Conflito
Parte 1
A casa do chefe do
vilarejo era perto da praça, e, logo após a entrada, havia uma larga e aberta
sala de trabalho próxima a uma cozinha. Nesta sala vazia havia uma mesa pobre
com várias cadeiras ao redor. Ainz estava sentado em uma das cadeiras e observava
o interior. Brilhando através da janela, o sol iluminava cada canto da casa.
Mesmo sem o uso da [Visão Noturna],
era possível ver claramente os arredores.
Ainz olhou para a
mulher que estava de pé na cozinha e para as várias ferramentas pela casa.
Nenhum aparelho mecânico podia ser visto em toda a casa. Quando Ainz começou a
pensar que a ciência e a tecnologia eram menos desenvolvidas neste mundo, ele
imediatamente percebeu que suas expectativas eram um pouco ingênuas.
Mesmo com magia, a
ciência não necessariamente avançaria rapidamente. Para se esquivar do Sol,
Ainz cautelosamente moveu sua mão na mesa. A mesa começou a ficar bamba, mesmo
as luvas de metal não sendo tão pesadas assim. A cadeira também fez um barulho
alto, reagindo à mudança do peso de Ainz. No verdadeiro sentido da palavra,
pobre.
Para desfazer isso,
Ainz inclinou seu cajado contra a mesa. O cajado refletia a luz do Sol, que
criava várias reflexões brilhantes. Embora ele estivesse em uma casa de um
vilarejo acabado, ele, ainda assim, encontrou-se rodeado pelas ilusões de um
mundo fabuloso. Ainz se lembrou das expressões maravilhadas dos aldeões.
Ao se deparar com o
cajado de alto nível que Ainz e seus companheiros tinham criado, os aldeões
estavam admirados, fazendo com que Ainz ficasse muito orgulhoso. Contudo, este
sentimento fugaz imediatamente se transformou em um nível de felicidade normal,
fazendo com que Ainz enrugasse suas sobrancelhas inexistentes.
Ele realmente não
gostava de sua postura forçada. Contudo, se ele fosse muito desatento, faria
com que os problemas futuros se tornassem mais difíceis para ele. Refletindo
sobre isto, Ainz se preparou para o desafio a frente:
'Eu tinha que
negociar com o chefe do vilarejo sobre a recompensa por ter salvado o
vilarejo.'
O verdadeiro
objetivo de Ainz era juntar informações em vez de ouro, mas pedir diretamente
por informações levantaria suspeitas.
Embora este pequeno vilarejo não devesse ser muito problemático, Ainz
ainda estava preocupado com as autoridades do território. Se tais pessoas
soubessem que Ainz frequentemente se encontrava com os aldeões para conseguir
informações sobre este mundo, elas iriam manipulá-lo imediatamente.
'Estou sendo muito
cauteloso? ' Ainz sentiu como se esta situação fosse parecida com a de sair correndo
para atravessar a rua. Havia a chance de ele se envolver em um acidente fatal a
qualquer momento. Em outras palavras, havia uma chance de ele se encontrar com
os guerreiros mais fortes do mundo.
Força era relativa. Ainz pode ser mais forte que todos que encontrou
neste vilarejo, contudo, isso não significa que ele é o mais forte do mundo.
E também, agora
mesmo, Ainz era um morto-vivo, e julgando pela reação da garota, a opinião
geral sobre os mortos-vivos era bem óbvia. Ele precisava de conhecimento sobre
sua situação e ele tinha que ser cuidadoso, já que ele poderia ser atacado a
qualquer hora por humanos que o odiassem.
"Eu o fiz
esperar." O chefe do vilarejo sentou na cadeira na frente de Ainz, e sua
esposa ficou atrás dele.
O chefe tinha uma
pele negra e muscular e um rosto cheio de rugas. De relance, era possível notar
que seu corpo robusto foi feito depois de muito trabalho pesado. Metade de seu
cabelo já estava branco. Embora suas roupas de algodão estivessem manchadas de
sujeira, elas não fediam. Pelo olhar
cansado em seu rosto, dava para dizer que ele tinha mais de quarenta anos. Sua
verdadeira idade, contudo, era difícil de discernir. Aparentemente, os eventos de hoje o fizeram
envelhecer alguns anos. A mulher dele parecia ser tão velha quanto ele.
Embora ela,
previamente, tivesse o charme de uma magra e delicada beleza, muitos anos de
trabalho na fazenda acabaram quase que completamente com isto. Seu rosto estava
cheio de sardas. Agora, ela era somente uma magrela, tiazona, com um cabelo
preto despenteado até os ombros. Mesmo se fosse vista sob a luz do Sol, sua cor
ainda seria desbotada.
"Por
favor."
A esposa colocou um
copo humilde na mesa. Albedo não foi servida, pois ainda estava patrulhando o
vilarejo. Ainz levantou sua mão
recusando o copo com água fervida. Ele
não sentia sede e não podia tirar sua máscara. Mas já que ele viu o trabalho
duro colocado no preparo da água, ele deveria ter recusado antes.
A propósito, o
trabalho duro se refere à tarefa de ferver a água. Ela começou com uma pedra. Fazendo várias
faíscas nos pedaços finos de madeira, ela, então, deixou o fogo crescer.
Demorou um pouco para que ela conseguisse manter o fogo do fogão, e então, teve
que esperar até que a água estivesse fervida.
Ela não usava eletricidade, mas sim, um fogo feito à mão para ferver a
água. Esta foi a primeira vez que Ainz viu algo do tipo e ele ficou muito
impressionado no processo. No mundo original de Ainz, todos usavam gás para
cozinhar, então, o que ela acabou de fazer devia ser muito mais difícil.
Sobre a tecnologia,
Ainz queria aproveitar a situação para reunir um pouco de informação. Pensando
desta forma, Ainz, mais uma vez, encarou o chefe.
"Embora você
tenha fervido a água especialmente para mim, eu sinto muito."
"O senhor é
muito gentil, não precisa se desculpar."
Ainz, que está
gentilmente curvando sua cabeça em perdão, fez o casal ficar preocupado. Eles
não conseguiram imaginar que a pessoa comandando o "Cavaleiro da
Morte" iria curvar sua cabeça para pedir desculpas.
Mas esta ideia não
era nem um pouco esquisita para Ainz. Mostrar uma atitude amigável antes de
começarem as negociações era definitivamente algo bom. É claro, ele podia sempre lidar com isto do
mesmo jeito que fez com as irmãs, usando [Confundir
Humanoide] ou alguma outra magia para arrancar informação e depois usar uma
magia de alto nível para mudar suas memórias. Mas isso só deveria ser usado
como último recurso, porque o consumo de MP para tal era muito alto.
Ainz se lembrou da
sensação de usar MP: Seu corpo ficava estranhamente cansado, como se tivesse
perdido algo. Depois que ele colocou as
luvas e a máscara, ele tinha de usar uma gigantesca quantidade de MP para mudar
simplesmente 10 segundos de memórias.
"Então, vamos
ao ponto; a discussão sobre minha recompensa."
"Sim. Contudo,
antes de começarmos... Muito obrigado!"
O chefe se curvou
em agradecimento, sua cabeça quase tocava a mesa. Sua esposa o seguiu e também
se curvou:
"Se não fosse
pelo senhor, todos estaríamos mortos. Nós estamos muito gratos!"
Ainz estava
surpreso por receber tal gratidão sincera.
Lembrando-se de sua vida anterior como Suzuki Satoru, ele nunca tinha
recebido tal agradecimento... Não, as
duas garotas de antes também o agradeceram assim. Era que ele simplesmente não
tinha salvado ninguém antes, e, agora, ele se sente como se tivesse feito a coisa
certa.
Ele não desgostava
de receber tal tipo de agradecimento sincero, mesmo quando ele era humano,
embora ele ainda se sentisse constrangido— talvez isto fosse um resto de sua
humanidade.
"Por favor,
levantem seus rostos. Como eu disse antes, isto não é nada com que vocês devam
se preocupar. Porque eu não estava ajudando de graça."
"Nós sabemos
disso, mas, por favor, deixe-nos agradecê-lo mesmo assim. Por causa da sua
ajuda, várias pessoas sobreviveram."
"Enquanto me
pagarem mais. Primeiro, vamos discutir sobre a recompensa. Como chefe do
vilarejo, você deve estar bem ocupado."
"Nada é mais
importante do que passar tempo com o nosso salvador, contudo, seguir meus
princípios seria minha forma de respeito mais sincero."
O chefe lentamente
ergueu seu rosto e Ainz rapidamente começou a usar seu inexistente cérebro.
Não depender da
magia, mas sim da conversa para conseguir informações.
'Que problemático.'
Quanto efeito suas
experiências passadas com vendas teriam nesta situação? Ainz esperava que ele
fosse capaz de usar pelo menos metade de suas antigas habilidades. Tendo se
preparado mentalmente, ele disse:
"Então, eu
irei direto ao ponto. Quanto vocês podem me pagar?"
"Nós não podemos
ser mesquinhos com nosso salvador. Sobre moedas de bronze e prata, se não
coletarmos de todos, não teremos certeza de quanto temos, mas, sobre as moedas
de bronze, agora nós devemos ter por volta de 3000."
Ainz ainda não
sabia quanto valor isso tinha, então, ele se ridicularizou em seu coração. Perguntar agora seria um erro fatal, ele
deveria tomar outro caminho e lentamente guiar a conversa.
'De qualquer forma,
já que eu era um vendedor inútil originalmente, minhas habilidades
profissionais também eram ruins.'
Embora o número
parecesse muito, ele não sabia o valor do dinheiro, e então, não poderia
determinar se essa quantia era apropriada. Ele absolutamente tem que evitar
aceitar um valor muito baixo ou elevar para uma quantia muito alta, caso contrário,
ele irá expor sua ignorância.
Não, o fato de eles não terem dito que iriam
pagar com quatro grandes vacas já foi o suficiente para que ele suspirasse de
alívio.
Próximo de cair
profundamente em depressão, seu estado mental rapidamente se ajeitou. Ainz se
reassegurou, ele estava muito agradecido por seu corpo morto-vivo, e, ao mesmo
tempo, ele aprendeu algo.
E isso era que
moedas de bronze e prata eram a moeda corrente desse vilarejo. Ao mesmo tempo,
ele também quis saber a relação entre essas duas moedas, mas ele não tinha
confiança sobre esta informação. Primeiro, ele tinha que aprender mais sobre o
valor das moedas de bronze. Não saber algo tão básico poderia se transformar em
algo problemático. Mas não saber nada sobre o valor da moeda seria muito
suspeito. Antes que ele quisesse saber mais sobre este mundo, ele queria
continuar não chamando atenção. Por isso,
ele continuou pensando, tentando evitar uma falha maior.
"Seria
problemático carregar tantas moedas, eu espero que elas possam ser trocadas por
moedas com um valor maior."
"Perdoe-nos,
seria ótimo se pudéssemos usar moedas de ouro para pagar o senhor. Mas... nosso
vilarejo não tem nenhuma."
Ainz suprimiu a
vontade de dar um grande suspiro de alívio. A resposta do chefe levou a
conversa na direção em que Ainz gostaria.
Então, Ainz pensou
muito sobre sua próxima pergunta:
"Então é
assim. Nesse caso, eu desejo usar o dinheiro que receber para comprar produtos
do vilarejo, eu quero que me dê o suficiente para esse propósito."
Ainz secretamente
abriu seu baú de itens por dentro de sua túnica e retirou duas moedas de ouro
de Yggdrasil. Uma das moedas tinha o contorno de uma mulher, enquanto a outra
tinha a de um homem. A primeira moeda foi implementada depois do evento [A
Ruína da Valquíria], era uma revisão da moeda usada pelos jogadores até o
momento, com a segunda sendo a moeda mais antiga que era usada
antigamente. Embora ambas as moedas
tivessem o mesmo valor, elas tinham significados diferentes para Ainz.
A moeda mais velha
tinha acompanhado Ainz desde o primeiro momento em que ele começou a jogar
Yggdrasil até fundar a Ainz Ooal Gown. Foi durante o auge de sua guilda que o
jogo implementou a nova moeda, mas já que eles já tinham completado seus
equipamentos, a moeda nova foi simplesmente colocada no baú.
Sendo um mago
esquelético, usando magias para derrotar monstros no mapa, recebendo moedas de
ouro que flutuavam no ar. Indo para labirintos sozinho e derrotando monstros
ferozes sozinho, ganhando uma montanha de dinheiro através de grandes
dificuldades. Depois que os membros de sua guilda passaram pelo labirinto, eles
venderam todos os cristais de dados, ganhando estas moedas de ouro que
simbolizavam sua gloriosa história.
Mas Ainz jogou fora
aquelas memórias nostálgicas. Guardando a moeda velha, ele pegou a moeda
nova. Assim que ele colocou as moedas na
mesa, o chefe e sua mulher abriram os olhos em surpresa.
"Is— Isto
é!"
"Isto é a
moeda de uma terra distante. Ela pode ser usada aqui?"
"Deve ser
possível... Espere um pouco, por favor."
