presente, ele também tinha outro motivo egoísta. Se os outros forem capazes de se teletransportar, tornar-se-ia mais fácil, para Momonga, mover-se despercebido.
Uma vez que Mare colocou o anel da Ainz Ooal Gown, ele imediatamente mudou seu tamanho para caber em seu dedo fino.

Mare olhou intensamente para o anel em seu dedo, relaxou um pouco e suspirou. Então, ele fez uma profunda reverência para Momonga...

"Momonga-sama, obrigado- muito obrigado por me dar este presente... A partir de agora, vou trabalhar mais a fim de não decepcionar as expectativas de Momonga-sama!"

"Então, perdoe-me por incomodá-lo, Mare."

"Sim!"

Mare resolutamente respondeu, seu rosto jovem mostrava uma determinação inabalável.  Aquele que projetou Mare, Simmering Teapot-san, por que você o fez usar esse tipo de roupa? Foi para criar um contraste com o traje de Aura ou havia outra razão?  Enquanto Momonga estava pensando sobre isso, Mare fez uma pergunta.

"Se-, se posso perguntar a Momonga-sama... Por que o senhor está vestido desse jeito?"

".... Eh, bem..."

Porque ele queria sair de fininho - Claro que ele não poderia dizer isso.  Mare olhou com olhos brilhantes e olhava o Momonga conturbado. Como ele iria enganá-lo? Se isto falhar, então seu ato de ser um superior digno iria para o lixo. Não há subordinado que aprovasse um superior que quisesse fugir. Momonga tentou inventar uma desculpa, mas era incapaz de pensar em qualquer coisa, porém, naquele momento, uma voz falou atrás deles.

"É simples, Mare."

Virando-se, Momonga ficou imediatamente extasiado.  Ela poderia ser vista como uma bela dama de pé sob o luar. O luar azulado a iluminava, fazendo-a brilhar como se uma deusa tivesse descido.
 Suas asas negras estavam balançando, soprando uma rajada de vento na frente deles.

 Era Albedo.

Embora Demiurge também tivesse chegado, Momonga não notou sua presença mediatamente devido à beleza de Albedo.

"Momonga-sama usava uma armadura a fim de esconder o seu nome para evitar interromper o trabalho de alguém. Se eles vissem a chegada de Momonga-sama, todo mundo iria parar o que estava fazendo e o saudar em respeito. No entanto, Momonga-sama não queria interferir com o trabalho de todos, e é por isso que ele se vestiu como o Cavaleiro Negro."

"Não é isso, Momonga-sama?"

Ao ouvir a pergunta de Albedo, Momonga imediatamente acenou com a cabeça:

"Como esperado de Albedo, entendeu minhas intenções."

"Como a comandante dos Guardiões, isso é uma benção. Não, mesmo que eu não fosse a Comandante, eu acredito que ainda seria capaz de entender o coração de Momonga-sama."

Sorrindo, Albedo fez uma profunda reverência, enquanto Demiurge mostrou uma expressão complicada.  Mesmo que discordasse dela, ele não tinha nenhuma maneira de corrigir seus equívocos.

"Então foi assim..." Mare percebeu depois de ouvir a explicação.

Olhando em sua linha de visão na direção de Mare, Momonga viu algo incrível. Os olhos de Albedo se arregalaram de repente, como se fossem pular para fora, e, com movimentos bruscos, ela apontou para o dedo do Mare.

Assim que Momonga começou a pensar sobre isso, o rosto de Albedo de repente voltou para a sua bela aparência original, como se a cena de antes fosse apenas uma ilusão.

"... Algo errado?"

"Ah, não, nada de errado... Bem então, Mare, desculpe incomodá-lo. Continue o seu trabalho depois de descansar um pouco."

"Si- sim! Então, Momonga-sama, vou sair e descansar agora."

Momonga acenou casualmente com a cabeça. Em seguida, Mare saiu enquanto esfregava o anel em seu dedo.

"Falando nisso, por que Albedo está aqui?"

"Sim, porque eu ouvi de Demiurge que Momonga-sama estaria aqui, eu decidi dar os meus cumprimentos. Peço desculpas por você ter que ver minha aparência suja".

Ouvindo a palavra suja, Momonga olhou para Albedo, mas foi incapaz de pensar nela como suja de alguma forma. Embora houvesse um pouco de sujeira em suas roupas, não era nada que impedia a sua beleza.

"Nada do tipo, Albedo, sua beleza não vai perder o brilho com algo assim. Claro que ter uma mulher tão bonita correndo por aí pareça errado para mim. Mas, agora, a situação é bastante extrema, por isso, perdoe-me. Espero que você continue o seu trabalho duro para Nazarick".

"Por Momonga-sama, não importa o quão difícil seja, não haverá problemas!"

"Obrigado pela sua devoção. Certo... Albedo, há algo que eu quero dar a você."

"... O que... é isso?"

Humildemente inclinando a cabeça, Albedo perguntou em um tom aborrecido. Momonga tirou um anel, e, é claro, era um anel da Ainz Ooal Gown.

"Como comandante dos Guardiões, você irá precisar disso."

"... Muito obrigada."

A reação dela diferia em muito da de Mare, então, Momonga se sentiu um pouco decepcionado. Mas, em seguida, ele imediatamente percebeu seu erro.  Os cantos da boca de Albedo começaram a sofrer espasmos, seu rosto estava mudando constantemente. Suas asas estavam constantemente tremendo, porque ela estava suprimindo sua vontade de batê-las. Ao tomar o anel - ela já o estava segurando firmemente - ela começou a tremer. Não importa o quão estúpida fosse a pessoa, sua excitação era óbvia para todos.

"Continue com a sua lealdade. Quanto a Demiurge... Falaremos na próxima vez."

"Entendido, Momonga-sama. Vou continuar a trabalhar duro para ganhar o direito de receber este grande anel."

"Isso mesmo. Com isso, as coisas que eu queria fazer estão completas. Devo voltar para o 9º andar antes que eu receba uma bronca."

No momento em que o cenário começou a mudar, ele pensou ter ouvido o som de uma menina gritando "Kyaa!" Mas já que a ideia de Albedo usando uma expressão bruta como essa fosse absurda, Momonga apenas supôs que ele ouviu de forma errada.


Parte 2
 Estavam quase alcançando os limites da vila. Durante a corrida, Enri ouviu os sons constantes de metal contra metal.  Com uma oração, ela olhou para trás - e viu a pior situação possível. Um cavaleiro estava bem atrás das irmãs.  Apenas um pouco mais e ele iria alcançá-las.

Enri conteve o impulso de amaldiçoar sua situação, ela não tinha mais forças para desperdiçar reclamando.  Sua respiração era curta, seu coração batia tão forte que parecia que ia estourar, e suas pernas tremiam constantemente. Talvez, em breve, ela fique muito esgotada e apenas caia no chão.  Se ela estivesse sozinha, ela poderia ter desistido e perdido toda a força para correr.

Mas segurar a mão de sua irmã deu a Enri vontade de continuar a correr.  Sim, foi para salvar a sua irmã que Enri continuou a fugir.  Durante a corrida, ela continuou a olhar para trás.  A distância não tinha mudado. Embora o cavaleiro estivesse vestindo armadura, sua velocidade não era nem um pouco lenta. A diferença entre um soldado altamente treinado e uma garota normal da aldeia era óbvia.  Enri sentiu calafrios em sua coluna. Se isto continuasse... Seria impossível levar sua irmã para um lugar seguro.

'Solte.'

Estas palavras entraram na mente de Enri.

'Se você estiver sozinha, pode ser capaz de escapar.'

'Você quer morrer aqui?'

'Separar-se não seria necessariamente mais seguro.'

''Cale a boca, cale a boca, cale a boca!"
Gritando em voz alta, Enri raivosamente censurava a si mesma.  Ela foi a pior irmã. Sua irmã mais nova parecia prestes a chorar, mas por que ela já não estava chorando?  Era porque ela acreditava em sua irmã mais velha. Ela acreditava que sua irmã mais velha iria salvá-la.
 Segurando a mão de sua irmã mais nova - a mão que lhe deu coragem, Enri fortaleceu sua determinação.  Ela nunca poderia abandonar sua irmã.

"Ah!" Enri não era a única esgotada, sua irmã mais nova também tinha usado uma grande quantidade de energia fugindo. Por causa disso, seus passos de repente tropeçaram, fazendo com que ela gritasse e quase caísse.  A razão pela qual as duas não caíram era porque elas estavam segurando a mão uma da outra. Foi só por causa de sua irmã mais nova puxando-a para cima que Enri não perdeu o equilíbrio.

"Rápido!"

"Huff, huff!"

Embora elas quisessem continuar correndo, a perna de sua irmã estava com câimbras e parou de se mover. Enri pensou em carregar sua irmã, mas os sons metálicos, que pararam ao lado dela, assustavam-na demais.  De pé ao lado dela, estava um cavaleiro com uma espada ensanguentada. Não só isso, a armadura e capacete também tinham vestígios de respingos de sangue. Enri ficou na frente de sua irmã e olhou ferozmente para o cavaleiro.

"Não lute desnecessariamente."

Estas palavras foram ditas sem a menor hesitação, palavras cheias de escárnio. Palavras que dizem que, mesmo se corressem, elas não iriam escapar da morte. O coração de Enri estourou de emoção repentinamente, imaginando o que ele estava falando. O cavaleiro levantou lentamente a espada, acima da imóvel Enri. No momento em que a espada estava prestes a descer para Enri--

"Não menospreze as pessoas!"

"Guuu!" Enri impiedosamente atingiu o capacete do cavaleiro. Aquele golpe continha toda a sua raiva e, também, todo o seu desejo de proteger sua irmã, ela não tinha medo de atacar o metal com os punhos. Foi um golpe que usou toda sua energia.