Ainz deu um suspiro
de alívio depois de ouvir que poderia ser usada, enquanto o chefe levantou de
sua cadeira, foi para outro quarto e trouxe algo que só poderia ser visto em
livros de história.
Isso seria uma
balança antiga. Depois teve o trabalho da mulher, ela pegou a moeda de ouro
junto de um objeto redondo, tendo por volta do mesmo tamanho. Depois que ela
viu o suficiente, ela colocou a moeda em um lado da balança e colocou um peso
no outro. Isto parecia um processo
chamado de "pesar a moeda".
Ainz cavou em suas memórias, pensando sobre o significado das ações da
mulher. Se o primeiro passo fosse comparar o tamanho da moeda deste país com a
outra, então o próximo seria confirmar o conteúdo em ouro da moeda.
"Parece ter o
peso de duas moedas de ouro... Por favor, posso pedir para arranhar a
superfície..."
"M— Mulher,
você está sendo rude demais! Por favor, perdoe-nos, minha mulher disse palavras
insolentes..."
Parecia que ela
pensava que a moeda era banhada a ouro. Entretanto, Ainz não estava triste nem
nervoso.
"Tudo bem...
Mas se for realmente de ouro puro, é melhor você me compensar com seu valor
total, tudo bem?"
"N— Não
precisa, desculpe-me."
A mulher do chefe
se desculpou e devolveu a moeda.
"Não se
preocupe com isso, eu quero saber outra coisa. O que vocês acham desta moeda?
Parece uma escultura entalhada, não é?"
"Sim, parece
ser muito bonita. De qual país ela é?"
"Bem... este
país não existe mais."
"Oh,
mesmo...."
"... Embora
tenha o mesmo peso que duas moedas de ouro comuns, se juntar o trabalho de arte
dela, eu deveria esperar um valor ainda maior, não é mesmo?"
"Provavelmente...
mas eu não sou nenhum comerciante, e não sei como julgar um trabalho de arte
apropriadamente..."
"Hahahaha,
você está certo. Então se eu fosse fazer compras, esta moeda seria equivalente
a duas moedas de ouro comuns, certo?"
"Bem, é
claro."
"Na verdade,
eu tenho várias delas. Que tipo de produtos você pode me vender? É claro, eu só
comprarei a quantidade que você esteja disposto a vender, e eu não me importo
de pagar o preço normal. Você pode até mesmo verificar as moedas livremente.
Por favor—"
"Ainz Ooal
Gown-sama!"
Ainz ficou
assustado pelo grito repentino do chefe, cuja expressão tinha ficado mais séria
do que anteriormente.
"... Ainz está
bom."
"Então seria
Ainz-sama?" O chefe do vilarejo estava muito cético no começo, mas depois
de acenar com a cabeça várias vezes, ele continuou:
"Eu tenho plena noção do que Ainz-sama
está tentando dizer."
Ficando de certa
forma confuso, Ainz imaginou se um grande ponto de interrogação apareceria
acima de sua cabeça. Isto deve ser um mal-entendido, mas já que ele não tinha a
menor ideia do que o chefe ia dizer, Ainz não sabia como reagir.
"Eu estou
ciente de que Ainz-sama não quer se vender por pouco, já que é compreensível
que o senhor espera uma recompensa adequada pelo seu trabalho duro. Para
contratar uma pessoa tão forte quanto Ainz-sama, nós precisaríamos de muito
dinheiro, mas o senhor gostaria de receber algo além das 3000 moedas de bronze,
não é verdade?"
Sendo incapaz de
seguir a linha de raciocínio do chefe, a mente de Ainz estava bagunçada e ele
não podia deixar de ser grato por ter decidido usar a máscara. Ainz mostrou as
moedas de ouro para estipular quanto ele seria capaz de comprar com elas, já
que ele queria dar uma avaliada nos preços do mercado deste mundo. Como as
coisas chegaram a este ponto? Sem dar
tempo para Ainz responder, o chefe continuou:
"Entretanto,
assim como eu disse antes, o máximo que este vilarejo pode pagar é por volta de
3000 moedas de bronze. O senhor certamente suspeitará que tenha mais, mas eu
definitivamente o asseguro de que não estamos escondendo nada de nosso salvador
Ainz-sama."
O rosto do chefe
estava cheio de sinceridade e não parecia que ele estava mentindo. Se ele
estivesse enganando Ainz, ele só poderia se culpar por sua própria incapacidade
de ler as pessoas.
"Não, nós
nunca seríamos capazes de juntar a quantia adequada para pagar alguém tão
poderoso quanto Ainz-sama. Se todos no vilarejo juntarem todo seu dinheiro,
talvez nós possamos satisfazer Ainz-sama, mas... nosso vilarejo perdeu muitas
pessoas, se pagássemos mais de 3000 moedas de bronze nós não seríamos capazes
de sobreviver à próxima estação. É a mesma coisa com nossos produtos, muitos
campos ficarão defasados de trabalhadores por causa de nossas perdas. Então, se
déssemos nossos estoques para o senhor, nosso futuro seria incerto. Embora seja
rude ao nosso salvador, mas se for remotamente possível... será que podemos lhe
pagar em parcelas?"
'Hã? Poderia esta
ser uma ótima oportunidade?'
Tendo um momento de
iluminação, Ainz pretendeu ter um pensamento profundo. Seu objetivo estava bem
na sua frente, agora, ele só poderia rezar para ter sucesso. Depois de alguns
segundos, Ainz finalmente disse:
"Eu entendo.
Eu não pedirei por uma recompensa."
"Hã? Po— Por
quê?"
O chefe e sua
mulher estavam estupefatos. Ainz gentilmente levantou sua mão, sinalizando que
ainda tinha algo para dizer. Durante as negociações, deve-se considerar
apropriadamente o que dizer e o que não dizer, isto era muito problemático, e
ele não sabia se era possível adquirir as informações que queria sem problemas,
mas ainda assim ele tinha que tentar.
"... Eu sou um
Conjurador de Magias, depois de aprender magia em um lugar chamado Nazarick, eu
só saí de lá há pouco tempo."
"Entendo.
Então essa é a razão pela qual o senhor está vestido dessa maneira."
"Ah, er...
Sim."
Ainz tocou a
Máscara da Inveja, casualmente limpando sua sobrancelha. Se todos os Magos usassem estes tipos de
máscaras, como as pessoas na rua reagiriam?
A imagem das ruas de Bali cheias de gente lhe veio à mente. Ainz, que
não esperava vir para este mundo, percebeu, de repente, outra coisa que ele não
conseguia entender. Ele se perguntou por que eles usavam os mesmos títulos,
assim como em Yggdrasil.
O título de
Conjurador de Magias era muito comum. Ele incluía Eremita Sagrado, Sacerdote,
Druida, Místico, Feiticeiro, Mago, Bardo, Miko, Alquimista, Santo e outras
ocupações. Todas estas classes em Yggdrasil eram conhecidas como Usuárias de
Magias. Se fosse o mesmo neste mundo, isso seria uma grande coincidência.
Ainz continuou
observando suas reações enquanto falava:
"Embora eu
tenha dito que não quero uma recompensa, como um Conjurador de Magias, eu uso
várias ferramentas diferentes, e isso também inclui medo e conhecimento. E isto
pode ser usado como ferramenta para conseguir dinheiro. Como eu disse antes,
por eu estar me concentrando completamente em meus estudos mágicos, eu cheguei
ao ponto em que não entendo o que está acontecendo nos arredores, então, eu
gostaria de pegar informações com vocês. Adiante, eu espero que vocês não digam
para ninguém sobre eu estar comprando informações de vocês. Eu estaria disposto
a considerar isto como um substituto da minha recompensa."
Não existe tal
coisa como comida de graça. Se alguém é de graça, então, tem que ter alguma
pegadinha. Depois de exigir uma recompensa por salvar estas pessoas, ele de
repente mudou de ideia e não queria mais uma recompensa. Isto, obviamente,
faria com que algumas pessoas suspeitassem dele. Mas, enquanto o outro
acreditasse que tivesse pagado um valor adequado, mesmo que fosse intangível,
eles ainda seriam influenciados por isso. Em outras palavras, se o outro lado
acreditar que venderam informações para Ainz como recompensa, eles suspeitariam
menos e ficariam mais calmos.
De fato, o chefe e
sua mulher mostraram expressões firmes e acenaram com a cabeça:
"Eu entendo,
nós definitivamente não iremos contar a ninguém sobre isso."
Ainz fechou seus
punhos e secretamente celebrou. Suas experiências no mundo real como vendedor
foram úteis aqui.
"Isso é ótimo.
Como eu não quero usar magia para restringi-los, eu irei acreditar nas suas
palavras."
Ainz esticou sua
mão coberta pela luva. No começo, o chefe estava atordoado por um segundo, e
depois de entender a intenção, ele firmemente apertou a mão de Ainz. Ainz
estava aliviado de que este mundo também tinha a tradição de apertar as mãos.
Se o chefe tivesse feito um rosto de dúvida, ele teria chorado.
É claro, Ainz não
confiava completamente neles. Sobre assuntos que você não quer que as pessoas
bisbilhotem, no momento em que lhes fosse oferecido benefícios, eles com
certeza vazariam as informações. Mesmo se um segredo fosse guardado no começo,
ainda era possível que ele fosse vazado depois que a pessoa em questão mudasse
de ideia. Já que não havia nada como a "melhor solução", Ainz tinha
que apostar acreditando que a integridade do chefe era forte o suficiente para
não espalhar a informação. Ele não podia fazer nada para prevenir isto de
acontecer, e, mesmo se a informação vazasse, ele ainda poderia usar isso para
barganhar na próxima vez que ele tivesse que lidar com este vilarejo.
Mas depois de olhar
seus rostos de gratidão e suas atitudes sinceras, a intuição de Ainz o disse
que eles provavelmente nunca o trairiam.
"Então... Você
pode me dizer sobre este lugar?"
***
"... como pode
ser?!"
"Eh! Tem algum
problema?"
"Não, nada, eu
só estava falando comigo mesmo. Desculpe por fazer sons estranhos o
preocupando..."
Ainz
instantaneamente continuou sua encenação. Se ele ainda tivesse seu corpo
humano, ele estaria suando frio agora. O chefe disse:
"Oh, então é
assim." E não tocou mais no assunto.
Ou, talvez, na
mente dele, ele já via o Lançador de Magias como uma pessoa esquisita. Isto, na verdade, seria mais vantajoso para
Ainz...
"Devo preparar
algo para o senhor beber?"
"Oh, não. Eu
não estou com sede, por favor, não se preocupe."
A mulher do chefe
já tinha saído do quarto e foi para fora— havia várias coisas para fazer. No
momento, somente Ainz e o chefe estavam na casa.
As primeiras
perguntas de Ainz eram sobre os países vizinhos, ele nunca tinha escutado sobre
os nomes mencionados pelo chefe. Embora ele tenha se preparado
psicologicamente, dizendo que nada iria o surpreender, ainda assim, ele ficou
surpreso ao escutar....
No começo, Ainz
constantemente imaginava que este mundo tinha sido baseado na história de
Yggdrasil. Já que era possível usar a magia de Yggdrasil neste mundo, talvez
fosse algo ligado a Yggdrasil. Contudo, os nomes que ele ouviu não tinham,
absolutamente, nenhuma relação.
Os países vizinhos
eram o Reino de Re-Estize, o Império Baharuth e a Teocracia Slane. Na mitologia
nórdica e na história de Yggdrasil, estes nomes não apareciam.
Seus olhos estavam
piscando constantemente e seu corpo estava tremendo. Ainz colocou suas mãos
vestidas com as luvas na mesa, e mal foi capaz de manter o equilíbrio. Ele já
sabia que tinha chegado a um mundo estranho e estava mentalmente preparado para
isso, mas era impossível não ficar surpreso.
O impacto foi pior
do que o esperado. Esta foi a primeira vez desde que seu corpo se tornou o de
um morto-vivo em que ele sentiu tamanho impacto dramático. Tentando ficar calmo, Ainz se lembrou dos
nomes dos países vizinhos que acabou de escutar e suas localizações
geográficas.
Começando com o
mais perto, Reino de Re-Estize e Império Baharuth. Estes países eram separados
pelas montanhas Azellerisia. Ao sul das montanhas havia uma grande floresta que
pertencia ao reino. Este vilarejo e a cidade fortaleza próxima eram ambas
localizadas na fronteira da floresta.
Estes dois países
estavam lutando constantemente um contra o outro e havia conflitos quase todo
ano na selva perto da cidade fortaleza.
E o país ao sul, a
Teocracia de Slane. Para explicar a relação entre estes três países, em termos
simples, era como desenhar um círculo e colocar um "T" no meio. Esta
explicação pode ser um pouco vaga, mas deve ser fácil de entender. O Reino de
Re-Estize à esquerda, o Império Baharuth à direita, e a Teocracia Slane ao sul.
Parecia haver outros países, mas o chefe só sabia sobre esses três.
Sobre os
acontecimentos políticos, não havia como o chefe de um vilarejo pequeno saber
mais.
O que significa...
"... Eu fui um
tolo."
Só porque os
cavaleiros levavam o emblema do Império Baharuth, o chefe tinha assumido que
eles fossem cavaleiros de Baharuth. Mas já que este lugar estava na fronteira
com a Teocracia Slane, eles podiam muito bem ser cavaleiros de Slane
disfarçados.
Libertar todos os
cavaleiros foi um erro, ele deveria ter mantido pelo menos uma pessoa para
fazer algumas perguntas. Agora era tarde demais.
Se isto realmente
fosse um ataque da Teocracia Slane, então, talvez ele deva avisar o Império.
Quanto ao Reino, já que os aldeões foram salvos, tudo deveria ficar bem.
Ainz estava
pensando profundamente. Seria ele o
único que veio para este mundo? Isto era
impossível, as chances de outros jogadores estarem aqui deveriam ser altas.
Talvez Meromero também tivesse vindo. O próximo passo seria considerar o que
fazer no caso de ele encontrar outros jogadores.
Do ponto de vista
de um japonês, se outras pessoas foram transportas para cá, elas deveriam se
unir. Seria melhor cooperar o máximo possível um com o outro quando isso
acontecesse. Enquanto não tivesse nada a ver com Ainz Ooal Gown, não importa
quais concessões ele teria de fazer. O único problema seria se o outro o
considerasse como inimigo.
Embora a
probabilidade de isso acontecer fosse muito pequena, não era completamente
impossível. Ainz Ooal Gown sempre fez o
papel dos vilões e estava dando PKs o tempo todo. Como resultado, ninguém
gostava deles. Não estava claro se esse ressentimento desapareceu ou não.
Talvez a outra pessoa tentasse levá-lo à justiça, guiada por raiva e ódio.
Para tentar não ser
odiado, ele, primeiro, teria de evitar atitudes hostis nos arredores. Massacrar
os moradores locais, especialmente pessoas inocentes, iria enfurecer outros
jogadores que ainda tinham sua humanidade para perder. É claro, se ele pudesse
dar uma boa razão para a outra pessoa pelos seus atos, seria outro assunto.
Salvando aldeões que foram atacados, por exemplo.
Todas as suas
atitudes futuras deveriam ser justificadas com motivos louváveis em vez de
convenientes. Em outras palavras, é possível que na próxima vez ele tenha que
fazer coisas que não quer, mas não há outra opção. Ainda assim, se o outro
ainda tivesse ressentimento para com a Ainz Ooal Gown por causa do passado,
portanto, lutar seria inevitável. Então, ele tem que pensar em uma contramedida
para tal situação.
Sobre a força de
Nazarick, se o oponente tivesse por volta de 30 jogadores de nível 100, ele
deveria ser capaz de destruí-los facilmente. Já que ele também usaria os
tesouros lendários de Nazarick, eles podiam ser comparados com uma fortaleza
impenetrável. Se os inimigos fossem tão fortes quanto aqueles cavaleiros,
então, seria fácil para repeli-los.
Mas, como se pode
imaginar, lutar em uma fortaleza sem receber reforços seria muito desvantajoso.
Usando os itens lendários da Ainz Ooal Gown seria fácil matá-los, mas o nível
de Ainz diminuiria toda vez que ele liberasse o poder total. Se ele usasse para
repelir cada ataque, chegaria o dia em que ele seria incapaz de usá-los.
Ainz sabia o quão
fácil era cometer erros, ou não perceber certas coisas quando ele se
concentrava somente em lutar. Mas Ainz não era uma criança, então, ele levaria
em conta as piores situações possíveis antes de agir. Dessa forma, ele poderia
pensar em contramedidas antes mesmo do problema acontecer.
Se ele simplesmente
quisesse viver, então, ele não precisaria pensar muito. Ele poderia ser
simplesmente como uma fera e viver na floresta. Mas, por causa de sua força e
do orgulhoso nome que está carregando, ele não podia se permitir fazer tal
coisa.
Se ele quisesse
viver pacificamente com os outros, ele teria simplesmente que improvisar.
Por isso, como ele
lidará com o combate no futuro se tornou algo muito importante. Ele tinha que
expandir seu poderio militar apropriadamente. Depois, ele teria que juntar
informações sobre este mundo, incluindo notícias sobre outros jogadores.
"... Isto deve
ser suficiente."
"Há algo de
errado?"
"Não, não é
nada. É só que minhas previsões eram diferentes da realidade, então eu viajei.
Certo, existe alguma outra coisa que você possa me falar?"
"Ah, sim, eu
entendo."
O chefe mudou a
conversa para falar sobre os monstros.
Este mundo era igual a Yggdrasil, no aspecto em que ambos tinham
monstros. Dentro de florestas, também havia Bestas Mágicas, particularmente na
área chamada "Floresta dos Reis Sábios". Também existiam Anões, Espíritos
da Floresta ou Fadas, Goblins, Orcs, Ogros e outros demi-humanos. Até mesmo
havia um país de demi-humanos em algum lugar.
Há aqueles chamados
de "Aventureiros", que recebem recompensas por derrotar tais
criaturas. Muitos dos Aventureiros também eram Conjuradores de Magia. Eles
também criaram uma Guilda dos Aventureiros dentro da cidade.
Além disso, parecia
haver uma forma de conseguir informações úteis na cidade fortaleza de E-Rantel.
De acordo com o
chefe, E-Rantel parecia ser a maior cidade por perto, mesmo sendo incerto sobre
quantas pessoas moravam lá. Se quisesse adquirir informações, aquele era o
lugar.
Mesmo que a
informação adquirida com o chefe fosse útil, ainda havia várias coisas das
quais ele não sabia. Para esclarecer tudo, seria mais fácil simplesmente mandar
alguém lá para verificar. Finalmente,
sobre a língua. Embora este parecesse ser outro mundo, era estranho como eles
conseguiam entender japonês. Então, Ainz olhou cuidadosamente para a boca do
chefe, e percebeu que ele não estava falando japonês.
O formato da boca e
os sons resultantes, nenhum deles parecia ser japonês. Ele devia fazer alguns experimentos sobre
isto depois. Concluindo, parecia que as pessoas deste mundo uma vez comeram um
tipo de comida chamada "Konjac de Tradução". Só não se tinha ideia de
quem os alimentou com tal coisa. Parecia que a linguagem deste mundo era
traduzida automaticamente antes que fosse transmitida para a outra pessoa.
Então, se todos
eram capazes de entender uns aos outros, deve ser possível falar com outras
espécies também. Como falar com gatos e cachorros. O único problema é que
ninguém sabe quem fez as coisas de tal maneira. Mas, por algum motivo, o chefe
do vilarejo não achou isso nem um pouco esquisito.
Como se fosse algo
completamente comum.
'Em outras
palavras, este é o senso comum para este mundo. Pensando calmamente sobre isto,
já que era um mundo mágico, o fato de ter um senso comum completamente
diferente não era tão esquisito assim.'
O senso comum que
ele aprendeu durante toda sua vida antiga e o senso comum deste mundo eram
diferentes. Isto era um problema fatal.
Se ele não
estivesse familiarizado com o senso comum deste mundo, seria possível que ele
cometesse um erro fatal. A dita "falta de noção", era,
definitivamente, algo ruim.
Atualmente, Ainz
não tinha tal senso comum. Ele simplesmente tinha de pensar em uma solução, mas
já que ele não conseguia pensar em uma boa ideia, será que ele deveria achar
alguém por aí e fazer essa pessoa falar tudo sobre o senso comum para ele? É
claro que não.
Parece que só havia
um jeito.
"... Parece
que terei de morar em uma cidade por um tempo..."
Várias coisas irão
precisar que ele aprenda sobre o senso comum deste mundo. Também era importante
entender a magia deste mundo. Havia muitas coisas que ele precisava saber.
Profundamente em seus pensamentos, Ainz ouviu o som de passos gentis se
aproximando da fina porta de madeira pelo lado de fora. Embora os passos fossem
pesados, o tempo entre eles mostrava que não se moviam rapidamente. Eram os
passos de alguém que não estava com pressa.
No momento em que
Ainz virou seu rosto na direção da porta, alguém bateu nela. O chefe não pôde
deixar de observar o rosto de Ainz. Já que o preço por ter salvado suas vidas
era explicar algumas coisas, ele não ousaria sair sem o consentimento de Ainz.
"Por favor, vá
em frente. Eu queria mesmo fazer uma pausa, então não me importo se quiser
sair."
"Eu sinto
muitíssimo por isso."
O chefe acenou
gentilmente para se desculpar, levantou-se e andou até a porta. Um aldeão
apareceu na porta, ele primeiramente olhou para o chefe e depois para Ainz:
"Chefe,
desculpe-me incomodá-lo enquanto o senhor está falando com sua visita, mas o
funeral está pronto..."
"Oh..."
O olhar do chefe se
voltou para Ainz, como se estivesse pedindo permissão.
"Não tem
problema, não se preocupe comigo."
"Obrigado.
Diga a todos que eu estarei lá."
Parte 2
O funeral foi feito
no cemitério nos limites do vilarejo. O cemitério consistia de um muro acabado
que fechava um espaço aberto, com várias pedras redondas verticais que tinham
nomes escritos. O chefe leu um epitáfio para consolar as almas dos que partiram.
Ele falou de deuses que não existiam em Yggdrasil e rezou para que as almas
descansassem em paz.
Aparentemente eles
não podiam enterrar todos os corpos devido à falta de pessoas, então, eles só
enterram algumas. Da perspectiva de Ainz, enterrar alguém no mesmo dia em que
morreu era um pouco antecipado. Talvez este mundo tivesse práticas religiosas
desconhecidas por Ainz e enterrar alguém rapidamente fosse considerado normal.
Os aldeões estavam
todos reunidos dentro do cemitério, dentre eles, Ainz viu as duas irmãs que ele
salvou— Enri e Nemu Emmot. Ainz confirmou que os dois corpos ali eram dos pais
delas; aparentemente, o enterro deles aconteceria logo. Ainz as observou de um
local próximo enquanto segurava uma varinha de 30 centímetros por baixo de sua
túnica. A varinha era feita de marfim, decorada com ouro na ponta. No cabo
estavam encrustadas algumas runas, e ela tinha um cheiro divino.
O nome da varinha
era Varinha da Ressurreição.
Com este item
mágico, era possível trazer os mortos de volta à vida. Ainz obviamente tinha
mais de uma varinha. Ele tinha até mesmo o suficiente para reviver todos do
vilarejo e ainda sobraria. De acordo com o chefe, não havia magia neste mundo
que pudesse reviver os mortos. Se Ainz usasse a varinha, ele poderia criar um
milagre neste vilarejo. Mas depois que as preces foram concluídas e o funeral
estava chegando a um fim, Ainz lentamente colocou a varinha de volta no baú.
Ele podia reviver
os mortos, mas não o fez. Não foi porque ele achava que era tarefa de Deus
cuidar dos espíritos dos mortos, mas sim, porque não havia motivo para tal.
Considere os dois tipos de Conjuradores de Magia, aqueles que podem usar magia
para matar e aqueles que podem usar para reviver outras pessoas. É fácil dizer
qual provavelmente terá mais problemas. Mesmo se eles forem revividos com a
condição de não contar a ninguém sobre tal, as chances de guardar este segredo
eram baixas.
Todos desejavam
pela habilidade de desafiar a morte, não é?
Sob outras circunstâncias, ele talvez fosse capaz de usar [Ressurreição]. Mas, no momento, ele
não tinha informação o suficiente; era melhor não usar a varinha.
"Só o ato de
salvar o vilarejo deve ser o suficiente para deixá-los felizes."
[Nota do tradutor:
Ainz ta tipo aqueles Sacer do Ragnarok que ignorava você pedindo ress ]
[Revisor: Tu sabe
qual era o preço da gema?! Não tinha nem um por favor, era “ressa ae!” e nós
éramos ruins se não quiséssemos...]
Ainz sussurrou uma
prece em silêncio enquanto olhava para o Cavaleiro da Morte atrás dele. O
Cavaleiro da Morte era outro mistério. Dentro de Yggdrasil, seres mágicos
invocados expiram a não ser que sejam chamados por métodos especiais de
invocação. Este Cavaleiro da Morte não foi invocado com tais métodos. Ele já
deveria ter expirado, mas não expirou.
Embora Ainz
especulasse o porquê, ele não conseguia achar uma explicação devido a sua falta
de informação. Enquanto Ainz estava preso em seus pensamentos, duas figuras
apareceram próximo dele. Era Albedo e um ser mágico com um corpo humano que
vestia um traje ninja com uma aranha negra que tinha oito pernas que pareciam
lâminas afiadas.
"Uma aranha
assassina com oito pernas parecidas com lâminas? Albedo, este é..."
Ainz olhou ao redor.
Os aldeões parecem não ter notado. Por enquanto, vamos esquecer Albedo. Se você
visse tal ser mágico, mesmo se estivesse no meio de um funeral, ainda assim é
algo que você normalmente olharia. Mas então, ele se lembrou de repente que
pessoas com tais trajes pertenciam ao tipo de seres mágicos que eram capazes de
ficar invisíveis.
"Ele queria
mostrar seus respeitos ao Ainz-sama, então eu o trouxe."