Ao ouvir o som de ossos quebrando, uma dor se espalhou de repente pelo corpo inteiro de Enri. O cavaleiro que sofreu o golpe começou a se balançar violentamente.

"Corra!"

"Eh!" Enri suportou a dor e começou a correr - de repente, ela sentiu uma queimação nas costas.  "--Wuuu!"

"Sua cadela maldita!"

Depois de ser atingido na cabeça por uma simples menina da vila, o cavaleiro ficou furioso.  Ele tinha perdido a calma e violentamente balançou sua espada ao redor. Como resultado, ele foi incapaz de cortar Enri, mas, da próxima vez, ela não teria a mesma sorte. Por Enri estar ferida e o cavaleiro estar enfurecido, o próximo golpe iria ser fatal.

Enri olhou para a espada levantada na frente dela, brilhando na luz, e compreendeu duas coisas. Em primeiro lugar, ambas seriam mortas em poucos segundos. Em segundo lugar, como uma menina comum da vila, não havia nenhuma maneira de resistir. A ponta da espada estava coberta com um pouco de seu sangue. Aquela visão a fez sentir seu próprio coração, a dor em suas costas foi se espalhando por seu corpo, assim como a sensação de queimação de quando ela foi cortada.

Sem nunca ter experimentado este tipo de dor antes, ela ficou com medo e sentiu vontade de vomitar. Talvez vômitos pudessem dissipar o sentimento de medo. Mas Enri estava procurando maneiras de sobreviver, não havia tempo a perder vomitando. Embora, em seu coração, ela quisesse cair em desespero, Enri tinha uma razão para não desistir. Essa foi à sensação de calor ao lado de seu peito - sua irmã mais nova. 'Pelo menos minha irmã deve viver.' Este pensamento fez Enri optar por não desistir.

No entanto, bem na frente dela, estava um cavaleiro, zombando de sua determinação. Levantando sua espada e se prontificando a descê-la. Pode ter sido sua grande concentração, ou a situação de vida ou morte, que fez sua mente explodir, Enri sentiu o tempo desacelerar enquanto pensava em maneiras de salvar sua irmã. Mas ela não conseguia pensar em uma boa solução. A única coisa que podia pensar era em usar seu próprio corpo como um escudo e, enquanto a espada perfurava seu corpo, sua irmã poderia usar esse tempo para fugir, o que seria seu último recurso.

Enquanto ela tivesse forças sobrando, não importa quem a perfurasse, ela não iria desistir até que a chama de sua vida se apagasse. Se isso acontecesse, então, ela iria aceitar o destino. Enri se sentiu como um mártir e mostrou um sorriso. Esta era a única coisa que ela poderia fazer por sua irmã. Este pensamento fez Enri sorrir. Ela não tinha certeza se sua irmã sozinha seria capaz de escapar deste inferno. Mesmo que fugisse para a floresta, ela poderia encontrar soldados patrulhando.

Mas, contanto que ela pudesse sobreviver a isto, havia uma chance de que ela seria capaz de escapar. Apenas pela chance de sua irmã viver, Enri apostou sua vida— não, ela iria apostar tudo o que tinha. Mesmo assim, estando com medo da dor que viria, ela não podia deixar de fechar os olhos. No mundo da escuridão, ela se preparou mentalmente para a morte iminente.


Parte 3
Momonga sentou em uma cadeira, de frente para um espelho. O espelho tinha por volta de 1 metro de altura e, ao invés de mostrar seu reflexo, tinha a imagem de uma pastagem. O espelho era como uma televisão, mostrando o cenário de uma pradaria. A grama balançava no espelho, provando que não era uma imagem estática.
[nota do tradutor: pradaria é um campo aberto.] – MEU DEUS! É SÉRIO? EU NÃO ACREDITO NISSO, ACHEI QUE PRADARIA ERA ONDE FAZIAM PÃO PORRA! CARALHO! QUE NOVIDADE, VOU POR ISSO TATUADO NO MEU DEDO DO MEIO E MANDAR OS OUTROS TOMAR NO CU OLHANDO PRA PRADARIA. (perdi a linha....)

Enquanto o tempo passava, o sol nascia, levando embora a escuridão que envolvia as pastagens. O charme pitoresco do campo rústico era uma enorme diferença se comparado ao desespero sombrio de Helheim, onde Nazarick estava localizada anteriormente.  Momonga apontou para o espelho e gentilmente balançou para a direita. O cenário mostrado no espelho mudou rapidamente.

[Lente de Visão Remota]

Para matadores de jogadores (PK) ou matadores de matadores de jogadores (PKK), este item que podia mostrar a localização dos jogadores tinha um valor incalculável. Contudo, se o jogador usar alguma magia de anti-busca de baixo nível, eles poderiam facilmente se esconder. Não só isso, seria fácil receber um ataque enquanto usava o item, então, o espelho era um item muito bem balanceado, mas, com isso, alguém poderia facilmente ver o cenário do lado de fora e, para a situação atual, isto era uma ferramenta muito útil.  Admirando as pastagens como se estivesse vendo um filme, o cenário no espelho mudava constantemente.

"Eu posso mudar as imagens mexendo minha mão, então, com isso, eu devo ser capaz de ver vários ângulos diferentes do mesmo local."

Momonga desenhou um círculo no ar, a vista do cenário mudou. Embora ele estivesse mudando a vista no espelho constantemente usando gestos com as mãos, esperando encontrar pessoas, ele foi incapaz de achar quaisquer sinais de vida inteligente— de preferência, humanos.

 Ele continuou fazendo este trabalho monótono, mas a única coisa que refletia no espelho depois de cada mudança eram mais pastagens. Depois de ver por tanto tempo, ele ficou entediado e, então, olhou para a outra única pessoa na sala.

"Algo errado, Momonga-sama? Se o senhor desejar algo, por favor, não hesite em pedir."

"Não, não é nada, Sebas."

A outra pessoa na sala, Sebastian, mostrou um sorriso, mas sua fala anterior, na verdade, teve outro sentido. Embora Sebastian esteja preso a obedecer absolutamente qualquer ordem, o fato de que Momonga não trouxe seus servos, deixou-o um pouco triste.  Depois de voltar lá de cima, Sebas deu um sermão nele.

"Bem, ele tem razão...."

Momonga disse o que estava em seu coração.  Quando estava com Sebas, ele se lembrou do seu antigo companheiro de guilda, Touch Me-san. Até porque, foi ele quem fez Sebas. Mas ele não precisava fazer Sebas ser idêntico a ele, até mesmo seu olhar de raiva era tão amedrontador quanto o dele. Depois de reclamar silenciosamente, Momonga, mais uma vez, olhou para o espelho.  Momonga pensou em ensinar a técnica de manipular o espelho para Demiurge. Isto foi devido ao fato que ele tinha dito anteriormente a Demiurge, a tal ideia para melhorar a rede de segurança.

Embora fosse mais fácil dar essa responsabilidade para um subordinado, Momonga ainda sentia que ele devia fazer isso pessoalmente. Na verdade, ele tinha outro motivo, que era fazer com que seus subordinados o vissem trabalhando duro e o admirassem. Então, ele, definitivamente, não pode deixar o tédio vencê-lo e desistir no meio. E a razão pela qual ele não estava olhando para as coisas de um ângulo maior... se pelo menos tivesse um manual— com uma expressão amarga, Momonga continuou a tarefa entediante de experimentos com o espelho.  Uma quantia desconhecida de tempo passou.

Pode ter sido pouco tempo, mas se não houvesse resultados, a única coisa que daria para pensar era que tempo estava sendo perdido.  Com uma expressão vazia, Momonga gesticulou aleatoriamente, de repente, o cenário ficou maior.

"Oh!"

Surpresa, alegria e orgulho, foram essas as emoções que Momonga exclamou. Depois de muito tempo fazendo gestos aleatoriamente, finalmente, a imagem mudou de acordo com sua vontade. Como um grupo de programadores que tivesse acabado de terminar 8 horas de hora-extra, Momonga se alegrou.

Em resposta a sua alegria, sons de aplausos puderam ser ouvidos. Aquele som, obviamente, veio de Sebas.

"Parabéns, Momonga-sama. Realmente admirável! “

Depois de muitas tentativas e erros, e finalmente ter obtido um resultado, não era para tanto receber tais palavras. Momonga estava pensando de tal forma, mas depois de ver a expressão de felicidade de Sebas, ele honestamente aceitou os elogios.

"Obrigado, Sebas, mas por você ter acompanhado por tanto tempo, perdoe-me."

"O que o senhor está dizendo, estar ao lado de Momonga-sama, obedecer a suas ordens, seria a razão da existência de um mordomo. Não há motivo para se desculpar.... Mas o senhor passou muito tempo fazendo isto. Momonga-sama, gostaria de fazer uma pausa?"

"Não, não precisa. Para um morto-vivo como eu, não há sensações de cansaço. Contudo, se você estiver cansado, está tudo bem se quiser descansar."

"Obrigado pela sua consideração, mas que tipo de servo descansa enquanto seu mestre está trabalhando duro. Com a ajuda de alguns itens, eu também jamais irei ficar cansado fisicamente, por favor, permita-me ficar ao seu lado até que o senhor termine."

Naquela conversa, Momonga percebeu uma coisa. Todos usavam, casualmente, termos do jogo. Tais como habilidades especiais, classes, itens, status, dano, efeitos negativos e etc..... Com uma cara séria, eles estavam dizendo termos do jogo. 'Então, de agora em diante, seria mais fácil dar instruções.' Depois de Momonga aprovar o pedido de Sebastian, ele voltou a experimentar métodos para controlar o espelho. Finalmente descobrindo um modo de ajustar a altura da vista.

Mostrando um sorriso de satisfação, Momonga começou a procurar por lugares com pessoas. Finalmente, o cenário de um vilarejo apareceu.
Localizado aproximadamente a 10 quilômetros de Nazarick, perto de uma floresta, rodeado por campos de trigo, havia um vilarejo. À primeira vista, o vilarejo não era tão avançado.  Momonga expandiu a visão do vilarejo e sentiu como se algo estivesse estranho.

"Eles estão organizando um festival?"

Era muito cedo e pessoas estavam correndo para dentro e para fora de suas casas, fazendo com que tudo parecesse caótico.

"Não, isto não é um festival." Vindo para seu lado e olhando no espelho com seus olhos afiados. Sebas respondeu duramente.
O tom firme de Sebastian estava cheio de desgosto, depois de aumentar a vista, Momonga também olhou com desgosto.

Cavaleiros completamente vestidos por armaduras estavam levantando suas espadas, perseguindo os aldeões que não usavam nada além de trapos.  Era um massacre.  Com cada golpe, um aldeão caía. Os moradores não pareciam ter nenhuma defesa, eles só podiam fugir desesperadamente. Os cavaleiros continuaram matando os moradores que fugiam. Nos campos, dava para ver um cavalo comendo o trigo, ele provavelmente pertencia a um dos cavaleiros.

"Tch!" Momonga fez um som e quis mudar a imagem imediatamente. Esse vilarejo não tinha nenhum valor estratégico. Ele até tentaria salvar o vilarejo se houvesse algo para ganhar em troca, mas, olhando para a situação, não havia nenhum motivo para tentar salvar o vilarejo.  Não havia motivo para ele os salvar.

Depois de chegar nessa decisão severa, Momonga começou a duvidar de seus próprios pensamentos. Havia um massacre ocorrendo bem na frente de seus olhos, mas tudo em que ele podia pensar era no que seria melhor para Nazarick. Seu coração já não tinha mais os sentimentos de pena, raiva ou ansiedade que um humano deveria ter. Era como assistir um programa de televisão sobre animais e insetos predando uns aos outros.

Será possível que, depois de se tornar um morto-vivo, ele não se considerava mais como ser humano? Não, como pode isso. Momonga desesperadamente tentava achar desculpas que justificassem seus pensamentos. Ele não era nenhum justiceiro.  Embora ele pelo menos estivesse no nível 100, assim como ele disse para Mare antes, o mundo também poderia ter pessoas normais que fossem nível 100.

Então, não era possível sair por aí em um mundo desconhecido. Os cavaleiros poderiam ter um motivo que justificasse aquilo. Poderia ser uma doença, um crime, ou somente uma demonstração de poder, várias razões diferentes vieram à mente de Momonga. Não só isso, afugentar os cavaleiros poderia fazer com que o país que eles representavam virasse seu inimigo.

Momonga esticou sua mão esquelética e— coçou sua caveira, pensando. Depois de se transformar em um morto-vivo que era imune a efeitos mentais, será que ele realmente não sentia nada depois de olhar uma cena dessas? Definitivamente não.  Mexendo de novo, o espelho refletiu a imagem de outro canto do vilarejo.

 O que apareceu era uma cena de dois cavaleiros próximos a matar um aldeão que estava lutando. O aldeão estava de mãos atadas e era incapaz de se mover. Na frente de seus olhos, o aldeão foi perfurado. A espada atravessou seu corpo e saiu pelo outro lado, foi um golpe fatal. Contudo, não parou por aí. Uma, duas, três vezes— como se estivessem descontando sua raiva, eles repetidamente golpearam os aldeões.

Finalmente, o cavaleiro chutou o aldeão, enquanto ele sangrava. O aldeão fixou seus olhos em Momonga. Talvez isto fosse apenas sua imaginação. Isso, definitivamente, era só coincidência.  Sem magia de anti-busca, era impossível detectar a visão do espelho.  Sangue saía da boca do aldeão, enquanto ele desesperadamente tentava falar. Seus olhos desfocaram, ele não sabia para onde estava olhando, era claro que ele estava morrendo, mas ele abriu sua boca e disse uma frase:

"Por favor, salve minha filha."

"Quais são seus planos?" Sebas parecia ter entendido o clima e perguntou calmamente.

Só havia uma resposta. Momonga tranquilamente respondeu:
"Nada. Não há motivo, valor ou benefício em salvá-los."

"Sim, senhor."

Momonga calmamente olhou para Sebastian— ao lado dele, ele pôde ver a sombra de seu antigo companheiro de guilda.
"Isto.... Touch Me-san...." Nesse momento, Momonga pensou em uma frase.

'Se a estrada é dura, é natural pegar sua espada e ajudar.'

Quando Momonga começou a jogar Yggdrasil, caçar semi-humanos e raças heteromórficas era extremamente popular, e, como um morto-vivo, Momonga também era caçado. Quase ao ponto de deixar Yggdrasil, as palavras de certa pessoa o salvaram. Se não fosse por aquelas palavras, Momonga não estaria aqui.  Momonga suspirou suavemente, então, mostrou um sorriso desamparado. Depois de se lembrar disto, ele tinha que salvar aquelas pessoas.

"Um homem sempre deve mostrar gratidão.... De qualquer forma, mais cedo ou mais tarde, eu teria que confirmar minhas habilidades neste mundo."

Depois que Momonga terminou de conversar com seu amigo que não estava aqui, ele ampliou a vista do vilarejo até que estivesse totalmente visível. Seu propósito era procurar sobreviventes.

"Sebas, coloque Nazarick em estado de alerta máximo. Eu irei na frente, notifique Albedo que ela deve me acompanhar completamente armada. Contudo, não há necessidade para trazer o Abismo do Inferno. Depois, vá e prepare tropas de reforços. Nós temos que nos preparar para quaisquer acontecimentos inesperados que me deixem incapaz de escapar, então, prepare pessoas com habilidades furtivas caso precisemos lidar com inimigos neste vilarejo."

"Sim, meu senhor, mas proteger Momonga-sama é a tarefa que me foi confiada."

"Quem lhe deu tal ordem.... Aqueles cavaleiros estão destruindo aquele vilarejo, o que significa que podem haver cavaleiros capazes de invadir Nazarick por perto. Então, você deve ficar para trás."

A cena mudou, a imagem de uma jovem garota socando um cavaleiro apareceu em seus olhos. A garota segurava outra garota, que devia ser sua irmã, e elas tentaram correr. Momonga rapidamente abriu seu baú de itens e pegou o cajado da Ainz Ooal Gown. No momento que a garota tentou correr, suas costas foram cortadas. Já que não havia tempo, Momonga invocou a palavra de poder:

[Gate]

Sem limitações de distância, chance de falhar de 0%.  Durante o tempo que Momonga jogou Yggdrasil, esta era a magia mais precisa de teletransporte.  O cenário na frente de seus olhos mudou.  Vendo que a magia de teletransporte não foi prejudicada por nada, Momonga soltou um suspiro de alívio. Ser capturado ao invés de salvar alguém seria a pior situação possível.

A cena em frente aos seus olhos era exatamente a mesma de antes. As duas garotas apavoradas estavam bem na frente de seus olhos. Olhando para a irmã mais nova, ele viu uma cabeça cheia de um cabelo castanho, trançado em um rabo de cavalo. Sua pele saudável que tinha sido exposta constantemente ao Sol, tinha perdido toda sua coloração por causa do medo, seus olhos pretos transbordavam em lágrimas.

A irmã mais nova estava enfiando a cabeça na cintura de sua irmã e tremia de medo. Com olhos frios, Momonga encarou o cavaleiro na frente das garotas.

Não estava certo se era por causa da aparição repentina de Momonga, mas o cavaleiro se voltou para Momonga, esquecendo-se da espada que empunhava.

Desde pequeno, Momonga teve uma vida livre de violência. Em relação ao mundo em que estava, ele tinha certeza de que não era o mundo virtual, mas, ao invés disso, o mundo real. Mesmo assim, ao olhar para os olhos do cavaleiro que empunhava sua espada a sua frente, ele não estava nem um pouco amedrontado. Com isso, ele calmamente tomou uma decisão. Momonga esticou suas mãos e ativou sua magia:

[Grasp Heart]

Essa magia irá esmagar o coração do inimigo, dos dez níveis de magia, esta magia estava no nível nove das magias de Necromantes. Das magias de Necromante que Momonga tinha, muitas continham a propriedade da morte, esta era uma delas. A razão pela qual ele escolheu tal magia era pelo de fato de que, mesmo se o inimigo resista de alguma forma, ela ainda fará com que ele fique atordoado com o efeito negativo. Se ele resistisse, ele pretendia pegar as garotas e entrar no Portal que estava aberto.

Durante uma situação em que ele ainda precisa descobrir os detalhes sobre seu inimigo, seria melhor ter um plano em que ele pudesse avançar e recuar facilmente. Só que ele foi incapaz de executar tal plano. Com a sensação de esmagar algo macio, o cavaleiro ficou mole e caiu silenciosamente. Momonga olhou friamente para o cavaleiro morto. Seu coração sabia que sua profecia tinha virado realidade... mesmo depois de matar uma pessoa, ele não sentia nada. Não havia culpa, medo nem confusão em seu coração, ele estava tranquilo como a superfície calma de um lago. Por quê?

"Então parece que... não só meu corpo, mas também meu coração deixou de ser humano...."

Momonga andou para frente. Enquanto passava pelas garotas, poderia ser medo devido ao modo pelo qual o cavaleiro morreu, mas a irmã mais nova, suspeitando de Momonga, fez um som. Momonga obviamente veio para salvá-la. Mesmo assim, o jeito que a garota reagiu com ele foi estranho, no que ela estava pensando exatamente?