"É uma grande
honra conhecer Momonga-sama—"
"— Não há
necessidade para isso. Você é das tropas de reforços, não é?"
"Sim, fora
minha pessoa, nós preparamos 400 servos para atacar este vilarejo."
'Atacar? Como
chegou a esse ponto?' Ainz não conseguiu deixar de pensar que Sebas realmente
não tem nenhum talento para enviar mensagens.
"... Não há
necessidade para atacar, o problema já foi resolvido. Quem está te
comandando?"
"Aura-sama e
Mare-sama. Demiurge-sama e Shalltear-sama estão alertas dentro de Nazarick, e
Cocytus-sama está patrulhando a área ao redor de Nazarick."
"Então é assim...
Muitos de nós simplesmente atrapalhariam. Com a exceção de Aura e Mare, todos
devem recuar. Quantos assassinos como você estão aqui?"
"Quinze de
nós."
"Neste caso,
você deve permanecer de prontidão com Aura e Mare."
Vendo o assassino
acenar em concordância, Ainz levou seus olhos para o funeral. Quando os túmulos
começaram a ser preenchidos com terra, as duas garotas começaram a chorar sem
parar. Já que não parecia que os funerais iriam terminar tão cedo, Ainz lentamente
andou em direção ao vilarejo. Albedo e o Cavaleiro da Morte o seguiram.
Embora interrompido
pelos funerais, Ainz ainda assim passou muito tempo aqui aprendendo sobre
coisas como senso comum. Depois de deixar a casa do chefe, o Sol já estava se
pondo no céu. Parece que seu papel neste dramático resgate heroico demorou
bastante tempo.
Mas ele não
considerou este tempo como em vão. Como ele conseguiu aprender sobre este
mundo, mais e mais perguntas sem repostas estavam se acumulando. Aprender o
máximo possível era o suficiente para deixá-lo contente. Enquanto olhava para o
belo pôr-do-sol, Ainz pensou sobre o que deveria fazer.
Era muito perigoso
agir sem saber sobre a situação deste mundo. O melhor caminho a se tomar era
primeiro coletar muita informação escondendo sua identidade e fazendo operações
disfarçado. Mas, depois de resgatar este vilarejo, ele não era mais capaz de
esconder sua identidade. Mesmo se todos os cavaleiros tivessem morrido, eles
pertenciam a uma nação que tentaria descobrir o que aconteceu. Em seu antigo
mundo, investigações científicas eram muito desenvolvidas, e, talvez, este
mundo tivesse outras formas de investigação.
Mesmo se não
houvesse métodos desenvolvidos de investigação, enquanto o vilarejo estiver de
pé, um dia alguém irá descobrir pistas sobre Ainz. Para evitar o vazamento de
informações, os aldeões poderiam ser levados para Nazarick. Contudo, o reino ao
qual este vilarejo pertencia certamente recusaria. Não seria surpreendente se
tal incidente fosse tratado como sequestro em massa.
Havia duas razões
para dizer seu nome e deixar os cavaleiros escaparem. A primeira era que,
enquanto Ainz não estivesse se escondendo em Nazarick, notícias sobre ele
lentamente começariam a se espalhar. Nesse caso, seria melhor se ele fosse a
pessoa que disseminasse a informação. A
segunda era para espalhar a notícia de que Ainz Ooal Gown havia salvado o
vilarejo matando os cavaleiros. É claro, a intenção era fazer com que jogadores
de Yggdrasil ouvissem sobre isto.
Ainz queria ter um
abrigo dentro do Reino, do Império ou da Teocracia. Por um lado, se houvesse
outros jogadores nestes países, pistas sobre sua existência começariam a
aparecer. Pelo outro, se Ainz mobilizasse toda a Nazarick para procurar por
tais pistas, não só precisaria de muito esforço, mas o risco também seria alto.
Se alguém tivesse um temperamento como o de Albedo, dar a ordem errada
certamente criaria um inimigo desnecessário.
Com relação à
reunião de informações, aliar-se a um destes países tinha vários benefícios.
Para proteger a independência da Grandiosa Tumba de Nazarick, ter o apoio de um
aliado forte seria útil. Mas como ele não sabia a força destes países, ele
julgou que seria melhor não se apressar para se associar com algum no momento.
E também, já que Ainz não sabia quem era a pessoa mais forte deste mundo, ele
não podia abaixar sua guarda. Nestes três países, poderia haver alguém mais
forte que Ainz.
Tornar-se membro de
um destes países pode trazer algumas desvantagens, mas também deve haver vários
benefícios, não é? A pergunta é: como ele ganharia cidadania? Se a resposta
fosse se tornar um escravo, então – não, obrigado. Ele também não consideraria
se tornar um empregado de uma empresa cruel como Meromero. É por isso que ele
tinha que revelar sua força para todas as nações, observar suas reações e
ofertas em potencial, e escolher o melhor lado. Estes eram os fundamentos para
procurar por um emprego.
Então, quando ele
deveria imigrar? Enquanto Ainz não tivesse informação, havia a possibilidade de
ele ser manipulado. Pensando sobre isto, Ainz cansadamente balançou sua cabeça.
Nestas últimas horas, ele tinha usado demais seu cérebro. Ele não queria pensar
mais.
"Sigh... Já
chega por hoje. Nós terminamos aqui. Albedo, vamos retornar."
"Entendido."
A voz de resposta
de Albedo estava muito tensa. Já que não havia perigo presente, não havia
necessidade para ela ficar alerta.
Considerando isto,
ele só conseguia pensar em um motivo. Ainz, usando um tom baixo, perguntou:
"Você odeia os
humanos?"
"Eu não gosto
deles. Humanos são frágeis e criaturas inferiores. Se eu os esmagasse como
insetos, haveria uma bela vista para contemplar... embora essas duas garotas
sejam exceções."
Embora a voz de
Albedo fosse doce como mel, o que ela disse ainda assim era muito cruel.
Considerando que Albedo tinha a aparência de uma deusa calorosa, Ainz pensou
que sua fala anterior estava em grande contradição com sua aparência e começou
a demonizá-la:
"É mesmo... Eu
entendo como você se sente. Contudo, eu espero que um dia você se acalme um
pouco, já que saber como se portar é muito importante."
Vendo Albedo acenar
freneticamente com a cabeça, Ainz começou a ficar preocupado. Neste ponto, os
gostos e desgostos de Albedo não causariam problemas, mas isso não era
necessariamente verdade no futuro. Saber
sobre as preferências de seus subordinados era algo muito importante.
Depois de perceber
o preconceito de Albedo com a humanidade, Ainz começou a olhar para o chefe do
vilarejo. Cortesia o obrigava a se despedir antes de ir embora. Ele
imediatamente localizou o chefe. Ele tinha uma expressão solene e estava em um
canto da praça falando com vários aldeões, mas algo estava errado. O rosto do
chefe mostrava uma expressão perturbada como se algo fosse acontecer.
'Alguma coisa
aconteceu?'
O rosto do chefe do
vilarejo acendeu com uma faísca de esperança.
"Oh,
Ainz-sama. Parece que tem algumas pessoas que se parecem com soldados
cavalgando e se aproximando daqui..."
"Entendo..."
O chefe encarou
Ainz com um olhar preocupado, assim como os outros aldeões. Ainz gentilmente
levantou sua mão, dizendo a todos para ficarem calmos:
"Deixe comigo.
Todos devem se refugiar na casa do chefe; nós dois ficaremos aqui."
Um sino tocou, e os
aldeões começaram a se juntar. Ao mesmo tempo, o Cavaleiro da Morte foi para
perto da casa do chefe para protegê-la, e Albedo estava de prontidão próxima a
Ainz, esperando suas ordens. Para acabar
com a preocupação do chefe, Ainz alegremente disse:
"Não se
preocupe, já que este é um caso especial, eu o ajudarei de graça."
O chefe para de
tremer e força um sorriso. Ele provavelmente já tinha se preparado mentalmente
para apostar tudo em Ainz. Depois de pouco tempo, vários homens a cavalo
apareceram na estrada e lentamente pararam na praça.
"O equipamento
deles é diferente e parece estar casualmente organizado... Essas pessoas são
mesmo soldados?" Ainz estava perplexo com o equipamento deles.
Os cavaleiros de
antes tinham um emblema imperial em sua armadura e estavam armados com espadas
que combinavam e armaduras completas. Mas estes, embora também estivessem
usando armadura, não tinham um uniforme discernível. Alguns usavam couro,
enquanto outros nem armadura usavam, expondo o colete de malha que é usado por
baixo.
Alguns usavam
capacetes, enquanto outros não. A única coisa em comum que tinham é que todos
estavam com os rostos expostos. Todos estavam equipados com o mesmo tipo de
espada, mas alguns carregavam arcos, ou talvez uma pistola, uma maça ou outras
armas extras com eles.
Para explicar
melhor, este grupo parecia cheio de guerreiros veteranos que estiveram em
várias batalhas. Se não estivesse sendo generoso, eles pareciam com um grupo
ralé de mercenários. Enfim, por volta de 20 homens chegaram à praça. Embora
eles estivessem cientes sobre o Cavaleiro da Morte, eles foram mais ou menos
capazes de se organizar na frente do chefe e de Ainz. Do esquadrão, um único
homem emergiu e andou até Ainz.
Este parecia ser o
líder deles, tendo a aparência mais corajosa e que mais chamava a atenção. Ele
lentamente avaliou os arredores, olhando para o chefe, então para o Cavaleiro
da Morte e então para Albedo. Ele olhou em volta por um bom tempo. Mas ao
perceber que o outro lado estava estático, ele de repente penetrou Ainz com
seus olhos afiados.
Tendo verificado a
área, o capitão disse com uma voz imponente:
"— Eu sou um
cavaleiro capitão do Reino de Re-Estize, Gazef Strolonoff. Sob as ordens do
rei, eu vim com uma força punitiva para lutar contra os cavaleiros do Império e
estive patrulhando por vários vilarejos."
Sua voz profunda e
suave ressoou na praça e o chefe atrás de Ainz murmurou:
"Um cavaleiro
capitão do Reino..."
Esta pessoa nunca
foi mencionada em minha conversa com o chefe — Com um pequeno tom de culpa
direcionado ao chefe, ele perguntou em voz baixa: "... Que tipo de pessoa
ele é?"
"De acordo com
os mercadores que passam por aqui, ele foi o campeão de um torneio no passado
que foi usado para determinar o guarda pessoal do rei. Atualmente, ele é um
subordinado direto do rei e comanda um grupo de soldados de elite."
"A pessoa na
minha frente é tão incrível assim...?"
"... Eu não
sei. É só fofoca."
Ainz cuidadosamente
olhou para o cavaleiro; eles claramente tinham o mesmo emblema em seu peito. O
emblema deles era muito similar aos que estavam no vilarejo. Dito isso, não
havia informação o suficiente e, por isso, sua identidade não podia ser
esclarecida.
Gazef olhou para o
chefe: "Você deve ser o chefe do
vilarejo. Pode me dizer quem é o homem ao seu lado?"
"Não se
preocupe. Olá, senhor cavaleiro capitão do Reino, eu sou Ainz Ooal Gown, um
Conjurador de Magias. Por causa dos aldeões terem sido atacados por cavaleiros,
eu vim salvá-los." Interrompendo o chefe que estava prestes a responder,
Ainz gentilmente o saudou e se apresentou.
Gazef rapidamente
desceu de seu cavalo, fazendo um som alto de sua armadura de metal, ele ficou
de pé e se curvou profundamente:
"Obrigado por
salvar este vilarejo, eu não tenho como agradecê-lo."
O ar tremeu um
pouco.
Como cavaleiro
capitão, ele provavelmente fazia parte da classe privilegiada, então, mostrar
tamanho respeito para um Zé ninguém como Ainz em um mundo com claras diferenças
sociais seria uma grande surpresa para qualquer um. Dito isso, neste país, ou
no mundo inteiro, direitos humanos ainda tinham que ser estabelecidos. Até
alguns anos atrás, alguns países ainda praticavam a escravidão.
Mesmo suas posições
sendo totalmente diferentes, Gazef, ainda assim, saiu de seu cavalo para se
curvar perante Ainz. Estava claro que tipo de pessoa Gazef era. A intuição de Ainz o disse que a identidade
de Gazef como cavaleiro capitão do reino não era mentira.
"... Não
precisa ser tão formal. Na verdade, o propósito disto era receber uma
recompensa, então, não há motivo para me agradecer."
"Oh, uma
recompensa. Então, você é um aventureiro? Hmmm... entendo. Parece que você é um
ótimo aventureiro... Mas, por favor, perdoe minha ignorância, eu nunca ouvi o
nome do Mestre Gown antes."
"Eu sou um
viajante que simplesmente estava passando, então não sou uma pessoa muita
conhecida."
"Viajando,
é... Perdoe-me por fazer um aventureiro tão incrível como você perder tempo,
mas seria possível você me contar o que aconteceu com os homens que atacaram
este vilarejo?"
"Com todo
prazer, senhor cavaleiro capitão. A maioria deles estão mortos; eles não irão
causar mais problemas. Preciso continuar?"
"... Mortos...
Foi você quem os matou, Mestre Gown?"
Escutando o jeito
que Gazef se referiu a Ainz, ele percebeu que os nomes neste mundo eram usados
como no Ocidente, e não do jeito japonês. A sequência do nome seria nome +
sobrenome, e não sobrenome + nome. Isso explica por que o chefe tinha uma
expressão estranha quando Ainz o pediu para se referir a ele do jeito japonês.
Embora não fossem conhecidos, Ainz ainda assim pediu para ser chamado pelo
nome. É claro que o chefe ficaria confuso.
Percebendo seu
próprio erro, Ainz ainda assim usou sua natureza vergonhosa que adquirira como
um membro trabalhador da sociedade para encobrir sua gafe.
"... Isso está
correto, mas também não está."
Totalmente ciente
do sentido das palavras de Ainz, Gazef olhou para o Cavaleiro da Morte, do qual
ele provavelmente era capaz de sentir um leve cheiro de sangue.
"Tem duas
coisas que eu quero perguntar... Quem é aquele?"
"Ele é um de
meus servos criados."
Gazef assobiou,
então, com olhos afiados, verificou Ainz dos pés à cabeça.
"Nesse casso,
o que é essa máscara?"
"Por eu ser um
Conjurador de Magias, eu preciso usar isto."
"Você pode
tirar?"
"Se eu o
fizer, aquele cara—" Sua mão apontada para o Cavaleiro da Morte. "Se
ele ficar fora de controle, seria muito problemático."
O chefe, junto dos
aldeões dentro da casa, sabia muito bem sobre a força do Cavaleiro da Morte e
todos mostraram uma reação de surpresa. Possivelmente tendo percebido a mudança
no humor do chefe e da atmosfera, Gazef acenou pesadamente:
"Entendo,
então, nesse caso, seria melhor não remover a máscara."
"Obrigado."
"Então—"
"Antes disso,
desculpe interromper, mas este vilarejo acabou de ser atacado por cavaleiros do
Império. Se todos carregarem suas armas e entrarem, pode fazer com que os
aldeões relembrem do acontecimento recente, que são lembranças dolorosas. Se eu
puder pedir, seria possível que todos colocassem as armas na praça e,
consequentemente, acalmassem os corações dos aldeões?"
"O que o
Mestre Gown disse está correto. Contudo, estas espadas foram confiadas a nós
pelo rei; sem a ordem do rei, nós não podemos deixá-las."
"—Ainz-sama,
nós ficaremos bem."
"É mesmo?
Chefe... E também, senhor cavaleiro capitão, por favor, perdoe meu pedido
irracional."
"Mestre Gown,
sem dúvidas, tem a ideia correta. Se esta espada não tivesse sido confiada pelo
rei, eu alegremente a deixaria. Então, será que podemos achar um lugar para
sentarmos, e seria possível para você contar os detalhes deste incidente? Se
não se importar, as horas estão passando e eu gostaria de descansar dentro do
vilarejo..."
"Eu entendo.
Então, vamos para minha casa—"
Enquanto o chefe
estava respondendo, um cavaleiro correu apressadamente para a praça. Ofegante,
ele tinha notícias urgentes para reportar.
O cavaleiro gritou
alto uma situação de emergência:
"Capitão! Há
várias sombras nos arredores. Eles estão se aproximando do vilarejo!"
Parte 3
"Escutem,
todos."
Uma voz calma pôde
ser ouvida por todos.
"A presa caiu
na armadilha."
Era um homem que
falava. Ele tinha uma aparência comum;
se ele estivesse em uma multidão, ele não seria notado. Suas únicas
características marcantes eram seus olhos pretos que pareciam artificiais e a
cicatriz em seu rosto.
"Tu deves
devotar tua fé em Deus."
Todos rezaram em
silêncio. Era uma reza simples para Deus. Enquanto faziam tarefas, mesmo dentro
de suas fronteiras, eles tinham que tirar um tempo para rezar. Não era simples,
mas eles tinham que sempre mostrar uma fé convicta e profunda em Deus. Estes cavaleiros que deram tudo de si para a
Teocracia Slane, e para Deus, tinham uma fé mais profunda do que cidadãos
comuns. Essa era a razão pela qual eles conseguiam cometer atos cruéis sem se
sentirem como pecadores. Depois que a reza terminou, os olhos de todos ficaram
frios como gelo.
"Comece."
Mal era uma frase.
Eles cercaram o
vilarejo com movimentos perfeitamente coordenados, dando a impressão que este
era o resultado de treinamentos constantes.
Eles eram os cavaleiros
da Teocracia Slane que se especializavam em cumprir missões ilegais, sendo
somente rumores, pois ninguém nunca os viu.
A Teocracia Slane tinha 6 grupos trabalhando para a sua agência de
inteligência. As tarefas típicas da Bíblia da Luz Solar incluíam a aniquilação
de vilarejos de demi-humanos. Embora eles tivessem várias oportunidades para
lutar, seus números eram pequenos. Incluindo os sentinelas, eles eram menos de
100 homens.
Isso era porque a
porta da Bíblia da Luz Solar era muito estreita. Primeiro, uma pessoa devia ser capaz de usar
magias sagradas de nível 3, assim como as magias normais de alto nível que
Conjuradores de Magias eram capazes de aprender. Além disso, eles tinham que
possuir capacidade física superior, resiliência e espírito, junto de uma fé
profunda em sua religião. Em resumo, eles eram a elite. Olhando os homens ao redor dele, o homem
exalou suavemente. Assim que todos se dispersassem, seria difícil ter noção de
seus movimentos. Mas ele confiava completamente em sua perfeita jaula.
Com o sucesso de
sua tarefa ao alcance de suas mãos, o capitão da Bíblia da Luz Solar, Nigan
Greed Luin, ficou com o coração mais calmo.
Aqueles dentro da
Bíblia da Luz Solar não eram especialistas em missões de campo ou à paisana e,
como resultado, eles perderam quatro oportunidades. Toda vez que eles seguiam
Gazef e seu grupo de cavaleiros, eles tinham que estar muito alertas e evitarem
ser notados. Se eles também perdessem esta oportunidade, seus dias de
perseguição continuariam, sem sombra de dúvidas.
"Na próxima
vez... Eu devo pedir ajudar para os outros times e passar a responsabilidade
para eles."
Alguém, então,
respondeu ao comentário de Nigan.
"É isso mesmo,
afinal de contas, nosso forte é o extermínio."
A pessoa que
respondeu era um dos membros do time que ficou para trás para proteger Nigan.
"Pensando
agora, nossa tarefa desta vez é bem incomum. Isto é, claramente, uma missão
importante; não seria estranho se tivéssemos a ajuda da Flor do Vento..."
"Você está
certo. Embora eu não entenda a razão pela qual fomos mandados, é realmente uma
ótima experiência. Infiltrar-se no território do inimigo é realmente um ótimo
treinamento. Não, talvez este fosse o objetivo."
Embora ele tivesse
dito aquilo, estava claro para Nigan que aceitar outra missão parecida com essa
seria problemático. Desta vez, sua
missão era "Assassinar o guerreiro mais forte do Reino, aquele inigualado
mesmo nos países vizinhos: Gazef Strolonoff".
Geralmente, esta
tarefa não parecia apropriada para a Bíblia da Luz Solar, mas sim para a Bíblia
Negra, que tinha guerreiros que possuíam um nível de força de um herói. Mas,
desta vez, nada podia ser feito.
Nigan sabia a
verdadeira razão pela qual o outro grupo não pôde ajudá-los, mas não lhe era
permitido contar aos seus subordinados porque a informação era confidencial.
A Bíblia Negra
tinha que lidar com a futura ressurreição do Rei Dragão da Ruína, e estavam,
agora, protegendo o artefato divino Calamidade
Sedutora, Kei Seke Koku. A Bíblia da Flor do Vento também estava usando
toda sua força para perseguir o traidor que roubou o artefato divino da
Princesa Miko, logo, eles não tinham homens sobrando para ajudar.
Nigan,
inconscientemente, acariciou a cicatriz em seu rosto, lembrando-se vividamente
da única vez em que teve de fugir como um covarde. Sua mente se lembrou do
rosto da mulher que carregava a espada mágica negra que causou esta cicatriz.
Em várias
circunstâncias, era possível curar qualquer ferida sem deixar cicatrizes
simplesmente usando magia, mas Nigan, deliberadamente, deixou as cicatrizes
como uma lembrança de sua derrota.
"... Maldita
seja aquela Rosa Azul."
Nigan detestava o
fato de que a Rosa Azul e Gazef eram do Reino. E também não podia perdoar o
fato de Rosa Azul ser uma sacerdotisa que servia sob um deus diferente. E havia
o fato de que ela atrapalhou a tentativa de Nigan de destruir um vilarejo de
demi-humanos. Ela também era o tipo de pessoa que Nigan mais detestava, tanto
piedosa, quanto tola.
"... Os fracos
devem procurar por vários métodos para se proteger caso queiram sobreviver.
Sequer saber isso, é estupidez."
Notando a raiva
suprimida nos olhos artificiais de seu líder, um de seus subordinados
rapidamente interrompeu:
"Ma— Mas o
Reino é mesmo estúpido."
Nigan não
respondeu, mas ele concordou com a opinião. Gazef era forte, então, eles tinham
que enfraquecê-lo removendo seu equipamento.
O Reino foi divido
em duas facções, o Rei e a Nobreza, que estavam constantemente competindo por
poder político. Enquanto eles fossem capazes de se livrar de Gazef, a peça pivô
do rei, os nobres seriam capazes de agir facilmente. Mesmo que essa missão tenha
sido emitida devido à influência de espiões estrangeiros, não seria
surpreendente se os poderosos do Reino apoiassem este assassinato. Como Gazef
era uma pessoa simples, que subiu de posição graças à sua habilidade superior
como espadachim, ele era odiado pelos nobres.
E foi dessa forma
que a situação acabou assim. O campeão do reino, morto pelo seu próprio povo.
Nigan considerava isto como um comportamento estúpido. Embora eles — as pessoas
da Teocracia Slane — fossem divididos em 6 facções religiosas diferentes, eles
cooperariam sempre que a situação necessitasse. Uma razão era seu respeito
coletivo pelo deus de cada um. Outra era seu conhecimento sobre outras raças e
seres demoníacos neste mundo que não eram humanos. Seria muito perigoso se eles
não fossem unidos.
"É importante
que todos sigam os mesmos ensinamentos e trilhem o mesmo caminho. Humanos não
deveriam lutar uns contra os outros; nós deveríamos trabalhar juntos para criar
um caminho para o futuro."
Gazef será
sacrificado para alcançar este objetivo.
"Nós temos a
habilidade para eliminá-lo?"
Nigan não riu
perante a aflição de seu subordinado. O
alvo desta vez era o cavaleiro capitão do Reino— o guerreiro mais forte dentre
os países vizinhos, Gazef Strolonoff.
Comparado a atacar um grande vilarejo de Goblins e destruir tudo, esta
missão era muito mais difícil. Para diminuir a aflição de seu subordinado,
Nigan disse calmamente: "Não haverá problemas. Agora mesmo, ele não tem os
tesouros do Reino porque ele não recebeu permissão para usá-los. Sem tais
tesouros, matá-lo não tomará muito esforço... Não, se não fosse por esta ótima
oportunidade, não haveria como derrotá-lo."
O cavaleiro capitão
do Reino, Gazef Strolonoff, era um dos cavaleiros mais fortes. Seu nível
superior como espadachim fez dele uma figura amedrontadora, mas havia outro
motivo. Ele tinha o direito de usar os cinco tesouros do Reino. No momento, a
Bíblia da Luz Solar só tinha informações sobre quatro deles, mas se Gazef
tivesse permissão, ele poderia equipar todos eles.
A Luva da Persistência, que o dava vigor
interminável. O Amuleto da Imortalidade,
que garantia regeneração. Feito de um aço muito duro, a Armadura Guardiã, que prevenia qualquer ataque de morte
instantânea. E o Gume Navalha, uma
espada afiada magicamente com a habilidade de cortar através de armaduras como
se fossem de papel.
Até mesmo Nigan não
seria capaz de ganhar de Gazef se ele tivesse as bênçãos dos tesouros, que
aumentavam tanto suas capacidades ofensivas, quanto defensivas. Não, dentre
todos os humanos, não deveria existir ninguém capaz de derrotá-lo. Mas, agora,
ele não estava com tais tesouros, então, a vitória era certa.
"E também...
Nós temos um trunfo. Esta é uma batalha que não podemos perder."
Nigan colocou uma
de suas mãos em seu peito. Neste mundo,
havia três itens mágicos que eram inimaginavelmente fortes. Um destes tesouros foi deixado pelos Oito
Reis do Desejo, que governaram brevemente este mundo cinco mil anos atrás.
Outro era de uma época
muito antes dos Oito Reis do Desejo serem derrotados, quando dragões ainda
governavam o mundo; uma ferramenta secreta criada pela magia do mais forte
Lorde dos Dragões. O último era um
tesouro deixado 600 anos atrás pelos Seis Grandes Deuses; era a base da
doutrina da Teocracia Slane. Estes eram os três itens mágicos.