Embora ele estivesse cético, nesse momento, Momonga não tinha muito tempo. Confirmando que a garota ainda tinha uma ferida sangrando em suas costas, Momonga ficou na frente das duas e viu nitidamente o outro cavaleiro saindo de uma casa próxima.

O cavaleiro, vendo Momonga, deu um passo com medo.

"Você ousa perseguir garotinhas, mas não tem coragem de enfrentar o inimigo?" Momonga enfrentou o cavaleiro que estava cheio de medo e começou a escolher qual magia ele queria usar. Anteriormente, Momonga usou um feitiço,de alto nível, [Grasp Heart]. O feitiço fazia parte de uma área mágica da qual ele estava acostumado. Por Momonga ser um especialista em magias de morte, e por causa de sua classe, Morto-Vivo Overlord, o efeito de [Grasp Heart] foi aumentado significativamente. Contudo, com aquilo, ele foi incapaz de medir a verdadeira força dos cavaleiros.

Então, para que o cavaleiro use alguma de suas habilidades, ele não pode ser morto instantaneamente. Desse modo, ele pode confirmar a força deste mundo e também a sua própria.

"Já que eu gastei meu tempo vindo aqui, eu devo achar outro indivíduo para fazer meus experimentos. Você irá me ajudar com um deles."

Embora a magia de Necromante de Momonga estivesse mais forte, o poder de suas magias básicas não era alto. Além disso, uma armadura de metal era fraca contra ataques de choque, então, durante o tempo dentro de Yggdrasil, muitas pessoas adicionavam resistência à choque em suas armaduras. Por causa disso, Momonga decidiu usar uma magia de choque contra o cavaleiro, para poder calcular o dano.

Para não matar o inimigo, ele não usou nenhum efeito especial de reforço.

[Lightning Dragon]
Um relâmpago branco, que parecia um dragão, ferozmente surgiu das mãos e ombros de Momonga. Flashes de relâmpagos brancos que deslumbravam os olhos foram na direção do cavaleiro que Momonga havia apontado. A luz deslumbrante se apagou e, como uma boneca quebrada, o cavaleiro caiu no chão. O corpo debaixo da armadura torrou, soltando um cheiro horrível. A princípio, querendo seguir o cavaleiro, Momonga estava estupefato em quão fraco o cavaleiro era.

"Que fraco... para morrer com tal coisa...."

Para Momonga, um feitiço de nível cinco, como [Dragão Relâmpago], era fraco. Nas vezes em que ele estava lutando contra jogadores de nível 100, Momonga só usava feitiços de nível oito ou maior. Feitiços de nível cinco quase nunca eram usados. Sabendo que o cavaleiro era fraco o suficiente para morrer com um feitiço de nível cinco, a tensão de Momonga desapareceu instantaneamente. É claro, poderia ser que esses  cavaleiros fossem os únicos fracotes, mas, ainda assim, ele começou a perder sua tensão. Contudo, seu plano de usar magia de teletransporte para recuar não havia mudado.

Os cavaleiros também poderiam ser experts em combate a curta distância. Em Yggdrasil, um golpe na nuca causaria um aumento significativo no dano, mas, agora mesmo, no mundo real, poderia ser fatal. Momonga, mais uma vez, elevou sua tensão. Morrer por causa de um erro descuidado seria estúpido demais. Nesse exato momento, ele deve continuar testando sua própria força. Momonga ativou sua habilidade especial.

[Raise Death Knight]

Esta era uma das habilidades especiais de Momonga, a criação de monstros mortos-vivos. O Cavaleiro da Morte era uma das criaturas favoritas de Momonga, já que era muito útil como escudo.  Com um nível aproximado de 35, sua força seria igual à de um monstro de nível 25, mas seu poder defensivo era muito bom, comparável com o de um monstro de nível 40. Para Momonga, um monstro assim era muito útil.

Contudo, o Cavaleiro da Morte tinha duas habilidades especiais muito importantes.  Uma era a habilidade de atrair os ataques de um inimigo. A outra só podia ser usada uma vez, mas, enquanto ele tivesse certa quantia de HP sobrando, ele poderia sobreviver a um ataque letal. Por causa dessas duas habilidades, Momonga gostava de usar o Cavaleiro da Morte como escudo.

Nesse momento, ele também o criou para agir como um escudo. Em Yggdrasil, simplesmente por usar a habilidade especial de criar um morto-vivo, um morto-vivo apareceria do nada ao redor do invocador. Contudo, neste mundo, parecia ser diferente. Uma névoa negra apareceu do nada, voou até o cavaleiro que teve seu coração esmagado e o cobriu. A névoa lentamente se expandiu e— entrou no corpo do cavaleiro. Então, como um zumbi, o cavaleiro lentamente se levantou.

"Yiii!"
Embora as garotas tenham gritado, Momonga não percebeu. Porque ele também estava surpreso com a cena diante dele.  Movendo-se com sons de murmúrios, um líquido preto saía do lodo no elmo, deveria estar saindo da boca do cavaleiro. O líquido preto fluiu interminavelmente, cobrindo o corpo todo. Parecia como se uma gosma estivesse engolindo um humano. Depois de ficar completamente coberto pelo líquido, ele começou a se distorcer em uma forma humana.

Depois de alguns segundos, o líquido preto retrocedeu, e o que estava em sua frente era, certamente, o Cavaleiro da Morte. Com aproximadamente 2,30m de altura, seu corpo era maior e não se parecia mais com um humano, dizer que era uma besta era mais apropriado.

Em sua mão esquerda, ele estava segurando um escudo-torre que cobria três quartos do seu corpo e, em sua mão direita, uma espada ondulada. A espada tinha algo em torno de 130 centímetros de comprimento. Normalmente, uma pessoa precisaria das duas mãos para segurar algo assim, mas o grande Cavaleiro da Morte está segurando-a com facilidade. A espada está coberta por ondas aterrorizadoras de névoa vermelha e preta que se movia ao redor dela, como a batida de um coração.


Seu corpo enorme usava uma armadura feita de metal negro com linhagens vermelhas encrustadas. A armadura tinha espinhos afiados espalhados por toda parte e parecia a encarnação da violência.  Dois chifres demoníacos surgiram do elmo, tornando seu rosto visível. Era nojento, um rosto podre que estava cheio de ódio e intenção de matar, em seus buracos dos olhos, brilhava uma cintilante luz vermelha.

Com sua capa preta esfarrapada balançando ao vento, o Cavaleiro da Morte estava esperando pelo comando de Momonga. Ele irradiava uma aura digna de ser chamado de Cavaleiro da Morte. Similar à invocação do Elemental de Fogo, ou do Lobo da Luz Lunar, Momonga estabeleceu uma conexão com o espírito invocado, que era o cavaleiro assassinado pelo Dragão Relâmpago, e ordenou:

"Os cavaleiros que estão atacando o vilarejo— mate, todos."

"OHHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!" Ele deu um grito ensurdecedor.  Aqueles que escutaram o grito cheio de sede por sangue sentiram sua pele arrepiar, e até mesmo o ar começou a tremer.

O Cavaleiro da Morte começou a correr sem hesitar, seus movimentos eram rápidos como os de um relâmpago, como um cão do inferno que tinha achado sua presa. Sendo um morto-vivo com ódio pelos vivos, o Cavaleiro da Morte queria erradicar o inimigo. Olhando as costas do Cavaleiro da Morte que estava sumindo, Momonga sentiu que havia uma diferença entre agora e Yggdrasil. Isso seria a Liberdade de Movimento.

A diferença nesta situação era a falta de informação, o que pode ser fatal. Momonga, de repente, sentiu como se tivesse cometido um erro estúpido, ele coçou sua cabeça e suspirou.

"Ele já foi.... E jogar fora meu escudo de proteção. Embora quem tenha dado a ordem tenha sido eu...."

Momonga se culpou pelo erro. Enquanto ele ainda era capaz de criar muitos outros Cavaleiros da Morte, ele ainda não sabia sobre a força do inimigo, este era o motivo de ele precisar guardar seu número limitado de magias. Ademais, já que a magia de Momonga era geralmente usada na retaguarda, ficar sem nenhum tipo de defesa agora o deixou com a sensação de estar pelado na frente do perigo.

Portanto, ele precisava criar outro escudo. Para esse experimento, ele decidiu ver se era possível criar um sem fazer uso de um corpo.  Assim que ele estava pensando sobre isso, outra figura saiu do Portal que ainda estava aberto. No mesmo momento, o Portal começou a desaparecer lentamente sem deixar rastro.  Uma pessoa usando uma armadura preta por todo seu corpo apareceu.


A armadura fez com que a figura parecesse um demônio. Coberta por espinhos e não mostrando nenhuma parte de sua pele. Usando luvas de metal com longas garras, em uma mão, um escudo pipa, na outra, um machado emitindo um leve brilho verde. A figura vestia uma capa vermelha como sangue que balançava com o vento, e, para completar, uma blusa vermelha por dentro da armadura.

"Levou um tempo para eu me preparar, perdoe-me por fazê-lo esperar."

A voz melodiosa de Albedo saiu do elmo que cobria toda sua cabeça.  Os níveis de Albedo foram investidos nas técnicas defensivas especializadas da profissão de Cavaleiro das Sombras. Portanto, dentre os três NPCs de nível 100 em Nazarick— Sebastian, Cocytus e Albedo, ela tinha o maior poder defensivo.  Pode ser dito que ela era a maior defesa de Nazarick.

"Sem problemas, agora que você chegou."

"Obrigado. Então... como o senhor deseja se livrar dessas criaturas inferiores? Se Momonga-sama não quiser sujar suas mãos, por favor, deixe isto comigo."

".... O que Sebas te disse?"

Albedo não respondeu.

"Então você não escutou... eu quero salvar este vilarejo. Os inimigos são aqueles cavaleiros de armadura ali no chão."

Vendo Albedo acenar com a cabeça em concordância, Momonga olhou para outro lugar.
"Bem...."

As duas garotas estremeceram diante do olhar de Momonga e queriam se esconder. Elas estavam tremendo constantemente, incerto se por causa de terem visto o Cavaleiro da Morte, ou do grito, ou escutando a fala de Albedo. Talvez fosse tudo isso. Momonga acredita que devia mostrar um sinal de boa fé e esticou sua mão para ajudar a irmã mais velha a se recuperar, mas as garotas não entenderam suas intenções. A irmã mais velha se urinou, a mais nova também não pode se controlar.

"...."

O cheiro de amônia começou a se espalhar, fazendo com que Momonga sentisse uma sensação intensa de fadiga. Embora ele não soubesse o que fazer, pedir ajuda a Albedo também seria inútil, então, Momonga decidiu continuar com uma voz gentil:

"Parece que você está machucada." Como um membro da sociedade, Momonga já estava acostumado a certo nível de desconfiança.
Momonga fingiu não ter visto nada e abriu seu baú para pegar uma mochila.

Embora essa bolsa fosse chamada de Mochila Infinita, só era possível colocar um máximo de 500 kg dentro dela. Pelos itens poderem ser colocados no painel de controle como atalhos, os jogadores em Yggdrasil sempre colocavam os itens que precisavam para uso rápido dentro da mochila.  Vasculhando, ele finalmente achou uma garrafa com um líquido vermelho.

Poção de Cura Menor

Esse remédio de nível baixo recuperava 50 de HP. Era muito usado durante os níveis baixos de Yggdrasil. Contudo, para Momonga, nesse momento, esse item era completamente inútil. Por essa poção dar cura positiva, para um morto-vivo como Momonga, era o mesmo que tomar veneno. Contudo, já que nem todos os seus companheiros de guilda eram mortos-vivos, Momonga sempre tinha algumas poções.

"Beba."

Momonga segurou a garrafa com líquido vermelho. O rosto da irmã mais velha ficou pálido:

"Eu, eu vou beber! Mas, por favor, deixe minha irmã mais nova ir—"

"Irmã!!" Com um rosto de choro, a irmã mais nova estava tentando parar a mais velha e também pedindo desculpas por ela estar pegando a poção. Olhando a interação entre as irmãs, Momonga ficou confuso. Desde o começo, ele obviamente estava tentando salvá-las, chegando a, até mesmo, oferecer-lhes uma poção, por que elas têm que mostrar sua afeição fraternal na frente dele. Que porra é essa que está acontecendo? Não querendo acreditar em nada.

Embora elas estivessem, desde o começo, esperando pela morte, agora, ele deveria ser considerado o salvador delas, elas deveriam estar chorando e o agradecendo pela sua gentileza. Estes tipos de cenas não acontecem bastante nos mangás e filmes? Mas a situação a sua frente era totalmente diferente. O que deu errado? Será que eu preciso ter uma bela aparência para receber tal privilégio?

Dúvida pairava no rosto sem pele de Momonga, mas então, uma voz gentil pôde ser ouvida:
".... Momonga-sama gentilmente lhes ofereceu um remédio, e pensar que vocês recusariam.... Seres insignificantes.... Vocês deveriam ser mortas por tal insolência."

Albedo naturalmente levantou seu machado, pretendendo cortar as cabeças delas. Depois de enfrentar o perigo para salvá-las, simplesmente para receber este tipo de tratamento.... Momonga entendia os sentimentos de Albedo, mas, se ela matasse estas duas crianças, não haveria motivo em salvá-las.

"Es— Espere, não seja tão imprudente. Temos algumas prioridades nesta situação, abaixe sua arma."

"Sim, Momonga-sama." Albedo replicou calorosamente, abaixando seu machado.

Contudo, Albedo estava emitindo uma grande intenção de matar, forte o suficiente para fazer as duas garotas tremerem de medo, e que também deu a Momonga um mau pressentimento em seu estômago.

Em resumo, elas deveriam deixar este lugar rapidamente.  Se elas continuassem aqui, não se sabe quantos eventos lamentáveis podem acontecer.  Momonga, mais uma vez, ofereceu o remédio:

"Isto é um remédio, não há perigo. Beba rápido."

Momonga disse com um tom forte e gentil. Ao mesmo tempo, aquilo também implicava que se elas não bebessem logo, seriam mortas.
Escutando isso, a irmã mais velha rapidamente pegou a poção e bebeu. Então, com uma expressão assustada:

"Não pode ser...."

Tocando suas costas, não acreditando, ela tentou torcer seu corpo, e começou a tocar e bater em suas costas.

"Não está mais doendo, certo?"

"S— Sim." A irmã mais velha acenou em choque.

Parece que a ferida em seu corpo não era muito preocupante, usar uma simples poção de nível baixo foi o suficiente.  Vendo que ele foi aprovado, Momonga queria perguntar uma coisa. Isto era uma pergunta impossível de se evitar, pois poderia afetar potencialmente suas ações no futuro.

"Você sabe sobre magia?"

"S— Sim. De vez em quando, o farmacêutico vem para nosso vilarejo.... Nossos amigos também são capazes de usar magia."

"Então é assim... dessa forma, ficará mais fácil de explicar. Eu sou um Mago."

Momonga começou a encantação de uma magia:

"[Casulo Anti-Vida]"

"[Parede de Proteção de Flechas]"

Com as irmãs no centro, uma luz protetora de três metros de altura as cobriu. A segunda magia era invisível a olho nu, mas o ar ao redor delas mudou. Normalmente, era suficiente simplesmente relançar a primeira magia para ter certeza de que era infalível, mas já que não tinha como saber quais tipos de magias estavam disponíveis neste mundo, isso deveria dar. Se o inimigo tivesse um mago em seu esquadrão, então, seria azar dessas garotas.

"Eu cobri vocês com magias de proteção que irão lhes proteger da maioria dos monstros, e uma magia que irá enfraquecer ataques de longa distância. Tudo que vocês têm que fazer é ficar aqui e vocês ficarão seguras— só por precaução, eu lhe darei este item."

As irmãs ficaram chocadas com a descrição da magia, Momonga, então, jogou dois chifres simples para elas. Os chifres não foram parados pela magia e passaram através da [Parede de Proteção de Flechas], caindo ao lado das irmãs.

"Esse item é chamado de 'Chifre do General Goblin', você só precisa assoprar no chifre e Goblins— pequenos monstros, irão aparecer na frente de vocês. Você pode mandá-los protegerem vocês."

Em Yggdrasil, exceto consumíveis, alguns itens eram capazes de serem convertidos em cristais de dados, fazendo com que fosse impossível adicionar seus efeitos em outros itens. Ainda assim, havia certos itens que não poderiam ser convertidos, e este chifre era um desses itens de nível baixo.

Com esse chifre, Momonga era capaz de invocar 12 Goblins fracos, 2 Goblins Arqueiros, 1 Goblin Mago, 1 Goblin Sacerdote, 2 Goblins Montadores de Lobos, e 1 Goblin Líder. Também conhecido como 'exército Goblin', este grupo era pequeno e bem fraco. Para Momonga, isto era um item lixo e era estranho ele não ter jogado fora antes. Sendo capaz de achar um bom uso para este item, Momonga se sentiu muito inteligente.


Outra vantagem deste item é que, assim que os Goblins fossem invocados, eles só desapareceriam depois de morrer e não depois de certo tempo. Pelo menos, eles seriam úteis para ganhar tempo.  Feito isso, Momonga se virou em saída com Albedo andando ao seu lado, enquanto pensava na situação do vilarejo. Mas depois de alguns passos, duas vozes puderam ser ouvidas atrás dele.

"Isso é— Obr— Obrigada por nos salvar!"

"Obrigada!"

Aquelas duas frases fizeram Momonga parar, ele se virou e viu duas garotas com olhos brilhando com lágrimas, agradecendo-o. Ele respondeu com uma curta frase:

"Não se preocupem com isso."

"E— E também, embora talvez seja egoísmo de minha parte, mas nós só podemos depender de pessoas como você. Por favor, por favor! Salve nossos pais também!"

"Certo. Se eles estiverem vivos, eu os salvarei."

Escutando a resposta de Momonga, a irmã mais velha abriu os olhos, mostrando sua descrença.  Ela rapidamente se recuperou e se curvou em agradecimento: "Obr— Obrigada! Obrigada, muito obrigada mesmo! E também, posso perguntar...."

A garota hesitou em perguntar: "Qual é o seu nome...?"

Momonga quase disse seu nome, mas, no fim, ele não o disse.
Momonga era o nome do Líder da Guilda da antiga Ainz Ooal Gown. Como ele se chamaria agora? O nome da última pessoa a ficar na Grandiosa Tumba de Nazarick....

'Ah, é verdade.'

"Lembre-se do meu nome. Meu nome é— Ainz Ooal Gown."


Parte 4
"OHHHHHHAAAAAAAAHHHHHH!"

Um grito que tremia os arredores.

Isto sinalizava o começo de outro massacre.

— O caçador virou a caça.
 
Londes Di Gelanpo não sabia quantas vezes havia amaldiçoado sua própria fé em Deus. Mas nunca em sua existência ele o fez tanto quanto nos últimos minutos. Se Deus realmente existisse, então, ele deveria aparecer agora para derrotar este monstro. Por que Deus não estava fazendo nada sendo que Londes era um fiel devoto?

Porque Deus não existia.  Com o passar dos anos, ele sempre odiou as pessoas estúpidas que não acreditavam em Deus— se você realmente não acreditasse em Deus, então como foram estabelecidas as magias dos Sacerdotes?— mas agora parece que ele era o estúpido. Na frente dele, o Monstro— o qual eles chamaram de Cavaleiro da Morte no momento— aproximava-se com cada passo.  Emreflexo, ele deu dois passos para trás para aumentar a distância.