E em posse de
Nigan, estava um tesouro que somente poucos dentro da Teocracia Slane sabiam,
era um trunfo de morte certa.
Nigan olhou para a
pulseira de metal em seu pulso. Vários números flutuavam, mostrando que a hora
marcada tinha chegado.
"Bem, então...
Comecem o ataque."
Nigan e seus
subordinados começaram a lançar suas magias. Todos eles usaram suas magias de
alto nível que invocavam anjos.
? ? ?
"Oh...
Realmente há pessoas."
Gazef, de um quarto
com pouca iluminação, espiou as silhuetas que cercavam o vilarejo. Ele percebeu
três pessoas que estavam mantendo distância, lentamente se aproximando do
vilarejo. Eles não estavam armados e não usavam equipamentos pesados. Mas isto
não significava que eles seriam derrotados facilmente. Muitos Conjuradores de
Magias não gostavam de equipamento pesado, optando por equipamentos mais leves.
Este era, provavelmente, o caso destas pessoas.
Flutuando perto
deles estavam seres mágicos que brilhavam fortemente e tinham asas, o que
deixou óbvio que tipo de ser mágico era.
Anjos. Anjos eram seres mágicos invocados de outro
reino, e muitas pessoas acreditavam que eles eram enviados de Deus,
especialmente as pessoas da Teocracia Slane. Embora não tivesse como provar se
Anjos eram, ou não, enviados de Deus, o Reino ainda assim dizia que eles eram
meramente seres mágicos.
E mesmo que o
debate sobre os Anjos fosse um dos maiores motivos para o conflito entre o
Reino e a Teocracia, Gazef não se importava muito se Anjos eram ou não enviados
de Deus; ele só se importava com suas proezas em combate. Em seu conhecimento, Anjos eram mais fortes,
em comparação, a outros seres mágicos invocados com o mesmo nível de magia. Eles
tinham habilidades especiais e podiam, até mesmo, usar magias. Levando em conta
tudo isso, ele os considerava oponentes problemáticos.
Mas você também
tinha que considerar que tipo de Anjos eles eram; nem todos os Anjos eram
difíceis de lidar. Estes Anjos estavam equipados com peitorais brilhantes e
tinham espadas longas e flamejantes em suas mãos. Gazef não estava
familiarizado com tal tipo de Anjo.
Próximo a Gazef,
que não era capaz de medir a verdadeira força dos Anjos, estava Ainz, que
também observava a situação. Ainz perguntou:
"De onde os
Anjos vieram? E qual o objetivo deles? Não vale a pena atacar este vilarejo,
não é?"
"Mestre Gown,
eu não tenho ideia... Se eles não estão atrás de riquezas, só pode ter uma
razão para a presença deles."
Os dois olhares se
encontraram.
"É alguma
desavença contra o senhor, cavaleiro capitão?"
"Desde que eu
assumi a posição de cavaleiro capitão, lidar com desavenças é algo que não
consigo evitar. Mas... Isto realmente é problemático. Já que eles têm vários
Conjuradores de Magias que são capazes de invocar Anjos, é bem provável que
eles pertençam à Teocracia Slane... E como estão executando isto de forma
suspeita, está bem claro que eles são de algum dos esquadrões especiais de
inteligência... As chamadas, Seis Bíblias. Eles têm tanto a vantagem numérica,
quanto a de competência."
Gazef, que estava
analisando esta complicada situação, relaxou forçadamente seus músculos dos
ombros. Embora ele parecesse calmo por fora, por dentro ele estava muito
inquieto e cheio de raiva. 'Eles me
forçaram a deixar meus tesouros sagrados para trás usando a facção dos nobres;
eu devo tê-los aborrecido demais. Contudo, se aquele homem venenoso continuar
no palácio, será um problema ainda maior. Esta oportunidade para descobrir o
porquê de ele querer me matar deve ser um acontecimento de sorte. De qualquer
forma, eu nunca pensaria que a Teocracia Slane também estivesse me vigiando.'
Gazef soltou outro
"Hmmph!"
Contudo, ele não
tinha homens o suficiente e estava totalmente despreparado. Normalmente, ele
não teria escapatória, mas talvez ele ainda tivesse uma carta na manga.
"Aquele é um
Arcanjo de Fogo? Parece um, mas... Por que um ser mágico tão parecido
apareceria... Foi através de uma magia de invocação? E se esse for o
caso...?"
Gazef mudou seu
olhar em direção ao Ainz que estava murmurando, e perguntou com um raio de
esperança:
"Mestre Gown,
o senhor está querendo ser empregado?"
Não houve resposta,
mas Gazef pôde perceber o humor de Ainz.
"Sobre o
pagamento, eu posso garantir sua satisfação."
"Desculpe-me
por recusar."
"Mesmo se você
somente nos emprestar o cavaleiro invocado, seria o suficiente."
"Por favor,
perdoe-me mais uma vez por recusar."
"Oh... Então,
como decretado pela lei do Reino, posso submetê-lo ao recrutamento
compulsório?"
"Isso é uma
alternativa tola... Eu não estava planejando em dizer estas palavras, mas se
você pretende usar a autoridade do Reino, então eu terei que resistir um
pouco."
Os dois se olharam;
o primeiro a desviar o olhar foi Gazef.
"... Ser
aniquilado antes mesmo de encontrar os homens da Teocracia Slane, que
aterrorizante."
"Aniquilado...
Você sabe mesmo brincar. De qualquer forma, obrigado por entender minha posição
neste assunto, eu sou muito grato."
Gazef fechou seus
olhos, examinando cuidadosamente Ainz, que se curvava expressando sua gratidão.
Gazef não estava
brincando quando disse "aniquilado". Sua intuição gritava dizendo que
esse Conjurador de Magias, se quisesse resistir um pouco, resultaria em uma
situação deveras perigosa. Gazef
acreditava que era melhor confiar em sua intuição do que em ideias mal
formuladas, especialmente em uma situação de vida ou morte.
'Quem é ele?'
Enquanto pensava,
Gazef olhou para a máscara bizarra de Ainz.
'O que diabos está
debaixo desta máscara? Ele é alguém que conheço? Ou...'
"Tem algo de
errado? Tem algo na minha máscara?"
"Ah, não...
não é nada, eu só estava pensando que esta máscara é muito especial. Ela é
capaz de ser usada para controlar um ser mágico como aquele... Nesse caso, deve
ser um item muito poderoso, não é?"
"Bem, isto é
um item muito caro e raro que é único neste mundo."
Se alguém tivesse
um item de nível muito alto, isso significava que a habilidade da pessoa em
questão também era muito alta. Por esse raciocínio, as habilidades mágicas de
Ainz deveriam ser bem fortes. Sendo incapaz de solicitar a ajuda de Ainz, Gazef
ficou um pouco abatido.
No fundo de seu
coração, ele esperava que Ainz aceitasse o pedido, já que era um aventureiro.
"... Não tem
sentido continuar com isto. Bem, então, Mestre Gown, por favor, cuide-se.
Obrigado mais uma vez por salvar o vilarejo."
Gazef removeu sua
luva de metal e esticou sua mão para apertar a mão de Ainz. Normalmente, Ainz
deveria ter tirado educadamente sua luva, mas ele não o fez. Gazef, no entanto,
não ligou e apertou fortemente a mão de Ainz, dizendo seus pensamentos:
"Eu também sou
muito grato por você ter protegido os aldeões inocentes de terem sido
massacrados. E também... Eu não quero pedir isso, mas eu espero que você possa
proteger os aldeões novamente. Eu não tenho nada para oferecer agora, mesmo
assim, eu peço que aceite meu pedido... Eu imploro."
"Bem,
isto..."
"Se você
alguma vez visitar a capital, eu prometo que lhe darei o que quiser. Eu juro
pelo nome Gazef Strolonoff."
Gazef soltou a mão
com a intenção de se ajoelhar, mas as mãos de Ainz o impediram:
"... Não
precisa ir tão longe... Eu entendo, eu protegerei os aldeões. Eu juro sob o
nome Ainz Ooal Gown."
Gazef ficou um
pouco mais aliviado depois de escutar Ainz jurando pelo seu nome:
"Obrigado,
Mestre Gown. Agora eu posso atacar sem preocupações."
"... Até lá,
por favor, pegue isto."
Ainz tirou um
objeto e o deu para o Gazef, que parecia feliz. Era uma escultura estranha e
não parecia ter nada de especial nela. Mas—
"Enquanto for
um presente seu, eu aceitarei alegremente. Então, Mestre Gown, embora me
entristeça, eu estou indo."
"... Não
deveríamos esperar até a noite cair antes de sair?"
"Eles têm um
tipo de magia de 'visão noturna'. Atacar durante a noite seria desvantajoso
para nós, mas não para eles. Além do quê... Mestre Gown precisa observar o
andar da batalha."
"Eu entendo,
para ter tamanha noção de planejamento, você é digno do seu título de cavaleiro
capitão do reino. Eu lhe desejo sucesso, senhor cavaleiro capitão."
"E eu lhe
desejo uma jornada segura de volta para casa."
O cavaleiro capitão
tinha uma determinação diferente da de Ainz.
A mente de Ainz ansiava por tal determinação.
"Albedo,
ordene aos servos ao redor daqui para acabarem com qualquer um que estiver de
tocaia."
"Agora
mesmo... Ainz-sama, o grupo do chefe do vilarejo chegará em breve."
Ainz virou na
direção de Albedo e viu o chefe e dois outros aldeões correndo em sua
direção.... Eles estavam ofegantes, entrando em pânico, e sua ansiedade era
óbvia. O chefe imediatamente abriu sua boca para falar, como se respirar fosse
perda de tempo.
"Ainz-sama, o
que devemos fazer? Por que o senhor cavaleiro capitão está deixando o vilarejo,
deixando-nos desprotegidos?"
A voz do chefe
continha muito medo, mas havia um pouco de raiva também.
"Ele está
fazendo a coisa certa, chefe-sama... O alvo do inimigo é o senhor cavaleiro
capitão. Se ele ficar aqui, o vilarejo se tornará um campo de batalha. Além
disso, não parece que o inimigo está disposto a deixar vocês escaparem. Ele
está agindo de acordo as necessidades de vocês."
"Então é por
isso que o cavaleiro capitão saiu... Então- então nós deveríamos continuar
aqui?"
"Isso seria
uma má ideia. Depois do senhor cavaleiro capitão, eles provavelmente virão para
o vilarejo. Enquanto continuarmos dentro do cerco deles, nós não teremos lugar
para correr. Contudo... Nossos oponentes provavelmente terão que usar todas as
suas forças para acabar com o senhor cavaleiro capitão, dando-nos uma ótima
oportunidade para fugir. É aí que iremos escapar."
Essa era a razão
pela qual o cavaleiro capitão fez um alvoroço sobre sua escapada. Ele queria
fazer com que o inimigo usasse toda a sua força para atacá-lo. Depois de entender as intenções por trás das
ações de Gazef, que tinha poucas chances de sobreviver, o chefe abaixou seu
rosto que havia ficado vermelho. Pelo bem de criar uma oportunidade para os
aldeões escaparem, ele estava disposto a entrar em um campo de batalha e
sacrificar sua própria vida. Sem
entender isto, enganando-se sobre tudo e fazendo um alvoroço. O chefe provavelmente estava envergonhado de
si mesmo.
"Eu só estava
pensando... não entender as boas intenções deles... Ainz-sama, o que devemos
fazer?"
Até mesmo os
aldeões atrás do chefe estavam mostrando remorso:
"Embora nós
moremos perto da floresta, nós não temos proteções contra os ataques de
demônios. Nós só fomos sortudos, mas nos enganamos e pensamos que era seguro.
Nós nem mesmo pensamos em um modo para nos defendermos; como resultado, não só
perdemos nossos queridos vizinhos, mas também viramos um fardo para
estranhos..."
"Não há nada
que você possa fazer. Eles são soldados treinados para lutar. Se vocês tivessem
tentado resistir antes de minha chegada, talvez todos vocês já estivessem
mortos."
Ainz tentou
consolá-los, mas ele sentiu que suas palavras foram em vão. Não importando quem
tentasse os consolar, não mudaria o fato de que o vilarejo estava diante de um
desastre irreparável. Só se pode rezar para que o tempo cure tudo.
"Chefe, nós
não temos tempo. Para honrar as intenções do senhor cavaleiro capitão, nós
devemos agir rápido."
"E— Então...
Ainz-sama, o que devemos fazer?"
"Eu ficarei de
olho na situação, e quando eu perceber uma oportunidade para escapar, eu
protegerei todo mundo enquanto vocês fogem."
"Estou sempre
dando problemas para Ainz-sama, isso é realmente...."
"Não se
preocupe. Eu já fiz uma promessa para o senhor cavaleiro capitão... Pelo bem de
todos, junte todo mundo em uma casa grande; então, eu irei lançar minha magia
defensiva na casa."
Parte 4
A empolgação do
cavalo reverberava através dos cascos que trotavam. Mesmo se ele tivesse
recebido treinamento como um cavalo de guerra— não, por ele ter sido treinado
assim, ele estava especialmente perceptivo sobre quando estava se aproximando
das terras da morte.