Sua armadura continuou a tremer com um som de grasnido, e a espada, apertada em suas mãos, não parava de tremer. O Cavaleiro da Morte estava cercado por um grupo de 18 cavaleiros, mas as espadas de todos os seus companheiros também estavam tremendo.  Embora seus corpos estivessem sendo esmagados pelo medo, ninguém tentou fugir.

Não era por bravura, já que todos estavam paralisados de medo. Seus corpos trêmulos faziam com que suas armaduras produzissem sons. Se eles acreditassem que deviam fugir, eles definitivamente teriam tentado correr desesperadamente por suas vidas. Era porque eles sabiam que não conseguiriam escapar.

Londes mudou seu olhar, levemente procurando por ajuda.  Este lugar era a praça do vilarejo, no centro dele. 60 pessoas estavam reunidas aqui, eram os aldeões que Londes havia capturado. Londes viu suas expressões de medo depois de olhar para eles. Um grupo de crianças estava se escondendo atrás de um alto pedestal de madeira.

Eram algumas crianças que tentavam defender seus pais com pedaços de madeira, mas elas não conseguiam assumir uma postura de batalha, e os pedaços de madeira estavam caídos devido à exaustão delas. Quando Londes atacou este vilarejo, os moradores correram de todas as direções para a praça central. Depois de procurar pelas residências para que ninguém se escondesse em um porão secreto, eles preparam óleos alquímicos para queimar as casas.

Quatro cavaleiros montados, cada um equipado com um arco, guardavam os arredores do vilarejo. Eles iriam atirar em qualquer um que conseguisse fugir. Este método tinha sido usado várias vezes, e tinha se provado infalível. Embora o massacre tenha levado um tempo, estava indo muito bem.

Os sobreviventes estavam sendo agrupados em um local e eles pretendiam deixar alguns escaparem, como planejado. É o que deveria ter acontecido, mas—Londes ainda se lembrava daquele momento.  Atrás dos aldeões que fugiram para a praça, seu companheiro, Ilian, que era responsável pela limpeza, foi atirado ao ar de repente.

Devido ao quão inacreditável aquilo era, ninguém percebeu o que estava acontecendo. Vendo um homem forte vestido completamente em uma armadura— embora fosse possível reduzir seu peso com magia, era impossível removê-lo por completo— jogado no ar como se fosse um boneco, ninguém acreditava no que via.

Ilian voou uma distância de pouco mais de 7 metros, caiu com um som ensurdecedor e parou de se mover. No lugar de Ilian, havia uma vista ainda mais inacreditável— na frente deles, havia um macabro monstro morto-vivo, o Cavaleiro da Morte, que lentamente abaixava o escudo com o qual tinha feito Ilian voar.  Depois disso, toda a situação ficou caótica.

"Aaaaaahhhh!" Um grito caótico começou a preencher o ar na praça. Um de seus companheiros cercando a área não aguentou o terror, chorou desesperadamente e tentou escapar.  Nesse tipo de estado, era difícil manter sua formação circular e, com a alta tensão, ela poderia ser quebrada facilmente. Contudo, nenhum cavaleiro tentou fugir com ele. A razão para isso foi imediatamente descoberta.  No canto dos olhos de Londes, apareceu um redemoinho preto.

Embora o Cavaleiro da Morte tivesse um grande corpo e seu tamanho fosse muito maior do que a média de um ser humano, sua agilidade era inacreditável. Seu companheiro que tentou fugir só conseguiu dar 3 passos. Antes que ele pudesse dar o quarto, seu brilhante corpo prateado foi cortado ao meio repentinamente. As partes direita e esquerda de seu corpo, que foram separadas, caíram em direções diferentes. O cheiro de gás ácido se espalhou imediatamente nos arredores e entranhas de cor rosada foram espalhadas de onde ele foi cortado.

"Goowuuuwuuuuwuuu." Balançando sua espada ondulada, o Cavaleiro da Morte, coberto por gostas de sangue, gritou ferozmente.
Era um grito de alegria— Até mesmo pessoas que não eram capazes de olhar para seu rosto em decomposição eram capazes de perceber sua alegria. O Cavaleiro da Morte, com seu desejo de matar esmagador, apreciava a vulnerabilidade, terror e desespero dos humanos.

Embora suas mãos estivessem segurando espadas, ninguém ousou atacar primeiro.  Depois de se recuperarem do choque inicial, eles tentaram atacar, mas mesmo quando uma espada foi capaz de passar pela defesa do inimigo com um golpe de sorte, ela foi incapaz de causar algum dano à armadura do Cavaleiro da Morte.

Ao contrário, o Cavaleiro da Morte nem mesmo usou sua espada, ele só usou seu escudo para fazer Londes voar. Não só isso, o golpe nem mesmo era fatal. Ele deliberadamente mostrava aberturas, não querendo fazer nada além de provocá-los. Era óbvio que o Cavaleiro da Morte queria aproveitar esta situação desesperado de vida ou morte e, por isso, mostrava uma falsa vulnerabilidade. Somente quando um cavaleiro tentava fugir que o Cavaleiro da Morte ficava sério e desferia um golpe fatal.

O primeiro cavaleiro que tentou fugir foi Rilick. Um homem de boa índole, mas que depois de algumas doses virava um bêbado desprezível. Seus membros e cabeça foram separados instantaneamente. Eles só precisaram ver duas vezes para entender que o Cavaleiro da Morte não estava disposto a deixar ninguém escapar, então, ninguém tentou de novo. Seus ataques eram inúteis e tentar fugir significava morte certa. Só havia um caminho para tomar, e esse era o de agirem como brinquedos até que morressem.  Embora todos usassem elmos que cobriam toda a cabeça e que escondiam seus rostos, nesse momento, todos já sabiam qual era seu destino. Estes homens adultos começaram a chorar como criancinhas. Eles vieram oprimir os fracos, mas nunca em suas vidas imaginariam que sofreriam do mesmo destino.

"Deus, por favor, me ajude..."

"Deus..."

Várias pessoas sufocando em lágrimas podiam ser ouvidas pedindo pela ajuda de Deus. Sentindo-se impotente, Londes quase se ajoelhou para amaldiçoar ou pedir pela intervenção divina.

"Vocês, vocês aí, andem logo e bloqueiem aquele monstro!" Enquanto o cavaleiro que tinha percebido seu destino iminente começou a rezar, suas preces foram interrompidas com um grito penetrante.

A pessoa que disse isto foi o cavaleiro mais próximo do Cavaleiro da Morte. Querendo evitar os corpos dos dois companheiros mortos perto dele, o jeito que ele tremia constantemente até a ponta de seus pés era muito divertido. Londes assistiu a tudo com um olhar angustiado e começou a franzir as sobrancelhas. Por eles estarem usando elmos que cobriam todo o rosto, era impossível ver seus rostos, e, com suas vozes fora de tom devido ao medo, era difícil determinar quem deu tal ordem. Mas, com este tipo de atitude, somente uma pessoa poderia ser responsável.

 ... Capitão Belius.

A expressão de Londes se retorceu. Por causa de sua depravação, Belius tentou estuprar uma garota do vilarejo e brigou com o pai dela, que tentou salvá-la. Depois que eles tiraram o homem dali, Belius extravasou sua raiva nele, enfiando sua espada várias vezes no aldeão— ele era esse tipo de pessoa. A única razão pela qual ele foi capaz de se juntar a este esquadrão foi por causa do ouro de sua família, que era rica e tinha vários territórios no país.  Ter um homem como aquele se tornando capitão, só poderia ser chamado de má sorte.

"Eu não posso morrer aqui, pessoal! Vão e me garantam tempo! Tornem-se um escudo para me proteger!"

Ninguém se mexeu. Embora ele fosse o capitão, ele não era respeitado. Quem sacrificaria sua vida por um homem assim? Somente o Cavaleiro da Morte mostrou uma reação ao seu grito e lentamente virou para Belius.

"Yi—!"

Estando próximo do Cavaleiro da Morte e ainda assim ser capaz de gritar daquele jeito poderia ser considerado um feito notável. Londes não pôde deixar de ficar admirado considerando a estranha situação, mas, então, ele ouviu Belius gritando de novo:

"Dinheiro, eu darei dinheiro para vocês. 200 moedas de ouro! Não, 500 moedas de ouro!"

A recompensa que ele propôs era uma quantia alta, mas, neste momento, era como se ele os pedisse para pular de um penhasco de 500 metros de altura e somente se fossem capazes de sobreviver, ganhariam a recompensa.  Enquanto ninguém se mexeu, somente uma pessoa— não, o certo seria dizer que era metade de uma pessoa. Parecia como se quisesse responder.

"Opppooooooo...."

A metade da direita do cavaleiro que foi cortado ao meio pegou o tornozelo de Belius. Ele cuspiu sangue de sua boca e gemeu:

"— Oooooaaaaaahhhhhhh!"

Belius começou a gritar, e os cavaleiros e aldeões que estavam próximos que viram o que aconteceu não puderam impedir seus corpos de ficarem rígidos de horror.

[Escravo Zumbi]

Em Yggdrasil, quando um Cavaleiro da Morte matava seu alvo, eles se tornavam mortos-vivos e reviviam como zumbis no lugar dos que foram mortos. Se você morresse pela espada de um Cavaleiro da Morte, você viraria seu servo pela eternidade. Era assim que funcionava no jogo.
Belius parou de gritar e caiu ao chão como uma marionete cujas cordas foram cortadas. Ele provavelmente desmaiou. O Cavaleiro da Morte se aproximou do homem inconsciente e enfiou sua espada ondulada em suas mãos.