Só havia quatro ou
cinco inimigos tentando cercar o vilarejo. Isto significava que havia uma
grande distância entre eles. Se esse fosse o caso, eles não deveriam ter algum
método para prevenir que nem mesmo um rato escapasse do cerco deles?
Em outras palavras,
armadilhas letais poderiam ter sido colocadas nos arredores. Considerando tudo,
Gazef, ainda assim, decidiu forçar sua passagem. Não, considerando a situação,
esta era a única opção. Calculando a distância entre o inimigo e ele, Gazef
decidiu que um combate a longa distância seria muito desvantajoso.
Defender este ponto
seria mais tolo do que simplesmente atravessar o cerco. Se ele tivesse um
arqueiro com ele, isto seria completamente diferente, mas, agora mesmo, ele
tinha que evitar contato a longa distância com os Conjuradores de Magias. Seria
maravilhoso se as casas fossem feitas de pedra ou se o vilarejo fosse uma
cidade fortificada. Mas usar os chalés de madeira para se defender contra os
ataques mágicos era uma ideia muito ruim. Eles poderiam muito bem pegar fogo
junto com toda a construção.
Só havia uma ideia
sobrando, mas somente um herege a executaria. Essa seria deixar o vilarejo se
tornar um campo de batalha e forçar Ainz Ooal Gown participar do combate. Mas
seguir esse plano iria destruir completamente seu motivo original de proteger o
vilarejo. Esse era o motivo pelo qual Gazef estava disposto a lutar sob tais
circunstâncias perigosas:
"Depois de
iniciar combate com o inimigo, imediatamente atraiam o cerco deles para cá, e
então, recuem rapidamente. Não percam nenhuma oportunidade."
Ao ouvir as
respostas ferozes atrás dele, Gazef enrugou suas sobrancelhas. Quantos deles
irão sobreviver a esta batalha? Estes homens não eram mais fortes do que outros
humanos e também não nasceram com nenhum superpoder. Eles eram simplesmente
homens que treinavam ao máximo sob o comando de Gazef. Perder estes homens, os
frutos de um trabalho duro e meticuloso, seria uma pena.
Mesmo se ele
decidisse ir de cara ao perigo, estes homens ainda o seguiriam com prazer.
Gazef queria se desculpar com seus subordinados por tê-los arrastado a isto,
mas depois de virar sua cabeça e olhar para seus rostos, ele engoliu suas
palavras. A expressão dos soldados atrás dele mostrava que eles estavam prontos
para seguir Gazef até o inferno sob quaisquer circunstâncias.
Seus subordinados
sabiam muito bem que tipo de perigo os aguardava; não havia necessidade para
qualquer tipo de desculpa. Eles disseram para Gazef, que estava envergonhado:
"Não se
preocupe, Capitão!"
"Sim, nós
viemos aqui por vontade própria. Nós juramos lutar ao lado do Capitão!"
"Deixe-nos
proteger o país, as pessoas e nossos companheiros!"
Não havia nada mais
para dizer. Gazef gritou:
"Atacar!
Façam-nos em pedaços!"
"Ohhhhhh!"
Gazef cavalgou
velozmente, e seus subordinados o seguiram. Todo o esquadrão avançou tão rápido
e forte que eles deixaram uma trilha no chão, como se uma flecha tivesse sido
atirada de suas posições originais. Gazef, que estava montado, pegou seu arco e
se preparou para atirar uma flecha.
Mesmo se ele
estivesse cavalgando, Gazef ainda conseguiria atirar como se estivesse parado
no chão. Ele soltou a flecha e ela perfurou a cabeça de um dos Lançadores de
Magias na frente dele— pelo menos foi o que pareceu.
"Pah! Em vão
como esperado. Talvez uma flecha mágica tivesse penetrado, mas... Você não tem
o que não tem e não há motivo para chorar sobre o leite derramado."
A flecha quicou
como se tivesse acertado um elmo resistente. Este grau absurdo de resistência era
obviamente causado por magia. Gazef sabia que o único jeito para penetrar um
escudo mágico como aquele seria usando uma arma mágica. Mas já que Gazef não
tinha tal arma, ele descartou esta linha de raciocínio imediatamente e guardou
seu arco. Os Conjuradores de Magias começaram a retaliar com magia. Gazef
reuniu todas as suas forças mentais; ele assumiu uma postura defensiva,
preparando-se para resistir.
De repente— seu
cavalo relinchou alto; ele levantou suas patas dianteiras e chutou
violentamente. Tomando as rédeas, Gazef
se inclinou para frente e segurou o pescoço de seu cavalo, confiando em sua
agilidade para não cair. Ele foi capaz de ficar calmo apesar do acontecimento
repentino, ele pensava sobre o que poderia
ter acontecido, um arrepio desceu em suas costas. Havia coisas mais importantes
para pensar em sua frente. Emocionalmente agitado, Gazef estava respirando
rápido, sua respiração estava caótica. Ele açoitou o cavalo no abdômen, mas ele
não se moveu. Era como se alguém com mais autoridade do que a pessoa montada
estivesse o ordenando. Só havia um
motivo para tal comportamento anormal.
Magia de Controle da Mente.
O cavalo tinha sido
alvo de tal magia. Se Controle da Mente fosse lançado em Gazef, talvez ele
resistisse; contudo, já que o alvo era um simples cavalo de guerra e não uma
besta demoníaca, não havia porque se preocupar sobre ele resistir. Gazef ficou
irritado consigo mesmo por não perceber que o inimigo tinha o atacado
indiretamente. Ele rapidamente pulou de seu cavalo. Os subordinados atrás dele
se esquivaram dele um atrás do outro por ambos os lados
"Capitão!"
Muitos de seus
homens que se aproximavam diminuíram a velocidade, em uma tentativa de puxar
Gazef para seus cavalos. Mas os Anjos eram mais rápidos, descendo do céu em
alta velocidade. Gazef brandiu sua espada contra a do Anjo e de repente um
brilho aconteceu. O golpe com espada do
homem mais forte do Reino tinha força o suficiente para dividir um homem ao
meio em um único corte. Contudo, o Anjo não morreria mesmo que tivesse sofrido
muito dano no ataque.
Sangue voou pelo
ar, mas imediatamente se reverteu em Poder Mágico e desapareceu.
"Não precisa!
Comecem o contra-ataque!"
Depois de Gazef
ordenar seus homens, ele encara o Anjo que acabou de escapar com um olhar
penetrante. Embora o oponente estivesse seriamente machucado, seu espírito de
luta ainda estava intacto tentando encontrar uma brecha na defesa de Gazef.
"Então é
assim."
Os golpes com a
espada de Gazef estavam estranhos e ele sabia o porquê. Havia monstros com
habilidades especiais que se não fossem atingidos por armas feitas de um
material específico, o dano seria reduzido consideravelmente. Os Anjos pareciam
ter tal habilidade, o que os permitia sobreviver aos golpes fortes de
Gazef. Deste modo— Gazef decidiu juntar
toda sua força e sua lâmina começou a brilhar com uma luz enquanto ele se
preparava para usar sua habilidade especial, [Focalizar Poder de Luta].
Vendo uma
oportunidade, o Anjo brandiu sua espada vermelha flamejante. Mas—
"— Tarde
demais." Aos olhos do homem mais forte do Reino, os movimentos do Anjo
eram muito lentos.
A espada de Gazef
se moveu. Este ataque era muito mais
poderoso do que o anterior, então, a espada de Gazef cortou facilmente através
do corpo do Anjo. Sofrendo um dano
devastador, o corpo do Anjo lentamente derreteu no ar e desapareceu. Brilhando
fortemente, as asas se espalharam e desapareceram, criando uma fascinante
vista, como se fosse de um sonho. Se não
fosse pela situação de vida ou morte, Gazef com certeza a teria admirado. Mas,
agora mesmo, ele não estava em um momento para ficar despreocupado.
Ele olhou ao redor,
tentando confirmar os ataques inimigos que aconteceriam— E não conseguiu
segurar um sorriso problemático.
Os Anjos tinham
reforços. E Gazef sabia muito bem que
eles não eram reforços normais.
"... O que
devo fazer contra magia? Caralho."
Ele xingou os
Lançadores de Magia que eram capazes de criar facilmente soldados do nada.
Gazef calmamente contou o número de inimigos ao redor dele, confirmando que
todos os que cercavam o vilarejo estavam aqui. Com isso, o cerco no vilarejo
foi desfeito.
"Agora, Mestre
Gown, o resto é com você..."
Gazef sentiu
satisfação tendo sido capaz de salvar a vida dos aldeões. Enquanto ele olhava
intensamente nos olhos de seus inimigos, os sons de galopes de cavalos ficaram
cada vez mais altos. Aqueles eram os sons de seus homens retornando depois de
terem atraído os inimigos.
"Eu os disse
para recuar depois de atrair o cerco... aqueles estúpidos... idiotas
orgulhosos."
Usando toda sua
força, Gazef avançou.
Talvez este momento
na batalha fosse a única e a melhor oportunidade. Por causa da velocidade dos cavaleiros,
os Conjuradores de Magias teriam que focar suas forças em impedi-los de se
encontrarem com o esquadrão principal. Considerando o ritmo da batalha, os
Conjuradores de Magias só tinham uma saída. Os cavalos de seus subordinados
relincharam e agiram da mesma forma que o cavalo de Gazef há alguns momentos,
eles levantaram suas patas dianteiras e muitos dos cavaleiros caíram dos
cavalos.
Os Anjos não
perderam a oportunidade para atacar.
Embora tivessem uma
força similar a dos Anjos, os cavaleiros obviamente estavam em desvantagem
devido à falta de habilidades especiais e a diferença em suas capacidades. Como
esperado, como só havia metade do número de cavaleiros comparado ao de Anjos,
eles foram lentamente forçados em um canto. Adicionando os ataques mágicos dos
Conjuradores, a diferença entre as duas forças começou a crescer. Um por um, os
cavaleiros iam ao chão.
Gazef não conseguia
assistir à morte inevitável deles e só olhou adiante. Seu alvo era o comandante
inimigo. Mesmo se ele matasse o comandante, seus oponentes não recuariam. Mas
esta era a única forma de todos sobreviverem. Mais de 30 Anjos bloquearam o
avanço de Gazef. Ele estava feliz vendo seu oponente aumentando sua defesa.
"Saiam do
caminho—!!"
Gazef usou seu
golpe secreto mortal. Suas mãos emitiram
calor que começou a se espalhar pelo seu corpo.
Gazef ultrapassou seus limites físicos, conseguindo uma força equiparada
a de um herói. Neste momento, ele ativou várias habilidades de artes marciais
ao mesmo tempo— um ato que poderia ser descrito como a magia de um
guerreiro. Gazef olhou para seis Anjos
que voavam ao redor.
"[ Corte de Luz Sêxtuplo ]"
Esta habilidade de
arte marcial criou flashes rápidos. Com um movimento, ele acertou seis inimigos. Os que foram atingidos, foram cortados ao
meio, e se tornaram em bolas de luz que se dissiparam. O resto dos Anjos
inspirou em surpresa, enquanto os homens de Gazef torceram de maneira alta. Embora sua mão doesse por ter usado sua carta
na manga, algo assim não era o suficiente para incapacitá-lo.
Como se tivessem
recebido ordens para pararem de aplaudir, um grande número de Anjos começou seu
ataque novamente. Um deles balançou sua espada flamejante na direção de
Gazef. Justo quando o Anjo estava prestes
a acertá-lo com sua espada, Gazef imediatamente ativou sua habilidade de arte
marcial, e seu corpo esquivou instantaneamente com um movimento parecido de uma
névoa.
O ataque de Gazef
não terminou por aí.
"[ Ataque Total ]"
Com movimentos
parecidos com a água corrente, todos os golpes dos Anjos foram detidos.
Usando sua
habilidade única, ele atacou dois Anjos continuamente. Como um milagre, a
resistência teimosa de Gazef parecia o raio de esperança da vitória para seus
homens. Contudo, a Teocracia não permitiria tal coisa, e com uma voz zombadora,
eles acabaram com as esperanças dos soldados.
"Que
empolgante. Mas... Vamos terminar isto. Todos que perderam seus Anjos invoquem
outros. Usem toda sua magia em Strolonoff." Suas emoções que ferviam se
acalmaram instantaneamente.
"Nada
bom."
Gazef murmurou em
uma voz baixa enquanto ele acabava com outro Anjo. Não haverá nenhum aplauso
mesmo que Gazef continue acabando com os Anjos. Os rostos de seus homens
estavam cheios de aflição enquanto eles preparavam suas espadas para enfrentar
o inimigo.
Seja em números,
armas, treinamento ou habilidades. A
tropa de Gazef era inferior em todos os aspectos. A única arma deles— a
esperança da vitória— tinha desaparecido.
Gazef revidou
usando seus reflexos para se esquivar das armas dos inimigos. Embora ele só
precisasse de um golpe para destruir um Anjo, a força principal do inimigo
ainda estava muito longe. Apesar de ele
esperar que seus homens fizessem a diferença, eles eram incapazes de atravessar
a defesa de um Anjo sem uma arma mágica. Eles não podiam usar habilidades
similares a [Focalizar Poder de Luta],
assim como eles não tinham encantamentos para armas. Mesmo se eles conseguissem
causar dano aos Anjos, ainda era difícil causar feridas fatais.