O corpo de Belius foi perfurado—

"Woooooohhhhhhh"

— E, acordado pela dor, Belius soltou um grito ensurdecedor.

"Deixe, deixe-me ir! Eu imploro! Eu farei tudo que me pedir!"

As mãos de Belius seguraram a espada ondulada penetrada em seu corpo, mas o Cavaleiro da Morte ignorou suas palavras. Ao invés disso, ele começou a mover a espada para cima e para baixo como uma serra. Junto da armadura que foi brutalmente feita em pedaços, sangue estava voando por todo o lugar.

"Aaargh— eu, eu te darei dinheiro, deixe, deixe-me—"

O corpo de Belius tremeu algumas vezes e, finalmente, deu seu último suspiro, e o Cavaleiro da Morte, satisfeito, deixa o corpo de Belius.

"Não... não... não."

"Deus!"

Por causa da cena que acontecia na frente deles, seus companheiros chocados choraram de angústia. Correr significava morte, mas ficar significava um destino pior do que a morte. Embora todos estivessem cientes disto, eles não tinham ideia do que fazer e, assim, seus corpos foram incapazes de sequer dar um passo.

"— Acalmem-se!"

O grito de Londes ecoou pelos lamentos. A área ficou quieta, como se o tempo tivesse parado.

"— Recuar! Andem logo e mandem o sinal, chamem os cavaleiros e a cavalaria de arqueiros para cá! Enquanto o berrante é tocado, o restante do pessoal tente ganhar tempo! Eu, pelo menos, não quero morrer desta forma, mexam-se!"

Todos começaram a se mover. O espanto de antes sumiu, todos trabalharam como um só e se moveram com o ímpeto dos espirros de uma cachoeira. Seguindo ordens mecanicamente, eles pararam de pensar e tentaram fazer um milagre acontecer. As ações caóticas de antes não aconteceriam de novo. Todos os cavaleiros sabiam o que fazer. Eles precisavam proteger aquele responsável por tocar o berrante para poder contatar os outros cavaleiros. O cavaleiro que recuava colocou sua espada no chão e tirou um berrante de sua bolsa.

"OHAHHHHHHHHHHHHHHHH!"

Aparentemente, a ação de tirar o berrante era um sinal para agir, o Cavaleiro da Morte começou a correr. Seu alvo era o cavaleiro que pegou o berrante, o coração de todos se agitou, o plano do seu oponente era destruir sua única forma de escapar, isso não era completamente impiedoso? O redemoinho totalmente preto estava se aproximando deles implacavelmente, e os cavaleiros sabiam que ficar na frente para bloquear significava morte instantânea.

 Contudo, todos avançaram para formar uma parede defensiva. Usando um medo ainda mais intenso para matar o medo deles da coisa que estava em sua frente, eles ficaram lá e bloquearam. Com um balançar do escudo, um cavaleiro saía voando. Com um corte de sua espada, outro cavaleiro era cortado ao meio

"Ditz! Morite! Cortem rapidamente a cabeça dos que morreram. Se não, eles vão voltar como zumbis!"

Os cavaleiros que foram chamados se apressaram em direção aos seus companheiros, mortos brutalmente.  O escudo balançou de novo, mais cavaleiros voaram e a espada cortou facilmente através de outro cavaleiro. Em um flash, quatro cavaleiros morreram. Embora Londes sentisse medo, ele pegou sua espada e enfrentou o redemoinho negro, pronto para se sacrificar heroicamente como um mártir.

"OHHHHHHHHHHHH!"

Mesmo que não houvesse chance de vencer, Londes não pretendia ficar parado e, com um grito de batalha, usou toda sua força enquanto balançava sua espada na direção do Cavaleiro da Morte. Talvez fosse por esta ser sua última chance, Londes ultrapassou seus limites e liberou uma força que até mesmo o surpreendeu, este foi, talvez, o melhor golpe que ele já desferiu em sua vida. O Cavaleiro da Morte também atacou com sua espada ondulada. Depois de um instante, os olhos de Londes giraram— Para ver seu próprio corpo sem cabeça tombando no chão. A espada de Londes voou em um arco pelo ar. E, ao mesmo tempo, o som de um berrante pôde ser ouvido—

? ? ?

Momonga— Ainz, virou sua cabeça em direção ao vilarejo, de onde ele escutou o som de um berrante sendo tocado.  No chão, ao redor dele, estavam os corpos dos cavaleiros que guardavam os arredores do vilarejo. Os arredores fediam com o cheiro de sangue, porque Ainz estava no meio de seus experimentos gananciosos e, neste momento, ele se xingou por misturar suas prioridades.  Ainz jogou sua espada no chão. Ela pertencia originalmente a um dos cavaleiros que estava no chão, e sua lâmina afiada estava manchada com poeira.

"Eu já mencionei isto, mas eu estou com muita inveja da resistência a dano físico e da habilidade para reduzir o dano que recebe."

"Ainz Ooal Gown-sama."

"Ainz está bom, Albedo."

Escutando o desejo de Ainz sobre como ele gostaria de ser chamado, Albedo estava um pouco confusa:

"Guuuguuuhuuh! Posso, posso mesmo?! Referir-se ao líder supremo dos 41 soberanos de Nazarick, que está até mesmo usando o nome que denota os 41 mestres de Nazarick para si, com um apelido seria desrespeitoso demais!"

Ainz pensou que isso não era lá grande coisa.  Já que Albedo pensava de outra forma, mostrava que ela tinha muita estima pelo nome de Ainz Ooal Gown. Ainz ficou feliz por isso e respondeu em um tom gentil:

"Bem, está tudo certo, Albedo. Até que meus antigos companheiros apareçam de novo, este será meu nome, e eu permito que você me chame assim."

"Certo, não, não, deixe-me adicionar um honorífico. Que, que tal... –sama, Ainz-sama, Hehehe... Certo, é isso mesmo..."

Albedo timidamente se contorceu.  Por ela ainda estar usando a armadura que cobria seu belo rosto, Ainz pensou que ela estava muito esquisita.

"Será, será que, hehehe... por eu... eu ser mais especial que eu posso chamá-lo...."

"Não, referir-se a mim com um nome tão comprido é um pouco esquisito, então, eu só queria encurtar para todos."

"... Então é isso— sim, o senhor está certo."

Depois de escutar seu motivo, o humor de Albedo foi para o fundo do poço instantaneamente. Sentindo-se um pouco preocupado, Ainz perguntou:

"Albedo, quando você diz meu nome, o que você pensa sobre ele?"

"Eu acho que o nome se encaixa bem no senhor e eu amo— *tosse* mostra muito bem a sua integridade, nosso Mestre Supremo."

"Esse nome, originalmente, pertencia a todos os 41 membros, incluindo quem criou você, Tabula Smaragdina. Eu negligenciei seus outros mestres e assumi este nome sem permissão. Considerando isto, como você acha que eles se sentiriam?"


"Embora possa ofender o senhor... por favor, permita-me dizer estas palavras. Se chateia Ainz-sama, o senhor pode até mesmo ordenar que eu me mate... Se Momonga-sama fosse usar tal nome, eu tenho certeza de que os outros soberanos que nos deixaram teriam suas próprias opiniões sobre isso. Contudo, durante o tempo em que os outros mestres nos abandonaram, somente Momonga-sama ficou até o fim, então, se ele fosse usar tal nome, nós certamente ficaríamos muito felizes."

Albedo curvou sua cabeça e Ainz ficou sem palavras.

Somente as palavras "nos abandonaram" estavam ecoando em sua mente.

Todos os seus antigos companheiros tinham suas razões para irem embora. Yggdrasil era só um jogo, não havia motivos para abandonar suas vidas por ele. Isto era verdade para "Momonga" também. Mas abandonar Ainz Ooal Gown e também a Grandiosa Tumba de Nazarick, tal pessoa não ficaria com um pouco de raiva daqueles companheiros?

Eles até mesmo o abandonaram.

"... Talvez eles tenham, talvez não. As emoções das pessoas são muito complicadas... Não há uma resposta correta... Erga sua cabeça Albedo. Eu entendo suas intenções. Eu decidi... Este será meu nome. Até que meus companheiros apareçam e o contestem, o nome Ainz Ooal Gown irá se referir a mim."
"Sim, meu Mestre Supremo...... Para minha pessoa mais amada usar um nome tão nobre, isso realmente é muito agradável."

Sua pessoa mais amada... Ah.

O preocupado Ainz decidiu ignorar este problema por enquanto.
 
"É mesmo. Obrigado."

"Então, Ainz-sama, o senhor quer passar um tempo aqui? Embora o simples fato de estar ao seu lado e de acompanhá-lo seja satisfatório... sim, uma caminhada de volta também estaria bom."

Isto não poderia ser feito já que Ainz veio aqui para salvar o vilarejo.

Os pais, que as irmãs imploraram para serem salvos, já haviam sido mortos. Lembrando-se de seus corpos, Ainz coçou sua cabeça. Vendo seus corpos, a reação de Ainz era como se estivesse vendo insetos mortos na rua, sem sentir pena, tristeza ou raiva.

"Bem, deixando a caminhada de lado, não há nada urgente para fazer. O Cavaleiro da Morte também parece estar dedicado em sua tarefa."

"Um morto-vivo digno de ser a criação de Ainz-sama. Seu trabalho executado perfeitamente é admirável."

Ainz utilizou magia e habilidades especiais para criar monstros mortos-vivos. Monstros criados através das habilidades especiais de Ainz eram mais fortes do que o normal. É claro, o Cavaleiro da Morte criado recentemente era muito mais forte do que os normais.

Contudo, o Cavaleiro da Morte é, no máximo, nível 35. Para invocar o Sábio Suserano e Ceifador Thanatos, Ainz teria de sacrificar seus pontos de experiência. Comparado a eles, o Cavaleiro da Morte era um peixe pequeno, e, já que ele ainda era capaz de lutar, significava que o inimigo não era muito forte.

O que mostrava que não havia perigo.  Ele, na verdade, queria assumir uma pose de vitória, mas considerando a necessidade de agir como o mestre majestoso, Ainz reprimiu tal vontade em seu coração e escondeu sua mão debaixo de sua túnica.

"Os inimigos que atacaram o vilarejo eram muito fracos. Nós também precisamos verificar se existem sobreviventes no vilarejo."

Antes de dar seu próximo passo, Ainz verificou se ele se lembrava de tudo que tinha de fazer. Primeiro, ele desativou os efeitos do cajado de Ainz Ooal Gown. Sua penetrante aura maligna desapareceu sem deixar rastros, como velas que foram apagadas pelo vento. Depois, Ainz pegou uma máscara do baú que era capaz de cobrir todo o seu rosto. Ela tinha muitas decorações e uma expressão difícil de descrever, não era de choro, nem de raiva. Ela era muito parecida com uma das máscaras Barong em Bali.

[ Nota do tradutor : essa máscara https://pbs.twimg.com/media/CKca8MKUcAA1vud.jpg  ]

Embora a máscara parecesse estranha, ela não tinha nenhum poder especial. Era somente um item de evento que nem mesmo podia ter cristais de dados encrustados.  Durante a véspera de natal, se você entrasse em Yggdrasil entre as 7 da manhã e 10 da noite, e jogasse por mais de duas horas— não, simplesmente estando dentro do jogo por duas horas, você receberia este item automaticamente.

Pode-se dizer que este item era completamente inútil.  O nome da máscara é Máscara do Invejoso, também conhecida como Máscara da Inveja.
Ainz usou esta máscara uma vez, o que causou uma inundação de spam nos quadros de mensagens online.

"A empresa do jogo está louca?"

"Nós estávamos esperando por isto."

"Um de nossos membros da guilda não tem esta máscara, alguém pode matá-lo?"

"Eu não sou mais humano ohohoh!"

Esses tipos de mensagens apareceram por causa da máscara.

Depois, ele tirou um par de luvas de metal. A aparência externa era de uma luva de metal simples, nada de especial. Este item era chamado de Luvas de Ferro e foi algo que os membros de Ainz Ooal Gown criaram para mudar suas aparências. A única habilidade que tinha era de aumentar a força.  Usando estes itens, toda sua aparência esquelética foi coberta. Ainz tinha suas razões para cobrir sua aparência.

Isso era porque Ainz percebeu que tinha cometido um grande erro.  Em Yggdrasil, Ainz já estava acostumado a olhar para sua aparência esquelética que não o assustava mais. Contudo, para as pessoas deste mundo, a aparência de Ainz era a perfeita encarnação do terror. Seja as duas garotas que quase foram mortas, ou o cavaleiro armado, todos tinham medo dele.

Em resumo, usar itens para mudar sua aparência de Monstro Maligno para Mago Maligno devia ser o suficiente. No fim das contas, ele não sabia onde colocar o cajado, então, ele decidiu levar com ele. Não deveria ser tão problemático assim.

"Bem, daqui para frente está nas mãos de Deus, se eu soubesse disso antes, eu não teria começado a matar estas pessoas."

Ainz disse uma frase que somente ateus diriam, fazendo o sinal de oração com suas mãos, os corpos desapareceram com uma luz brilhante antes que ele ativasse sua próxima magia.

"[Voar]"

Ainz lentamente voou para cima. Em pouco tempo, Albedo pôde ser vista flutuando ao seu lado.

"Cavaleiro da Morte, se algum cavaleiro ainda estiver vivo, não os mate. Eles ainda têm um pouco de valor." Escutando a ordem de Ainz, o Cavaleiro da Morte aceitou seu comando.


Contudo, o que o Cavaleiro da Morte estava sentindo quando ele respondeu à sua nova ordem era deveras difícil de explicar.  Ainz voou em alta velocidade em direção ao local em que o berrante foi tocado. O vento soprava contra seu corpo, nunca em Ygddrasil ele tinha voado tão rápido. Embora ele se sentisse desconfortável com sua túnica cumprida pressionando contra seu corpo, ele tinha que aguentar por um pouco mais de tempo. Dentro de pouco tempo, ele estava flutuando sob o vilarejo e, de lá, ele viu a situação.  Ainz percebeu que a praça parecia como se tivesse encharcada com líquido preto. Havia vários corpos esparramados no chão perto de alguns cavaleiros que estavam tremendo, e, na frente deles, estava o Cavaleiro da Morte. Ainz contou quantos mortos havia e olhou para os cavaleiros sobreviventes que pareciam que nem conseguiam se mexer— um grupo de quatro indivíduos. Isso era mais do que ele precisava, mas não importava se havia mais.

"Cavaleiro da Morte, já chega."

O tom de sua voz estava levemente fora de situação, era tão casual quanto um chefe comprando alguma coisa em uma loja, e, para Ainz, esta situação era exatamente casual como tal.  Acompanhado por Albedo, Ainz lentamente flutuou para o chão. Os cavaleiros aterrorizados ficaram atordoados com sua chegada. Eles estavam obviamente esperando por reforços, mas as pessoas que vieram não eram quem eles esperavam, e suas esperanças foram completamente destruídas.

"Este é nosso primeiro encontro, honráveis cavaleiros, eu me chamo Ainz Ooal Gown."

Ninguém respondeu.

"Se vocês se renderem agora, ficarão vivos. E, talvez, lutem outro dia—"


Uma das espadas foi imediatamente jogada no chão. Logo, havia quatro espadas jogadas no chão de qualquer forma. Durante este tempo, ninguém disse nada.

"Vocês parecem cansados. Mas considerando que estão em frente ao mestre do Cavaleiro da Morte, suas cabeças parecem estar levantadas demais."

Os cavaleiros rapidamente se ajoelharam, com suas cabeças abaixadas.  Eles não pareciam cavaleiros se curvando perante seu rei, em vez disso, eles pareciam prisioneiros esperando sua execução.

"Eu permitirei que fujam com suas vidas. Mas eu gostaria que voltassem para seus mestres e entregassem uma mensagem."

Ainz usou [Voar] para flutuar perto de onde um cavaleiro estava e usou seu cajado para remover seu elmo gentilmente. Por trás de sua máscara, ele olhou para os olhos cansados do cavaleiro.

"Não causem problemas aqui. Se escolherem não escutar meu aviso, na próxima vez, vocês e seu país irão queimar juntos."

O cavaleiro trêmulo acenava constantemente, a imagem dele tentando tanto era muito divertida.

"Agora vá. Lembre-se de falar isso para seus mestres."

Com um movimento de seu queixo, os cavaleiros fugiram.

"Que papel cansativo."

 Ainz reclamou suavemente enquanto olhava para as costas dos cavaleiros que fugiam. Se não houvesse aldeões por perto, ele teria relaxado seus ombros. Embora fosse similar em Nazarick, fazer um papel como se fosse uma majestade era extremamente estressante para um trabalhador de escritório normal como Ainz. Mas sua atuação ainda não tinha acabado, ele ainda tinha de usar outra máscara.  Ainz segurou seu suspiro e andou até os aldeões, enquanto Albedo o seguiu com sua armadura barulhenta.

'Arrume os escravos zumbis.'  Ainz ordenou ao Cavaleiro da Morte em sua mente enquanto ele se aproximou dos aldeões, e ele, gradualmente, foi capaz de ver a mistura de confusão e ansiedade em seus rostos.

Não é que eles estavam insatisfeitos por causa dos cavaleiros terem tido permissão para fugir, era simplesmente porque a pessoa asua frente era mais assustadora que os cavaleiros.

Ainz finalmente percebeu a situação em que estava— já que ele era forte, mais forte que aqueles cavaleiros, ele nunca considerou o ponto de vista dos aldeões.  Ainz refletiu por um momento. Já que seria contra-produtivo se aproximar demais, Ainz parou a certa distância deles e lhes disse em um tom gentil:

"Vocês estão a salvo agora, não se preocupem."

"Você, você é...."

Um dos aldeões, que parecia ser o representante, disse, mas, até mesmo neste momento, os olhos de todos não saíram do Cavaleiro da Morte.

"Eu vi pessoas atacando o vilarejo, então, vim ajudar."

"Ohhh...."

Com um grande barulho, todos começaram a ficar aliviados. Contudo, nem todos os aldeões reunidos aqui estavam completamente em paz.
Não há o que fazer. Talvez fosse melhor se eu mudasse minha abordagem?  Ainz decidiu usar uma abordagem que ele não gostava.

"Tendo dito isso, meus serviços não são de graça. Eu gostaria de receber uma recompensa por cada sobrevivente, entenderam?"

Os aldeões olharam uns para os outros, de certa forma preocupados com relação ao dinheiro. Mas, da perspectiva de Ainz, parecia que os últimos olhares céticos foram lentamente sumindo. Eles foram salvos por causa de dinheiro, e este pensamento acabou lentamente com suas dúvidas.

"Mas, mas a situação do vilarejo—"

Ainz levantou sua mão e interrompeu o aldeão:

"Vamos conversar sobre isto depois. Durante minha chegada, eu salvei duas irmãs. Eu devo trazê-las aqui, vocês poderiam esperar por mim?"

Ele tinha que ter certeza de que as irmãs guardariam seu segredo, ele não podia permitir que alguém falasse sobre sua verdadeira aparência.
Ainz lentamente saiu dali sem esperar pela resposta do aldeão. No mesmo momento, ele pensou que deveria ser capaz de usar magia para alterar as memórias delas.

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