Não havia
esperança.
Gazef mordeu seus
lábios e só pôde continuar a segurar sua espada. Ele usou vários golpes de
morte instantânea em sequência; seu recorde de usos consecutivos do [Corte de Luz Sêxtuplo] estava subindo
constantemente. Guerreiros como Gazef só conseguiam usar 6 habilidades de artes
marciais durante uma luta. Incluindo o movimento secreto, ele pode usar 7 tipos
em batalha. Ele estava, atualmente, usando suas habilidades [Fortalecimento Corporal], [Fortalecimento Mental], [Aprimoramento de Resistência Mágica], [Encantamento Mágico de Arma] e outras
habilidades para atacar cinco alvos diferentes.
O motivo pelo qual
ele não ativou seu limite de 7 habilidades diferentes é, porque a quantidade de
concentração necessária era muito grande.
Especialmente [Corte de Luz Sêxtuplo], que precisava
de três vezes mais concentração. Até mesmo para Gazef, que só tinha dois golpes
finalizadores— um precisava que ele usasse toda sua energia, e o outro, usava
quatro vezes mais concentração.
Se ele pudesse usar
estas habilidades, ele poderia derrotar os Anjos facilmente. Mas mesmo que ele
o fizesse, eles continuariam a ser invocados. Enquanto ele não derrotasse o
invocador, ele teria que continuar enfrentando onda atrás de onda de Anjos.
Esperar que o inimigo ficasse sem poder mágico era uma ideia, mas, até lá,
Gazef já teria esgotado todas as suas energias.
Na verdade, a espada na mão de Gazef estava lentamente ficando mais
pesada; seu coração estava batendo erraticamente.
[Contra-ataque Instantâneo] era uma habilidade que tornava possível seguir depois
de um ataque; ela permitia que o usuário voltasse à sua postura original depois
de atacar uma vez para que ele atacasse novamente. Embora fosse possível atacar
de novo rapidamente, mudar a postura do corpo forçadamente criava uma grande
quantidade de estresse físico.
O [Ataque
Total] permitia que o usuário acelerasse temporariamente seu estado mental,
aumentando a velocidade de seus ataques. Mas o uso contínuo causava uma grande
fadiga mental. Junto do uso do [Corte de Luz Sêxtuplo], o estresse em
seu corpo era imenso, mas se ele não os usasse, não haveria saída disto.
"Não importa
quantos de vocês venham! Vocês, Anjos, não são nada!"
Este grito cheio de
vigor amedrontou os soldados da Teocracia, mas imediatamente uma voz calma fez
com que eles se recompusessem:
"Não se
preocupem com ele, isso é só o rugido de uma besta enjaulada. Não há motivo
para ficarem aflitos, só continuem o cansando e evitem ficar perto. Até porque,
as garras desta besta são longas."
Gazef olhou para o
homem com a cicatriz em seu rosto. Se ele pudesse pelo menos matar o
comandante, seria possível reverter a situação. O problema era a coisa perto
dele, Anjos diferentes dos que usavam espadas flamejantes, sem contar a
distância que os separava e as várias camadas de barreiras de proteção à sua
frente. Ele simplesmente estava muito
longe.
"A besta
planeja se soltar. Mostrem-no o significado de impossível." A voz calma do
homem deixou Gazef impaciente.
Mesmo que ele
usasse a força do mesmo nível de um herói, para alguém como Gazef, que só tinha
conhecimento de combate a curta distância, praticamente não havia chance de
ganhar. Mas— e daí? Se esta era a única
forma de se livrar do comandante do inimigo, tudo que ele poderia fazer era
usar sua força para se livrar. Com olhos afiados, Gazef começou a correr.
Mas ele sabia que
esta seria uma tarefa difícil. Os Anjos continuaram com os golpes de suas
espadas flamejantes, mas ele se esquivou de todos e contra-atacou ao mesmo
tempo, somente para sentir uma dor repentina depois de derrotá-los. A dor era
como se tivessem pisado em seu estômago. Seguindo em sua direção, ele viu um
grupo de Conjuradores de Magias usando um tipo de magia.
"Já que vocês
são sacerdotes, vocês deveriam pelo menos agir de acordo usando magias de cura,
não é?" Como se para negar o sarcasmo de Gazef, ele foi atingido por uma
onda de choque invisível.
Mesmo que fosse um
ataque invisível, enquanto não houvesse muitos deles, Gazef estava confiante de
que poderia reagir e esquivar dos ataques acompanhando os olhos dos oponentes.
Mas como havia mais de 30 ataques, o melhor que ele poderia fazer era usar toda
sua força para proteger sua cabeça, usando sua espada e braços como proteção.
Ele quase foi ao
chão conforme seu corpo inteiro gritava em agonia, até que chegou ao ponto em
que ele era incapaz de dizer de qual parte de seu corpo vinha a dor.
*A-hak! * A
garganta de Gazef não aguentava o sabor do sangue, fazendo com que ele cuspisse
boa parte. Tendo sido atingido por ondas de choque invisíveis, Gazef deu alguns
passos para trás, engasgando, tentando evitar ser atingido pela espada do Anjo.
Ele era incapaz de se esquivar da espada do inimigo, e, com sorte, ela bateu em
sua armadura, mas, ainda assim, o impacto do golpe tinha atravessado. Ele, por
reflexo, atacou um Anjo, mas como ele tinha perdido o equilíbrio, o Anjo
esquivou facilmente.
Sem fôlego, a mão
de Gazef que segurava sua espada estava tremendo. Como se seu corpo cheio de intensa fadiga
estivesse sussurrando em seus ouvidos, dizendo-o para deitar e descansar.
"Está na hora
de entrar no último ato da nossa caçada. Não deixem que a besta durma, ordenem
aos Anjos para continuarem o ataque."
Mesmo se Gazef
quisesse recuperar seu fôlego, depois de escutar as ordens do comandante deles,
os Anjos começaram a atacar sem misericórdia, um atrás do outro. Primeiro ele iria esquivar, então, penetrar
pelo lado com sua espada. Ele usaria sua forte armadura para bloquear o ataque
do próximo Anjo vindo de cima. Embora Gazef quisesse retaliar, havia muitos
ataques.
A fadiga acumulada
roubava sua força, ele só conseguia lidar com um inimigo por vez agora. Ele
praticamente não tinha mais energia para ativar suas habilidades especiais uma
por uma, seus homens foram ao chão, permitindo que o inimigo se concentrasse
completamente nele. Ele era incapaz de
passar pelo cerco do inimigo e sentiu a morte se aproximando lentamente.
Em um momento de
descuido, ele quase caiu de joelhos, mas, sem demora, ele levantou seu espírito
e continuou lutando. E, mais uma vez, a onda de choque mágica voou em direção a
Gazef, atingindo-o enquanto ele lutava para se mover. A cena na frente de seus olhos
balançou fortemente.
'Nada bom!'
Gazef usou toda a
energia restante em seu corpo para manter o equilíbrio. Mas algo parecia estar
errado, já que toda sua força começou a desaparecer.
De repente, ele
sentiu a grama tocando seu rosto, mostrando que ele já tinha caído. Mesmo que
ele tivesse dado o seu melhor para se levantar, seu corpo não o escutava. Neste
momento, as espadas carregadas pelos Anjos significavam "Morte".
"Deem o golpe
final, mas não façam isso vocês mesmo, mandem os Anjos para garantirem a morte
dele."
'Acabou pra mim.'
Sua mão treinada
tremia sem parar; ele nem mesmo conseguia levantar a longa espada em sua mão,
mas, ainda assim, ele não desistiria.
Rangendo seus
dentes, ele soltou um som afiado de rosnado.
Gazef não estava com medo da morte. Ele já tinha tirado várias vidas,
então, ele estava mentalmente preparado para enfrentar o mesmo fim no campo de
batalha.
Assim como ele
tinha dito para Ainz anteriormente, havia pessoas que tinham desavenças com
ele. Um dia, este ódio se tornaria uma espada e tomaria sua vida. Contudo, ele
não poderia aceitar a situação atual. Atacar vários vilarejos, matar pessoas
inocentes e desarmadas simplesmente para atraí-lo em uma armadilha. Ele
absolutamente não podia morrer com este tipo de vergonha, mas, acima de tudo,
ele não podia tolerar sua própria fraqueza.
"GAAAHHHHHHH!
NÃO ME SUBESTIMEM—!"
Com todo seu corpo,
ele soltou um grande grito. Com sangue e saliva saindo de sua boca, Gazef
lentamente se levantou. Sentindo a presença amedrontadora de um homem que não
deveria ter forças para dar um passo, os Anjos não deixaram de recuar.
"Hu—!
Hu—!"
O simples ato de
ficar de pé fez com que fosse difícil para ele respirar, sua consciência estava
borrada e todo seu corpo parecia como se estivesse enterrado debaixo de uma
camada grossa de lama. Mas ele não podia descansar, no momento que ele o
fizesse, tudo acabaria.
Adiante, mesmo com
esta quantidade de dor, não se pode dizer que ele era capaz de entender a dor
dos aldeões que morreram.
"Eu sou o
Cavaleiro Capitão do Reino! Para o meu amado Reino, e para proteger as pessoas
deste Reino! Como eu posso perder para uns merdas que mancharam o nome deste
Reino—!"
Este homem irá
proteger os aldeões. Então, a única coisa que ele podia fazer era derrotar o
inimigo à sua frente usando o máximo de sua habilidade.
Querer proteger o
futuro das pessoas do Reino. Ele só pensava nisto.
"... É por
continuar dizendo tais baboseiras que você morrerá neste lugar, Gazef
Strolonoff."
Gazef olhou para o comandante
inimigo, enquanto ele escutava as palavras que o ridicularizavam.
"Se você
simplesmente tivesse escolhido abandonar os aldeões na fronteira, então, isso
não teria acontecido. É impossível que você não saiba que sua vida vale mais do
que as vidas de milhares de camponeses. Se você realmente amasse seu país, você
teria abandonado os aldeões."
"Você e eu...
nós nunca iremos... nos olhar igualmente!"
"O que você
consegue fazer com seu corpo? Pare de resistir à toa e deite aí como um bom
garoto. Eu terei um pouco de piedade com você e lhe darei uma morte
indolor."
"Se você
realmente acha... que eu não consigo mais agir, então, por que você não... vem
aqui e corta minha cabeça fora? Comigo estando deste jeito... deve ser fácil,
não é mesmo?"
"... Bem,
parece que você só sabe falar. Se você ainda quer lutar, você realmente acha
que tem alguma chance de ganhar?"
Gazef simplesmente
olhava para frente, sua mão trêmula segurava sua espada. Nebulosamente, ele
olhava para o inimigo à sua frente, nem mesmo se importando com os incansáveis
Anjos ao redor dele.
"... Que perda
de tempo. Que tolo. Assim que eu te matar, aqueles aldeões serão os próximos.
Tudo que você fez até agora só serviu para prolongar o sofrimento deles."
"Heh, heh...
hehehe..."
Gazef tinha um
sorriso em seu rosto.
"... O que é
tão engraçado?"
"... Você é o
tolo. Naquele vilarejo... há alguém ainda mais forte do que eu. Aquele homem é
incomensurável, ele será capaz de derrotar todos vocês sozinho... pensar em
matar... os aldeões que ele está protegendo, é algo impossível..."
"... Mais
forte do que você, o guerreiro mais forte do Reino de Re-Estize? Você realmente
acha que pode me enganar com algo assim? Que estúpido."
Um sorriso pairou
no rosto de Gazef. Que tipo de expressão esta pessoa fará quando encontrar
aquele incomensurável homem, Ainz Ooal Gown? Essa seria a maior recompensa que
Gazef poderia receber no outro mundo.
"... Anjos,
matem Gazef Strolonoff."
Com aquele frio
comando, incontáveis asas começaram a se mover.
Conforme Gazef corria para frente com a determinação para enfrentar a
morte, uma voz pôde ser ouvida próximo dele.
'Parece que está na hora de trocar.'
O cenário na frente
de Gazef mudou de pastagens cheias de sangue para o interior de uma simples
casa. Ao redor dele estavam seus homens
e as expressões de preocupação dos aldeões.
"E—Este lugar
é..."
"Este é o
armazém magicamente protegido por Ainz-sama."
"Chefe...
Me—Mestre Gown não parece estar aqui..."
"Não, ele
estava aqui até alguns momentos atrás, mas parece que ele trocou de lugar com o
cavaleiro capitão-sama, desaparecendo na frente de meus olhos."
'Então foi assim, a voz na minha cabeça agora era...'
Gazef relaxou seu
corpo. O que aconteceria agora estava fora de seu controle. Gazef foi ao chão,
os aldeões correram até ele. As Seis
Bíblias. Um oponente que o guerreiro mais forte do Reino foi incapaz de
derrotar. Mas, em sua mente, ele não
acreditava que Ainz iria perder.
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